Uma velha televisão reproduz imagens rasuradas minutos antes de se estilhaçar em centenas de pedaços. Filmada em ultra-câmera lenta, a implosão chama atenção para o processo de destruição do objeto símbolo da cultura de consumo no país. Qual o papel da TV hoje? Ela ainda é o principal meio de informação e entretenimento em sociedades como a brasileira, que conta com uma das maiores taxas de analfabetismo do mundo? Estimular essa reflexão é a proposta do vídeo Arquivo morto, em cartaz na fachada digital do Espaço do Conhecimento UFMG, a partir de hoje, 24, das 19h às 23h. Para efetivar a produção, os três artistas contaram com uma televisão velha, encontrada na rua, alguns explosivos e uma câmera, capaz de captar lentamente os mínimos detalhes do rápido processo de implosão. As ruínas, segundo os realizadores, são a melhor forma de questionar o ideal de comunicação representado pela TV na cultura contemporânea. Arquivo morto fica em exibição até 30 de novembro. Voltada para a Praça da Liberdade, a fachada digital estabelece interface dialógica entre o museu e o espaço público por meio de exibições noturnas de imagens que misturam arte e ciência. (Com Assessoria de Comunicação do Espaço do Conhecimento UFMG)
Produzido pelos artistas Felipe Chimicatti, Pedro Carvalho e Ricardo Burgarelli, do ateliê de imagem Naum, o vídeo é inspirado no filme Zabriskie point, do cineasta italiano Michelangelo Antonioni, que retrata o movimento de contracultura nos EUA, na década de 1970.