A construção de entidade em Minas Gerais que fortaleça mecanismos para o avanço de políticas públicas para as mulheres é objeto de seminário que segue até amanhã (28), com exibição de filmes e debates, na Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, na Praça da Liberdade. Na abertura do evento, na tarde desta terça-feira, 26, foi assinado protocolo de intenções para a criação do Observatório Estadual da Igualdade de Gênero de Minas Gerais. Além da pró-reitora adjunta de Extensão, Claudia Mayorga, que representou a UFMG, assinaram o documento Nilmário Miranda, secretário de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania (Sedpac), e dirigentes das universidades do Estado de Minas Gerais, Estadual de Montes Claros, Federal de Juiz de Fora, PUC Minas e da Fundação João Pinheiro. “Ainda muito forte, a desigualdade de gênero é acentuada quando a pele da mulher é preta e em função do lugar de Minas Gerais em que ela está – se no Jequitinhonha, no Mucuri ou Norte de Minas, nas periferias ou no centro das cidades”, pondera Nilmário Miranda, informando que o observatório vai atuar “sobre dois grandes eixos: a violência contra a mulher e as políticas igualitárias”. Segundo ele, a criação dessa instância também vai permitir a elaboração e o monitoramento de indicadores de gênero nos 17 territórios de desenvolvimento econômico e social do estado. Claudia Mayorga enfatizou o compromisso público da UFMG com a transformação social, seja pela formação cidadã dos estudantes, pela extensão universitária ou pelo acúmulo de produções de ensino, pesquisa e extensão na área de gênero, e fez referências a iniciativas desenvolvidas na Universidade que poderão contribuir com o Observatório. “Vivemos, também nas universidades, contexto de desigualdades, de violência de gênero e desvalorização de áreas do conhecimento que são mais feminizadas do que outras, e isso também deve ser objeto da nossa reflexão”, afirmou. Entre as estratégias adotadas pela UFMG para mudar esse quadro, Cláudia Mayorga citou o uso do nome social, a proibição do trote e a existência de uma rede em direitos humanos, “que já conta com a participação de 15 grupos que poderão integrar o Observatório”. Informou também que a Universidade vai oferecer, a partir de 2017, aos alunos de graduação e de pós-graduação, a formação transversal em direitos humanos, “conjunto de disciplinas de 360 horas/aulas, que abordarão questões de gênero, raciais, LGBT e dos deficientes entre outros temas”. A superintendente de autonomia econômica das mulheres e articulação institucional da Sedpac, Renata Rosa, falou sobre a importância da presença de instituições de ensino superior na proposta do Observatório. Segundo ela, os movimentos sociais de mulheres têm demandado ações para “questões que ainda precisam de estudos e pesquisas, mas o estado não possui dados para subsidiar a elaboração e a proposição das políticas públicas de modo a atender às mulheres como elas merecem. Contudo, projetos de extensão e núcleos de pesquisa de boa parte das universidades já têm ações nessa temática”, ponderou. (Com Assessoria de Comunicação da Pró-reitoria de Extensão)