Representantes da Comissão de Saúde Mental da UFMG se reuniram no início da tarde de hoje, 26, com a vice-reitora Sandra Goulart Almeida para dar início aos trabalhos do grupo. A expectativa é de que a comissão transdisciplinar – formada por professores do Departamento de Psicologia, da Faculdade de Medicina e da Escola de Enfermagem, além de servidores e representante do corpo discente – trabalhe para apresentar uma primeira proposta de política de saúde mental para a Universidade na Quarta Semana de Saúde Mental e Inclusão Social, que será ser realizada em maio de 2016. “Mais do que estabelecer uma política de saúde mental, o que se espera de nós é que formulemos propostas de fóruns de discussão capazes de possibilitar que a comunidade da UFMG participe desse processo”, explica a professora Maria Stella Brandão Goulart, presidente da Comissão (em foto de Foca Lisboa/UFMG). Vinculada ao Departamento de Psicologia da Fafich, Stella Goulart conta que a proposta de uma comissão de saúde mental vem sendo discutida mais enfaticamente desde maio deste ano, quando foi realizada a Semana de Saúde Mental e Inclusão Social. Segundo Stella, o Departamento de Atenção à Saúde do Trabalhador (Dast) realizou um levantamento em que diagnosticou a necessidade de que seja oferecida uma atenção maior à saúde mental dos profissionais da Universidade. “Os dados são preocupantes. Há várias situações de afastamentos em razão de sofrimento mental – de servidores, funcionários, professores e de estudantes. Nesse sentido, uma das tarefas da comissão será a de aprofundar esse diagnóstico, de levantar mais dados sobre o problema", informou Stella. “Precisamos de uma política que seja atual, contemporânea, e de procedimentos claros em relação à saúde mental. Os estudos evoluíram muito nesse campo. É essencial contar com a opinião de quem estuda e está trabalhando atualmente nessa área", afirmou a vice-reitora Sandra Goulart Almeida. Histórico Recentemente, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da Universidade determinou que se fizesse uma reflexão maior sobre o tema. A decisão foi motivada por casos de alunos com dificuldades de concluir seus cursos em virtude de quadros de depressão. “O Cepe só se debruça sobre questões acadêmicas, mas percebemos que esses casos não são meramente acadêmicos. Eles demandam outro tipo de reflexão”, afirma a vice-reitora. “As nossas discussões já partem de um princípio ético muito importante, que é o de dar espaço ao protagonismo das próprias pessoas que passam por sofrimento mental e de envolvê-las na discussão”, conclui Stella. A Comissão de Saúde Mental da UFMG está inicialmente formada pelos professores Andréa Maria Silveira, Cláudia Maria Filgueiras Penido, Maurício Viotti Daker, Stella Goulart (presidente) e Teresa Cristina da Silva Kurimoto; pelos servidores Maicon Roberto Martins, Maria das Graças Santos Ribeiro e Regina Monteiro Campolina Barbosa e pela aluna do curso de Psicologia Marcela Maria dos Santos.
Há algum tempo, a saúde mental da comunidade acadêmica vem sendo tema de discussões institucionais na Universidade – especialmente no contexto da rede de serviços de saúde mental, da Pró-reitoria de Extensão e do Programa de Extensão em Atenção à Saúde Mental (Pasme) da UFMG, que envolve diversas instâncias acadêmicas, como Psicologia, Terapia Ocupacional e Enfermagem.