Uma análise comparativa dos regimes dos generais Carlos Ibañez del Campo e Augusto Pinochet no Chile será feita pela historiadora Verônica Valdívia, da Universidade Diego Portales, de Santiago, em palestra nesta segunda-feira, 23, a partir das 15h, no auditório Azul da Escola de Ciência da Informação, campus Pampulha. A atividade é organizada pelo Grupo de Pesquisas História Política, Culturas Políticas na História da Fafich. Ibañismo y Pinochetismo: sindicalismo e guerra social no Chile é o tema da palestra da historiadora, que se dedica, entre outras linhas de investigação, à análise do pensamento político e econômico das forças armadas chilenas. O Ibañismo é uma corrente política inspirada na figura do general Carlos Ibañez del Campo, que presidiu o país durante dois mandatos (1927-1931 e 1952-1958), o segundo por voto popular. O Pinochetismo, por sua vez, deriva do regime implantado por Augusto Pinochet, em 1973, depois de um golpe de Estado que derrubou o presidente socialista Salvador Allende. Seu governo, um dos mais autoritários da América Latina, terminou em 1990. Apesar de repressivos, os dois regimes se diferenciaram em alguns pontos, principalmente na economia. Enquanto o governo de Ibañez adotou um viés desenvolvimentista, que preconizava a presença do Estado na atividade econômica, Pinochet implantou no Chile, ainda na década de 1970, aquela que é considerada a primeira experiência neoliberal do mundo. "O estudo dos dois regimes possibilita fazer comparações esclarecedoras sobre o processo de construção de estruturas políticas autoritárias no Chile", afirma o professor Rodrigo Patto Sá Motta, coordenador do Grupo de Pesquisas História Política, Culturas Políticas na História.