Na abertura do 25º Congresso Nacional de Pós-graduandos (CNPG), na manhã desta sexta-feira, no campus Pampulha, o reitor Jaime Ramírez destacou a necessidade de que encontros de estudantes discutam o atual momento político brasileiro. Com o tema Pós-graduandos em defesa da democracia para superar a crise e conquistar mais direitos, o evento vai debater, além do papel social do pós-graduando, o modo como as mudanças políticas do governo provisório afetam o ensino e a pesquisa do país. Fotos: Foca Lisboa / UFMG Ramírez reafirmou a disposição da UFMG em lutar por um ministério exclusivo e pela manutenção de uma política de Estado para a área de CT&I. “Se o governo sinaliza que vai mudar a obrigatoriedade de recursos destinados à saúde e à educação, não tenho dúvidas de que teremos reduções de recursos. Não podemos aceitar o retrocesso, se temos a intenção de construir um país mais igualitário. Qualquer país que queira ser soberano e justo precisa investir mais em educação, ciência, tecnologia e saúde”, afirmou. Segundo a presidente da Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG), Tamara Naiz [foto], os estudantes de mestrado e doutorado têm papel importante no debate político atual. “Em 1996, quando realizamos o primeiro congresso, nossa intenção era fortalecer o ensino de pós-graduação no Brasil. Agora temos certeza de que o ciclo iniciado há 20 anos não pode ser interrompido, daí a necessidade de lutarmos contra essas mudanças”, disse. Também participaram da abertura do congresso o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do governo de Minas Gerais, Miguel Corrêa, o vice-presidente da Associação Nacional de Pós-graduandos, Cristiano Moraes Junta, o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), Evaldo Ferreira Vilela, a secretária adjunta regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Luana Bonone, e a presidente da União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais, Luanna Ramalho. As atividades do CNPG, que prosseguem até domingo, 12, ocorrem no salão nobre do CAD 1 e em outros espaços do campus Pampulha. Confira abaixo a programação do evento. Outras informações estão disponíveis na internet. 10 de junho 11 de junho 12 de junho
“O nosso país vive uma situação delicada, complexa e arriscada. Estão ocorrendo retrocessos, e a fusão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação com o Ministério das Comunicações é um novo arranjo que não interessa à sociedade. É importante, pois, que estudantes de pós-graduação reflitam sobre cenário, que não pode ser desconsiderado pela comunidade acadêmica”, disse o reitor [foto ao lado].
14h às 17h: Direitos estudantis e trabalhistas dos pós-graduandos.
14h às 17h: Desafios para a democratização da educação e do conhecimento científico.
14h às 17h: Democratização da mídia.
13h às 17h30: Mostra científica.
8h às 11h30: Mostra científica.
9h30 às 12h: Assédio moral, sexual, discriminação e desigualdade na universidade: precisamos conversar sobre essas questões.
9h30 às 12h: Participação social, democracia e direitos humanos.
9h30 às 12h: Desafios da formação de saúde: participação social e políticas equidade.
9h30 às 12h: A política nacional de CTI – financiamento, agenda estratégica, desenvolvimento e soberania.
14h30 às 17h: 50 anos da OCLAE: por uma integração educacional, científica e tecnológica na América Latina.
14h30 às 17h: Mulheres na academia: direitos e representatividade.
14h30 às 17h: O impacto social da ciência e o papel do cientista na sociedade.
14h30 às 17h: Desafios do movimento nacional de pós-graduandos.
18h30 às 20h30: Ato político: defender a democracia, superar a crise e conquistar mais direitos.
9h às 18h: Plenária final.
Mesa de abertura do congresso, cujo tema é a defesa da democracia e a superação da crise