Divulgação/ Jornal A Sirene |
Os efeitos do rompimento da barragem do Fundão, em Bento Rodrigues, há pouco mais de um ano, serão discutidos na última edição do ano do Café Controverso, do Espaço do Conhecimento UFMG, neste sábado, 26, a partir das 11h, na livraria do museu. Para o debate, intitulado O estrago da lama, foram convidadas Lucimar Muniz, herdeira de propriedades em Bento Rodrigues, e Raquel Oliveira, professora do Departamento de Sociologia da UFMG, que desenvolve estudos sobre a temática ambiental. A participação, gratuita, será acessível na Língua Brasileira de Sinais (Libras). “Além de não termos sido indenizados, o que mais nos incomoda é a falta de participação da comunidade nesse processo. Tudo isso amplia os danos provocados pelo rompimento da barragem", afirma Lucimar, que, desde então, atua em defesa do patrimônio cultural das comunidades afetadas. Ela integra o conselho editorial do Jornal A Sirene, produzido por pessoas atingidas. Para a professora Raquel Oliveira, o desastre não se restringe à espacialidade da lama. “É preciso entendê-lo como um processo social que se desdobra em crise crônica à medida que suas repercussões se revelam profundas e continuadas. Tudo isso gera um doloroso processo de reorganização das interações sociais e das relações com o território, com os recursos naturais e com as estratégias de vida historicamente construídas pelas famílias para sua reprodução econômica e social”, afirma a pesquisadora. Destruição A bacia do Rio Doce foi totalmente poluída, impedindo as atividades de pesca da população ribeirinha e o abastecimento de água em municípios da região central de Minas Gerais e do litoral do Espírito Santo. O Espaço do Conhecimento UFMG está localizado na Praça da Liberdade, 700. (Com Assessoria de Comunicação do Espaço do Conhecimento UFMG)
Em apenas 15 minutos, a barragem de rejeitos da mineradora Samarco lançou cerca de 40 milhões de metros quadrados de rejeitos de minério de ferro sobre o meio ambiente, devastando Bento Rodrigues, subdistrito de Mariana. Por onde passou, a lama destruiu casas, famílias e vidas, deixando 19 mortos e centenas de feridos.