Uma das mais importantes expressões do sincretismo religioso brasileiro na música, a Missa afro-brasileira (de batuque e acalanto) será apresentada nesta terça-feira, 27, pelo Coro Madrigale. O concerto, que integra o projeto Conexões Musicais do Conservatório UFMG, começa às 20h, com entrada franca. A luta dos escravos mantidos em cativeiro é o ponto de partida da produção, que se inspira na fusão da religião católica com os ritos africanos como meio encontrado pelos negros para expressar sua devoção às divindades de seus ancestrais. Composta por Carlos Alberto Pinto Fonseca, que durante décadas foi regente do Ars Nova Coral da UFMG, a Missa afro-brasileira rompe as barreiras entre a música sacra e a profana e entre a música erudita e a popular. A obra reúne elementos do folclore afro-brasileiro, intercalando trechos rítmicos, que aludem à tradição africana, e partes mais melódicas, que ressaltam aspectos do acalanto e de outras formas típicas da música brasileira. Regido desde sua fundação pelo maestro e diretor artístico Arnon Oliveira, o Madrigale tem executado, ao longo dos anos, um repertório coral e sinfônico-coral que vai da Renascença à contemporaneidade. Suas apresentações incluem versões de compositores brasileiros e de arranjos de MPB em parceria com o músico Hely Drummond. O maestro Oliveira já esteve à frente dos coros Acesita, D. Silvério, Newton Paiva e TJMG. Atualmente, rege o Coro Madrigale e o Coral BDMG e leciona Regência Coral na UFMG.
Atuando como regente aos 16 anos de idade, Arnon Oliveira formou-se em Piano pela UFMG, em 1991, e em Regência, em 1997, também pela UFMG. É mestre em Musicologia pela Uni-Rio e doutor em História pela UFMG.