Universidade Federal de Minas Gerais

Fotos de Foca Lisboa/UFMG
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Campolina no CAD1: burocracia e infraestrutura são desafios dos emergentes

'Educação, ciência e tecnologia são a grande agenda do momento', defende Clélio Campolina durante abertura de ciclo de atividades complementares

quinta-feira, 17 de março de 2016, às 7h05

Educação, ciência e tecnologia são as bases para a inovação econômica e social, defendeu o economista e professor emérito da UFMG Clélio Campolina, durante a conferência Crise global, mudanças geopolíticas e perspectiva do desenvolvimento periférico, que abriu, no Auditório Nobre do Centro de Atividades Didáticas de Ciências Naturais (CAD 1), o ciclo de Atividades Acadêmicas Complementares que serão realizadas ao longo do semestre.

_MG_6847.jpgA atividade contou com a presença da vice-reitora da UFMG, Sandra Goulart Almeida [foto], que destacou a importância dessa série de atividades aprovadas pelo Conselho Universitário com o objetivo de complementar a formação dos estudantes dos cursos do turno noturno na Universidade. “Acreditamos que nossos alunos devem viver a UFMG, e, para isso, participar das atividades que a Universidade oferece é fundamental”, afirmou.

Durante cerca de uma hora, Campolina, que segue como professor na pós-graduação no Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da UFMG (Cedeplar), falou acerca das estruturas do poder mundial, das crises do socialismo e do capitalismo, da ascensão dos países emergentes e de mudanças geopolíticas, além da influência das mudanças tecnológicas e seus impactos no desenvolvimento.

Periferia mundial
Campolina defendeu a importância de olhar como os países periféricos – de América Latina e Ásia – se inserem nos fundamentos da geopolítica mundial e o papel dos territórios na constituição do poder. “A busca por poder e a conquista de territórios não podem ser separados”, lembrou.

Segundo o professor, foi a busca por poder que deu origem aos dois blocos econômicos no período pós-Segunda Guerra. “A reestruturação do sistema capitalista e sua expansão e a estruturação do sistema socialista impulsionaram a Guerra Fria”, destacou.

Crises dos sistemas
Ainda acerca dos sistemas, Campolina afirmou que a ineficiência produtiva, aliada à falta de liberdade e à incapacidade de gestão, foi fundamental para a crise do socialismo. Por outro lado, a crise do capitalismo foi ocasionada por forte desindustrialização das economias dos países centrais, como os membros da União Europeia.

“Costumo dizer que o maior feito da União Europeia foi manter a paz em um continente bastante marcado por guerras e que agora vive uma grande crise social e humanitária com a questão dos refugiados. A Europa colonizou o mundo, e agora todos querem ir para lá”, afirmou.

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Ascensão dos países emergentes
Atualmente, segundo o professor emérito da UFMG, Estados Unidos, União Europeia e Japão ainda ocupam lugar de destaque quando se verificam dados do Produto Interno Bruto (PIB), mas têm perdido força diante do crescimento do mundo asiático, com destaque para o papel da China na economia mundial. “Hoje, a grande disputa no tabuleiro mundial é entre Estados Unidos e China, e não há mais uma única liderança clara constituída”, frisou.

Em relação aos blocos, o Brics – composto de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – tem perdido força diante da expansão do Ticks – formado por Taiwan, Índia, China, Coréia do Sul e Singapura. “Enquanto a expansão econômica do primeiro foi marcada pela exportação de matérias-primas, os países do segundo grupo têm investido fortemente na modernização tecnológica”, distinguiu Campolina.

Vantagens e desafios da periferia
Segundo Campolina, os países da Ásia e da América Latina, entre os quais o Brasil, conjugam vantagens e desafios em relação ao crescimento econômico. Entre as vantagens, o professor destacou as áreas geográficas extensas, a disponibilidade de recursos naturais, as populações vastas que formam grandes mercados consumidores, o multiculturalismo, a uniformidade linguística que facilita a comunicação dentro dos próprios países e os menores níveis de conflito internacional.

Por outro lado, há desafios que precisam ser encarados, como os entraves burocráticos, a desigualdade social, a deficiência de infraestrutura, a corrupção endêmica, a baixa integração entre os setores produtores de ciência e as empresas produtoras de bens e serviços, além da baixa escolaridade fundamental.

Educação, ciência e tecnologia
No encerramento, Campolina reforçou a importância do investimento na educação básica para o desenvolvimento econômico e social. Para o professor, a ciência é a base para a produção de tecnologia e inovação, sendo necessário construir pontes entre a pesquisa e as empresas que enxergam seu fim social.

O economista também teceu críticas ao chamado gnosticismo científico e tecnológico. “A ciência e a tecnologia precisam estar a serviço da humanidade e não a favor da destruição. Pesquisas podem gerar vacinas contra doenças e também podem construir armas usadas em guerras. Como controlar esse avanço científico e tecnológico é um desafio”, afirmou.

Trajetória
_MG_6854.jpgEconomista e professor emérito da UFMG, Clélio Campolina Diniz [foto] é autor de obras de referência sobre economia regional, desenvolvimento econômico, economia da tecnologia, economia brasileira e economia de Minas Gerais. Atuou como pesquisador e professor visitante das universidades de Oxford, Rutgers, Roma, Sevilla e Jean Monet. Reitor da UFMG na gestão 2010-2014, Campolina também foi ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Grandes conferências
O evento integra as Atividades Acadêmicas Complementares, ofertadas pela UFMG. Em quatro datas a cada semestre, as aulas regulares serão substituídas por grandes conferências proferidas por docentes da UFMG e outras personalidades de destaque. Para acompanhar as Atividades Acadêmicas Complementares, os estudantes devem se inscrever por meio do sistema MinhaUFMG.

A próxima atividade da série será no dia 29 de março, também no CAD 1, às 19h, com o pesquisador Bruno Sena Martins, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (Portugal), onde é vice-presidente do Conselho Científico. Ele fará a palestra Corpo e racismo: do colonialismo à descolonização do humano.

Leia mais sobre as atividades de formação complementar em reportagem do Boletim UFMG.

05/set, 13h24 - Coral da OAP se apresenta no Conservatório, nesta quarta

05/set, 13h12 - Grupo de 'drag queens' evoca universo LGBT em show amanhã, na Praça de Serviços

05/set, 12h48 - 'Domingo no campus': décima edição em galeria de fotos

05/set, 9h24 - Faculdade de Medicina promove semana de prevenção ao suicídio

05/set, 9h18 - Pesquisador francês fará conferência sobre processos criativos na próxima semana

05/set, 9h01 - Encontro reunirá pesquisadores da memória e da história da UFMG

05/set, 8h17 - Sessões do CineCentro em setembro têm musical, comédia e ficção científica

05/set, 8h10 - Concerto 'Jovens e apaixonados' reúne obras de Mozart nesta noite, no Conservatório

04/set, 11h40 - Adriana Bogliolo toma posse como vice-diretora da Ciência da Informação

04/set, 8h45 - Nova edição do Boletim é dedicada aos 90 anos da UFMG

04/set, 8h34 - Pesquisador francês aborda diagnóstico de pressão intracraniana por meio de teste audiológico em palestra na Medicina

04/set, 8h30 - Acesso à justiça e direito infantojuvenil reúnem especialistas na UFMG neste mês

04/set, 7h18 - No mês de seu aniversário, Rádio UFMG Educativa tem programação especial

04/set, 7h11 - UFMG seleciona candidatos para cursos semipresenciais em gestão pública

04/set, 7h04 - Ensino e inclusão de pessoas com deficiência no meio educacional serão discutidos em congresso

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