Foca Lisboa / UFMG |
Pesquisadores e gestores acadêmicos e de agências de financiamento discutem, nesta quinta-feira, dia 24, as condições de oferta das atividades de pós-doutorado no Brasil. Esse é o primeiro debate ampliado na UFMG sobre a residência pós-doutoral, regulamentada por resolução do Conselho Universitário de março deste ano. A mesa-redonda Pós-doutorado – a visão das agências financiadoras e da academia reunirá os presidentes do CNPq, Mário Neto Borges, e da Fapemig, Evaldo Ferreira Vilela, o diretor de Programas e Bolsas da Capes, Geraldo Nunes Sobrinho, o pró-reitor adjunto de pós-graduação da USP, Márcio de Castro Silva Filho, e o professor Gustavo Batista de Menezes, do Departamento de Morfologia do ICB. Segundo a pró-reitora de Pós-graduação da UFMG, Denise Trombert, o objetivo do evento é reunir o maior número possível de perspectivas sobre os desafios do pós-doutorado, principalmente em relação ao financiamento dos projetos. “O professor Márcio de Castro, por exemplo, foi diretor de bolsas da Capes e hoje é pró-reitor na USP. Ele tem uma ampla compreensão sobre a questão. Gustavo Menezes, por sua vez, foi pós-doutorando no ICB e hoje, como docente da UFMG, supervisiona residentes. Já os gestores da Capes, CNPq e Fapemig vão apresentar as visões e as iniciativas das agências que dirigem”, afirma a professora. Vinculada a programas que oferecem doutorado, a residência é aberta a doutores que queiram se aprofundar em alguma linha de investigação ou estabelecer relações acadêmicas com grupos de pesquisa consolidados em áreas de seu interesse. Na UFMG há, atualmente, cerca de 300 residentes vinculados a 53 programas de pós-graduação. De acordo com a resolução em vigor na Universidade, a residência pós-doutoral deve ter duração mínima de três meses e máxima de um ano. A critério do colegiado do curso de pós-graduação ao qual o pesquisador está vinculado, a residência poderá ser renovada por outros períodos de até 12 meses. A residência pode ser ou não financiada com bolsas, que, no Brasil, são concedidas, em sua maioria, pela Capes, por meio do Programa Nacional de Pós-doutorado (PNPD). Não é permitido ao pós-doutorando bolsista ter vínculo empregatício durante a vigência da bolsa. Na avaliação da professora Denise Trombert, esse é um aspecto da política de fomento que poderia ser revisto. “Seria importante que o pesquisador concluísse o seu projeto e alcançasse os resultados almejados em seu plano de trabalho. Por isso, talvez seja interessante que ele mantenha a bolsa e o vínculo com o programa ao menos por mais algum tempo, após ser contratado por alguma instituição”, defende. Perfil Iniciativa da Pró-reitoria de Pós-graduação e do Núcleo de Apoio à Pós-graduação do ICB, a mesa-redonda será realizada no auditório da Reitoria, a partir das 14h. As inscrições, gratuitas, podem ser feitas por meio deste link.
Ainda de acordo com a pró-reitora de Pós-graduação, o pós-doutorando é, na maior parte das vezes, um pesquisador jovem, de alta qualificação, que vê na residência uma oportunidade de aguardar o ingresso em alguma instituição de pesquisa. Embora considere ser uma aspiração legítima, ela acredita que seria “mais desejável” que a residência fosse encarada como uma “escolha para atuação em um núcleo de excelência por período predeterminado, no qual o pós-doutorando possa desenvolver integralmente um projeto, com começo, meio e fim".