Resultados do projeto de pesquisa-exposição Sentidos do nascer, que incentiva o parto normal, serão apresentados em evento em Beijing, China, de 18 a 21 deste mês. O professor da Faculdade de Educação Bernardo Jefferson de Oliveira, coordenador do projeto, vai mostrar os dados durante o evento Grand Challenges, promovido pela Fundação Bill e Melinda Gates – financiadora da iniciativa –, pelo Usaid e pelo governo do Canadá. “Realizamos diversos estudos pontuais, mas vamos apresentar na China a pesquisa geral, cujos dados nos surpreenderam positivamente. Eles mostram, por exemplo, que a exposição tem grande poder de alterar a opinião dos visitantes”, afirma Jefferson. O índice de aprovação incondicional do parto normal sobe de 41% na entrada da mostra para 81% após a visita. Além disso, enumera o professor, há grande incidência de pessoas que nunca tinham visitado uma exposição, e 11% dos visitantes voltam pela segunda vez, percentual que é bastante expressivo. O projeto Sentidos do nascer foi concebido para combater uma realidade alarmante: de acordo com dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mais da metade dos partos no Brasil são cesarianas, frente à recomendação de 15% feita pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Em grande parte dos casos, os partos cesáreos são desnecessários e prejudiciais à saúde da mulher e do bebê. Itinerância “Um dos principais objetivos do projeto é atingir comunidades que não têm o hábito de frequentar museus”, ressalta Bernardo Jefferson, informando que, ainda no Distrito Federal, a mostra vai passar também pela região da rodoviária e por um evento nacional de saúde. A passagem pelo Distrito Federal é custeada pelo Ministério da Saúde e pela Organização Pan-americana de Saúde (Opas). Além das funções de laboratório e exposição, o projeto Sentidos do nascer inclui atividades paralelas, como debates. A coordenação é do Departamento de Ciências Aplicadas à Educação, da FaE. Há participação, na UFMG, da Escola de Enfermagem, da Escola de Belas-Artes e da Faculdade de Medicina. A Secretaria de Saúde de Belo Horizonte é parceira, assim como a Fiocruz, a USP, UFF, PUC Minas, PUC-Rio e UnB. Leia mais em reportagem do Boletim UFMG e conheça a página do projeto no Facebook.
A exposição já recebeu mais de 25 mil pessoas, em locais como o campus Pampulha (onde estreou, em março deste ano), o Caminho Niemeyer, em Niterói (RJ) e a Praça Tiradentes, no Rio de Janeiro. Seus quatro contêineres integrados – versão integral – estão na praça central de Ceilândia, cidade-satélite de Brasília, onde os visitantes são orientados por mediadores da Universidade de Brasília (UnB), especialmente treinados.