Fotos: Foca Lisboa / UFMG |
Estudantes de graduação em Farmácia trocaram a sala de aula, durante o mês de maio, por atividades de conscientização e mobilização no combate ao mosquito Aedes aegypti em escolas públicas, residências e unidades acadêmicas do campus Pampulha. Realizado na disciplina de Fisiologia aplicada à Farmácia, o trabalho focalizou a prevenção das doenças dengue, zika e chikungunya com ações como mapeamento de focos do mosquito em prédios do campus Pampulha, palestras para estudantes do ensino médio e elaboração de folder com informações de prevenção em residências. Segundo a professora da disciplina, Maria de Fátima Leite, trabalhar com esse tema foi uma decisão conjunta da turma, depois do surto das doenças relacionadas ao Aedys aegypti, principalmente a dengue, nos primeiros meses do ano. Os alunos foram divididos em seis grupos de seis ou sete pessoas, e cada equipe escolheu a forma que ia desenvolver seu projeto. Os resultados do trabalho foram apresentados em auditório do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) nesta terça-feira, 24. “Como profissionais de saúde temos o dever de trabalhar mais com a prevenção do que com o tratamento. E, no caso dessas doenças, a melhor estratégia é a prevenção”, lembrou Fátima Leite, que é farmacêutica e professora do Departamento de Fisiologia e Biofísica do ICB. Em sua opinião, as atividades realizadas em contato com a população são uma forma de divulgação da profissão farmacêutica, além de reforçar a autoestima dos alunos como futuros profissionais de saúde. “Muitas vezes o farmacêutico é visto apenas como uma pessoa atrás do balcão e não como um profissional que sabe muito da área de saúde, capaz de orientar e prevenir doenças. Eles tiveram a oportunidade de sair e agir em vários locais, também fora do campus”, destaca. Projetos Outra equipe elaborou folder de prevenção, para casas e apartamentos, que contém tabela na qual o leitor acompanha possíveis focos de contaminação. O material impresso também oferece informações e dicas de preparo de soros, solução mais indicada para tratamento de pacientes que contraem as doenças relacionadas ao Aedys aegypti. A visita à escola incluiu ainda a “prova do laço”, teste rápido que aponta a presença de contaminação. Para a estudante Bárbara Brasil, não faltam provas da importância da ação: “além da avaliação positiva da prática pelos alunos do ensino médio, que analisaram a didática como simples e de fácil entendimento, a diretoria da escola nos convidou a voltarmos para realizar palestra para todo ensino fundamental”. Em levantamento feito por um dos grupos no prédio do Instituto de Ciências Exatas (ICEx), foram encontrados números preocupantes. Dentre 110 alunos entrevistados, 41 (aproximadamente 37%) afirmaram já ter contraído dengue. Em alguns casos, o local suspeito de contágio era a própria Universidade. Os dados obtidos pelos grupos serão organizados em gráficos e planilhas e encaminhados à direção da Universidade e dos prédios visitados. “Acreditamos que essas informações podem subsidiar ações institucionais”, diz a professora Maria de Fátima Leite.
Entre os projetos colocados em prática estão uma pesquisa de opinião em diferentes pontos da UFMG sobre os focos de dengue, a contração e o combate à dengue na Universidade, e experiências com a “mosquitoeira”, armadilha feita de garrafa pet que prende larvas do mosquito e retira do ambiente suas próximas gerações.
Uma das ações voltadas para a conscientização, em especial do público jovem, foi palestra realizada no Colégio Tiradentes, da Polícia Militar de Minas Gerais, para estudantes do segundo e terceiro anos do ensino médio [foto acima]. Além de informações sobre o ciclo de vida do mosquito, tratamento das doenças e formas de prevenção, foram distribuídos frascos de repelente, mediante jogo de perguntas e respostas.