Fotos de Foca Lisboa/UFMG |
Representantes de 14 universidades federais participaram nesta tarde da abertura do 2º Encontro de Assuntos Estudantis e Comunitários da Regional Sudeste, que tem como tema central o direito ao acesso e à permanência dos estudantes. Os gestores são reunidos pelo Fórum Nacional de Pró-reitores de Assuntos Estudantis e Comunitários (Fonaprace). A vice-reitora da UFMG, Sandra Goulart Almeida, afirmou que o fórum é muito importante porque “cuidar da assistência estudantil é cuidar do futuro do país”. Ela destacou a necessidade de união de forças para a consolidação de uma política nacional estável para o setor. “Qualquer retrocesso relacionado à assistência estudantil terá impacto negativo sobre as conquistas dos últimos anos. Devemos manter os alunos, senão os esforços pela inclusão não terão eficácia”, completou. O pró-reitor de Assuntos Estudantis da UFMG, Tarcisio Mauro Vago, ressaltou que o sucesso da reunião desta semana (o evento segue até quinta-feira, 29) demonstra a disposição para "a construção, em parceria, da melhor política de assistência, porque nossos estudantes merecem”. O coordenador nacional do Fonaprace, Leonardo Barbosa, pregou a luta constante para fazer da assistência estudantil “um ponto fixo da agenda do Estado brasileiro”. Ele comentou que o Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes) deve ser transformado em lei para que as ações possam ser ampliadas e fortalecidas. Ao lembrar as pesquisas que indicam desempenho acadêmico equivalente ou até superior dos alunos cotistas em relação aos de ampla concorrência, ele questionou a ideia de que a avaliação das políticas de ação afirmativa deva ser condicionada por aspectos como o desempenho. “A preocupação deve ser a de construir novos mecanismos para garantir a permanência com qualidade. As avaliações devem se tornar mais complexas, com a participação de outros indicadores." Rodrigo Ednilson fez questão de ressaltar que já há experiência relacionada às cotas e às ações afirmativas nas universidades, e que essa experiência deve “iluminar as políticas, as representações sobre o Brasil e o projeto para a nação”. Ele defendeu ainda a necessidade de se aperfeiçoar os modelos de acompanhamento das políticas de inclusão e de que as ações de assistência estudantil incorporem a avaliação sobre as trajetórias dos estudantes beneficiados. “Muitas vezes se enfatiza mais os desafios, e os impactos são subnotificados. E quando se nomeiam os impactos, eles aparecem como desafios", disse Rodrigo, que aproveitou para informar sobre ações do MEC, como grupos de trabalho para acompanhamento da política de cotas e para construção de mecanismos de democratização da pós-graduação, visando à inclusão de negros, indígenas e pessoas com deficiências. A programação do encontro contará com mesas temáticas sobre acessibilidade e esportes, apresentação de trabalhos e discussões em grupos de trabalho. Mais informações podem ser obtidas no site do evento.
Acompanhamento de políticas
Na palestra inaugural do encontro, Rodrigo Ednilson de Jesus [foto], coordenador de relações étnico-raciais na Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC, abordou a qualidade do ensino e dos estudantes. Ele citou o tema da redação do Enem deste ano – a violência contra a mulher – como exemplo de que não basta mais conhecer os conteúdos tradicionais para ingressar no ensino superior. “É preciso saber outras coisas, ser capaz de pensar e se posicionar como cidadão”, disse o professor da Faculdade de Educação da UFMG.