Fotos: Dênis Delano-ICA/UFMG |
Preservação da raça de suínos Piau e implantação de um sistema de produção que melhore as condições de desenvolvimento e manejo da raça pelos agricultores familiares no Assentamento Estrela do Norte. Esse é o objetivo de um dos projetos de extensão universitária da UFMG que integram o Programa de Desenvolvimento Rural e Apoio a Reforma Agrária (Prodera) visitado nesta sexta-feira, 8, pela pró-reitora de Extensão Benigna Maria de Oliveira, acompanhada pelo coordenador do Prodera, professor Helder dos Anjos Augusto, e de parte da equipe responsável pela ação de extensão. O programa atua na área rural e urbana de Montes Claros, e em alguns municípios no Norte de Minas Gerais. O objetivo é fomentar ações na área de extensão, ensino e pesquisa, oferecendo apoio às questões agrárias e a promoção da sustentabilidade social, econômica, cultural, ambiental, política e demográfica no campo brasileiro. O projeto visitado é coordenado pelo professor Bruno Alexander. Ele explica que, nessa região, muito agricultores familiares criam suínos de raças nacionais, como o Piau, basicamente para o consumo familiar. O excedente é comercializado. Devido a isso, é fundamental que o produtor atenda às necessidades do mercado e use técnicas aprimoradas de manejo. A equipe envolvida no trabalho, formada por bolsistas e assentados, sob a orientação do professor Bruno Alexander, pretende implantar e desenvolver um sistema de produção extensivo sustentável de suínos utilizando a raça Piau, por meio da implantação de centros de irradiação e manejo agroecológico nas áreas de assentamentos de reforma agrária no Norte de Minas. “A intenção é melhorar as condições de desenvolvimento da raça, de forma a torná-la rentável e produtora de uma carne saudável de origem orgânica”, afirma o professor Bruno Alexander. O professor lembrou ainda que a Piau é a primeira raça nativa registrada no Brasil (1989), com origem nos Estados de Minas Gerais, Goiás e São Paulo. A raça é conhecida pela rusticidade, resistência e já está adaptada às condições do semiárido. Para a moradora do assentamento Darlene Silva Teixeira, esse trabalho oferece importante apoio aos agricultores familiares. “No futuro, quando eu tiver meus filhos, espero que eles possam ser reconhecidos e consigam bons empregos com base no que vão aprender aqui mesmo no assentamento”. A visita terminou na Cooperativa Camponesa Veredas da Terra, fundada em 2007. Sua missão é promover o desenvolvimento socioeconômico das famílias cooperadas e fornecer alimentos saudáveis e prestação de serviços. Entre os produtos estão cachaça, mel, rapadura e as sementes agroecológicas. Benigna de Oliveira destacou que “é muito importante estar aqui para ver o quanto essa parceria entre a Universidade, os assentados e os alunos têm rendido bons frutos para toda a comunidade. Há uma preocupação com o meio ambiente, com a sociedade, com a educação, e ainda me surpreendi com a cooperação internacional que já vem sendo desenvolvida aqui.” Saluzinho O objetivo é incorporar à Universidade um grupo de agricultores - “especialistas” tradicionais - que reproduzam o cotidiano da unidade familiar de produção no campus, em interação com atividades regulares de ensino, pesquisa e extensão, fortalecendo as relações da UFMG com o saber tradicional e a comunidade local. Leia mais sobre a iniciativa em matéria publicada no Boletim. A pró-reitoria de Extensão, Benigna de Oliveira, analisou a relevância de visitas como a realizada esta semana em Montes Claros. “Temos várias propostas para avaliar as ações de extensão, é essencial visitá-las, ver, in loco, como elas acontecem, compreender como os estudantes da UFMG se envolvem nelas, já que muitos são bolsistas. Nosso objetivo é dimensionar a inserção desses alunos e o impacto das ações em sua formação acadêmica e cidadã”, conclui Benigna. (Assessorias de comunicação da Proex e do Instituto de Ciências Agrárias da UFMG)
Projeto em Montes Claros pretende melhorar as condições de criação de suínos da raça Piau
Ontem a pró-reitora de Extensão, Benigna Maria de Oliveira, acompanhada da coordenadora do Centro de Extensão (Cenex) do ICA, professora Júlia Maria de Andrade, participou das atividades do programa de extensão Centro de Referência da Cultura Material da Agricultura Familiar, mais conhecido como Sítio de Saluzinho. Trata-se de um dos maiores programa de extensão do Instituto de Ciências Agrárias, que já recebeu, desde 2010, mais de quatro mil crianças de seis a 10 anos que fazem oficinas ao ar livre com “docentes camponeses” e participação de bolsistas de várias áreas do conhecimento.