Tatiana Nepomuceno/Fapemig |
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) lançou nesta quinta-feira, 7, chamada para financiar projetos de pesquisa que visam à geração de tecnologias necessárias para a recuperação das áreas afetadas pelo rompimento da barragem da Samarco Mineração em Bento Rodrigues, subdistrito de Mariana, região central de Minas Gerais. O lançamento ocorreu durante cerimônia realizada na sede da Fundação, da qual participaram o presidente, Evaldo Ferreira Vilela, o diretor científico, Paulo Sérgio Lacerda Beirão, o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), José Antonio Bof Buffon, e a vice-reitora da UFMG, Sandra Goulart Almeida. A chamada destinará R$ 4 milhões para financiar o conjunto de projetos aprovados. Cada proposta não pode ultrapassar R$ 200 mil. Os projetos, que podem ser submetidos até 7 de março, devem ser executados em até 24 meses. A Fapemig espera receber propostas de técnicas que ajudem na destinação sustentável da lama liberada pelo rompimento, de mecanismos de recuperação da água ou de tecnologias sociais que contribuam para a qualidade de vida da população. A cada seis meses, os pesquisadores devem encaminhar relatórios de acompanhamento para verificar os avanços das iniciativas. Durante a cerimônia, o presidente da Fapemig, Evaldo Vilela, destacou que a reversão dos efeitos provocados pelo desastre ambiental “passa pela capacidade dos nossos pesquisadores de buscar soluções rápidas e ágeis”. O diretor científico Paulo Beirão explicou que as linhas de pesquisa contempladas no edital foram identificadas em workshop organizado, em dezembro, pela Fapemig, do qual participaram representantes de toda a comunidade científica de Minas e do Espírito Santo. “Há uma série de tecnologias desenvolvidas para o Rio Doce e no campo da mineração apoiadas por editais anteriores. O objetivo agora é consolidá-las e aplicá-las imediatamente”. As áreas contempladas no edital são recuperação do solo, recuperação da água, recuperação da biodiversidade e tecnologias sociais. A vice-reitora Sandra Goulart Almeida disse que o edital é lançado no momento em que a Universidade mapeia grupos e ações de pesquisa e extensão que poderão atenuar os impactos da tragédia. “Ele vai ao encontro do Participa UFMG”, disse ela, referindo-se à denominação dada ao esforço institucional e acadêmico de articular grupos de trabalho envolvidos com o diagnóstico dos danos e possível reconstrução das áreas atingidas pelo rompimento da barragem por meio da estruturação de banco de dados de projetos e de especialistas e por meio estímulo ao desenvolvimento de ações continuadas. Rio Doce “É impossível buscar uma solução sustentável para o rio sem esforços articulados de pesquisa nos dois estados”, declarou o presidente da Fapes, José Antonio Bof. Ele lembrou que, no caso do Rio Doce, o edital lançado pela Fapemig foi formulado com base em informações fornecidas por pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo. “Esse edital vai permitir a mobilização de grupos que já trabalham voluntariamente no mapeamento das consequências do desastre. Com ele, será possível focalizar estrategicamente as soluções", defendeu. (Com informações da Assessoria de Comunicação da Fapemig)
Ainda nesta quinta-feira, a Fapemig e a Fapes assinaram memorando de entendimento que prevê o desenvolvimento de ações conjuntas para minimizar os impactos da tragédia na bacia do Rio Doce, que banha Minas Gerais e Espírito Santo. Essa aproximação também deverá resultar em nova chamada para financiar propostas de redes de colaboração entre pesquisadores de diferentes especialidades para o enfrentamento dos problemas causados pelo desastre.