Fotos: Foca Lisboa / UFMG |
Nem todas as pessoas seguirão uma carreira científica, mas elas precisam do conhecimento construído pela ciência para se posicionarem e atuarem como cidadãos, defendeu o professor Ildeu de Castro Moreira, do Instituto de Física da UFRJ, em sua conferência no IV Fórum de Cultura Científica da UFMG, realizado na tarde desta sexta-feira, 2, na Faculdade de Ciências Econômicas, campus Pampulha. Ildeu Moreira, que também é vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), falou sobre os desafios da divulgação e a necessidade de se consolidar uma cultura científica no país. “A ciência também é cultura, ela representa uma ideia de compartilhar os procedimentos, as práticas, a maneira de olhar o mundo”, disse ele, que destacou o crescimento do investimento em ciência e tecnologia no país nas últimas décadas, apesar de a educação científica ainda ser falha, principalmente nas escolas. O professor também destacou as principais tensões que envolvem a divulgação da ciência, como o seu alcance, as controvérsias entre cientistas e jornalistas, o conflito de gerações e as divergências envolvendo as ciências da natureza, as humanas e as sociais. Balanço Durante o evento, foi confirmada a oferta, para o próximo semestre, da formação transversal em divulgação científica e foram encaminhadas deliberações da 69ª Reunião Anual da SBPC, que será realizada na UFMG de 16 a 22 de julho do ano que vem. Maior evento científico do país, reunirá pesquisadores de todo o Brasil com o tema Inovação – diversidade – transformações. A Reunião integra as comemorações dos 90 anos da Universidade. A vice-reitora Sandra Goulart Almeida afirmou que o fórum é importante espaço de divulgação. “Os tempos são difíceis para toda comunidade científica e acadêmica, mas principalmente para as universidades públicas e gratuitas. O fórum tem o papel importante nessa Universidade, que produz conhecimento, mas também o divulga”, afirmou. A pró-reitora de Extensão, Benigna Maria de Oliveira, lembrou que o Fórum de Cultura Científica é resultado de iniciativa de docentes, servidores técnico-administrativos e estudantes que já vinham trabalhando com a comunicação da ciência em diversas abordagens e unidades da UFMG. Organizado pela pró-reitoria de Extensão, o evento contou com a presença de professores, estudantes, servidores técnico-administrativos e membros da comunidade externa. A mesa de discussão reuniu a vice-reitora Sandra Goulart de Almeida, a vice-diretora da Face, Lízia de Figueirêdo, o professor Ildeu de Castro Moreira, da UFRJ, a diretora de Divulgação Científica, Silvania Nascimento, e o professor da Faculdade de Educação Luciano Mendes. (Com Assessoria de Comunicação da Proex) Segundo Ildeu de Castro Moreira [foto ao lado], são três os vetores de popularização da ciência e tecnologia: espaços científico-culturais, como museus e parques, mídia, internet e redes sociais e atividades e eventos de mobilização, como feiras. Ele citou iniciativas de divulgação científica realizadas por grupos brasileiros, como o Museu Itinerante Ponto UFMG, analisou resultados de pesquisas sobre o interesse dos brasileiros pelo assunto estimulou os participantes a apresentarem “a ciência da maneira que ela é, interessante e relevante”.
Na segunda parte do evento, a professora Silvania Nascimento, diretora de Divulgação Científica da UFMG, fez um balanço das realizações do fórum no segundo semestre de 2016. “Trabalhamos articulados com a Rede Mineira de Comunicação Científica (RMCC), desenvolvemos programa de formação para jornalistas e divulgadores da ciência e elaboramos o projeto da formação transversal em divulgação científica”, pontuou. Além dessas atividades, a Diretoria de Divulgação Científica organizou, neste ano, a UFMG Jovem, a V Feira de Ciência do Norte de Minas Gerais e participou da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) e da Feira Internacional de Negócios, Inovação e Tecnologia (Finit).