Um dos nomes mais importantes da arqueologia africana, o professor Augustin Holl, de universidades na França e na China, fará conferência na próxima terça, 1º, no auditório da Reitoria, sobre a expansão dos falantes bantu da Nigéria e de Camarões até a África do Sul. A conferência, aberta ao público amplo, terá início às 14h. Haverá tradução simultânea e será emitida declaração de comparecimento, mediante solicitação. Inscrições prévias podem ser feitas com o preenchimento deste formulário. Vice-diretor do Instituto de Humanidades e Ciências Sociais do Centre National de Recherche Scientifique (CNRS), da França, e diretor do comitê científico da Unesco para o Nono Volume da História Geral da África, Augustin Holl estará na UFMG de 31 de outubro a 12 de novembro, como convidado do Programa de Cátedras Fundep/Ieat. O anfitrião é o professor Luís Cláudio Pereira Symanski, do Departamento de Antropologia e Arqueologia. O tronco Bantu De acordo com Augustin Holl, essas línguas são tão fortemente relacionadas que uma origem comum remota foi postulada desde o início dos estudos linguísticos. A problemática da pesquisa foi, inicialmente, de natureza exclusivamente linguística e gerou debates intensos entre hipóteses rivais. Nos anos de 1960, os historiadores entraram em cena; os arqueólogos aparecem na década seguinte. Mais tarde, as ciências ambientais e a genética aportaram dados novos e consistentes ao debate, que se constitui no tema da conferência de terça-feira. Arte, sociedade e morte Sua pesquisa tem foco na origem da produção de alimentos, metalurgia, emergência da complexidade social na África Ocidental e no Levante Meridional, arqueologia da arte rupestre, arqueologia mortuária, etnoarqueologia e arqueologia histórica. Conduziu trabalho de campo no sudoeste do Saara, na Mauritânia, no deserto Negev, em Israel, no norte de Camarões e no noroeste de Burkina Faso. Atualmente, coordena programa de pesquisas sobre o megalitismo (grandes monumentos em pedra) na região de Senegal e Gâmbia, na África Ocidental. É autor de 12 livros, editor de dois volumes e assina diversos textos em periódicos e em coletâneas de ensaios. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (31) 3409-4123 ou pelo endereço eletrônico info@ieat.ufmg.br.
O tronco Bantu da família linguística Niger-Congo se espalha por dois terços do continente africano. É composto de centenas de línguas, difundidas de Camarões/Nigéria à África do Sul, que têm confundido os linguistas históricos desde a segunda metade do século 19.
Além da grande conferência, o professor Augustin Holl vai participar, nos dias 3 e 4 de novembro, do simpósio Arqueologia e estudos de cultura material da África e da diáspora africana, organizado pelo Centro de Estudos Africanos da UFMG. De 7 a 11, o pesquisador vai ministrar o minicurso Arqueologia da África e Teoria Contemporânea do Desenvolvimento. A atividade, de 15 horas-aula e sediada no auditório Luiz Bicalho, da Fafich, está cadastrada em disciplina do Programa de Pós-graduação em Antropologia e contará crédito para alunos matriculados em qualquer programa. Outros participantes receberão certificados de participação.
Professor da Universidade de Paris-Ouest Nanterre La Défense (França) e da Universidade Xiamen (Província de Fujian, China), Augustin Holl obteve o Ph.D na Universidade Paris I – Pantheon-Sorbonne e habilitação de doutorado na Universidade de Paris-X Nanterre. Foi professor da Universidade da Califórnia, em San Diego, professor e curador da Universidade de Michigan em Ann Arbor e pesquisador associado do Museu Field de História Natural, em Chicago (todos nos Estados Unidos).