O Centro Cultural UFMG inaugura hoje (quarta, 4) a exposição TRANS, do artista visual Domingos Mazzilli, com curadoria de Rodrigo Vivas. São 50 trabalhos realizados a partir de 2007, 18 deles criados neste ano e ainda inéditos. A exposição é constituída de objetos, fotografias, bordados, colagem e instalação que reverenciam a obra de Amílcar de Castro, Lygia Clark, Marcos Coelho Benjamim, Farnese de Andrade e Tarsila do Amaral. A mostra aborda questões de gênero, etnia, memória e promove diálogos com o tempo presente. Os trabalhos têm forte apelo, mesmo para os não iniciados na arte contemporânea, em razão da diversidade dos materiais utilizados e da familiaridade dos objetos. “Falo de um mundo que está desmoronando, ruindo. Daí a nostalgia, a memória e certa saudade do paraíso perdido. Como Proust, em ‘Em busca do tempo perdido’ e Bartolomeu Campos de Queirós, em ‘Vermelho amargo’, meu trabalho é uma tentativa de paralisar o tempo, contabilizar perdas e dar um sentido a elas. Podem chamar minha arte de existencial”, diz Mazzilli. O curador e professor da Escola de Belas Artes da UFMG, Rodrigo Vivas, escreve que a mostra "perpassa as relações fluidas entre as linguagens e as representações da arte contemporânea. O termo TRANS visa designar esse universo de contínua transformação dos suportes nos objetos, fotografias e performances". Ainda segundo Vivas, Domingos Mazzilli é "artista inteligente que circula entre os espaços: de crítico, de historiador da arte, de curador. Congrega e dialoga com todas as referências do circuito e constrói com competência o próprio circuito”. O artista Fez 16 exposições individuais entre Belo Horizonte, São Paulo e Ouro Preto, passando por espaços como Palácio das Artes, Museu Abílio Barreto, Sesc Pompéia e Casa dos Contos. Reside no distrito de Macacos, Nova Lima, próximo a Belo Horizonte.
Nascido em Muzambinho (MG), em 1963, Mazzilli formou-se médico pela UFMG e especializou-se em psiquiatria e história da arte. Cursou a Escola de Belas Artes da UFMG e a Escola Guignard, da UEMG. Abandonou a medicina em 2007, com 43 anos, para dedicar-se à arte. Transita por vários suportes: faz objetos e assemblages, borda lingeries antigas, objetos de cozinha e carne, além de criar vídeos, instalações e fotoperformances. Seus temas recorrentes são o feminino, o doméstico e o íntimo.