Natiele Lopes / UFMG
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Em dois anos, o acordo geral firmado entre a UFMG e a Universidade de Southampton (UoS), do Reino Unido, abriu caminho para cerca de 10 frentes de parceria, como mobilidade estudantil, e projetos em campos como medicina, química e engenharias. O balanço foi feito pelo professor Colin Grant, vice-presidente para assuntos internacionais da instituição, em visita à UFMG nesta quinta-feira, 10. Ele foi recebido pela vice-reitora Sandra Goulart Almeida e pelo diretor de Relações Internacionais, Fábio Alves. “Estamos galopando juntos”, disse Grant, visivelmente satisfeito com o fato de que as parcerias postas em prática estão “gerando impactos positivos”. Na reunião desta tarde, os dirigentes da UoS e da UFMG discutiram possibilidades de identificar novas frentes de cooperação. Além do acordo geral assinado em 2014, as duas instituições estão finalizando a tramitação de um convênio de intercâmbio para mobilidade em graduação e pós-graduação na área de humanidades. A vice-reitora Sandra Goulart Almeida disse vislumbrar “grande potencial” na relação acadêmica com Southampton, que considera estratégica para as duas instituições. Ela espera ampliar a parceria, de forma a abranger, inclusive, cooperações triangulares entre as duas instituições e com uma terceira instituição com a qual elas mantêm afinidades. Para o vice-presidente da UoS, essa perspectiva também anima a universidade britânica. “A possibilidade de impacto científico e social é sempre maior quando não se age sozinho”, defendeu. Durante a reunião, o professor Fábio Alves sugeriu que um próximo passo seja o mapeamento das ações já existentes e das possibilidades de ampliação. “É importante que foquemos em áreas estratégicas”, defendeu. Em fevereiro deste ano, o reitor Jaime Ramírez visitou várias universidades britânicas, e a UoS foi uma delas. “Southampton foi apontada pelo nosso reitor como uma das que apresentavam ótimas possibilidades de cooperação”, relatou a professora. A UoS tem 16 mil estudantes de graduação e sete mil de pós-graduação distribuídos em áreas como direito, arte, engenharia e ciências médicas. Afinidade com o Brasil Colin Grant elogiou a qualidade das universidades e institutos de pesquisa brasileiros e defendeu o que chama de “talento móvel”. “É um valor do qual as universidades britânicas não abrem mão” disse ele, acrescentando que o complexo processo de operacionalização do Brexit [saída da União Europeia] deve ser feito de forma compatível com a estratégia industrial do governo britânico. “Vinte e cinco por cento de nossos alunos e professores não nasceram no Reino Unido, e as comunidades multiculturais são a nossa maior riqueza”, concluiu.
Expressando-se em português fluente, o vice-presidente para Assuntos Internacionais da UoS também falou de sua afinidade com o Brasil, onde morou de 1994 a 1998, quando trabalhou na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) como professor visitante na área de Literatura, Teoria do Discurso e Filosofia Social. “Tenho do Brasil memórias fantásticas”, disse ele, lembrando que sua filha mais jovem nasceu no Brasil, e a mais velha, que nasceu no Reino Unido, hoje mora em Belo Horizonte, tendo, inclusive, se graduado em Letras na UFMG.