Universidade Federal de Minas Gerais

Fotos: Foca Lisboa / UFMG
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Gustavo Menezes, Marcos de Castro Silva, Marcos Horácio Pereira (coordenador do NAPG/ICB), Denise Trombert (pró-reitora de Pós-graduação), Evaldo Vilela, Tarcísio Alves Júnior e Mário Neto Borges

Em mesa-redonda, gestores de agências de fomento debatem desafios da residência pós-doutoral

quinta-feira, 24 de agosto de 2017, às 19h33

Questões como o funcionamento e o financiamento da residência pós-doutoral (pós-doc) foram debatidas na tarde de hoje, 24, na mesa-redonda Pós-doutorado: a visão das agências financiadoras e da academia, realizada no auditório da Reitoria, no campus Pampulha. O evento integrou as comemorações dos 90 anos da universidade e contou com a presença de pesquisadores, professores e diretores de agências de fomento.

_D9C1242.jpg Na abertura da mesa, o professor Mário Neto Borges, presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), apresentou um panorama do atual momento da pesquisa científica no país. O CNPq, criado em 1951, é a principal agência de fomento à pesquisa no país. Fundado como órgão estratégico, Borges afirmou que ele “teria a função de pensar o Brasil para o futuro, nos campos da ciência e da tecnologia.”

O presidente do CNPq afirmou que o incentivo à ciência deve começar no ensino médio, quando os estudantes, por meio da iniciação científica, têm a primeira oportunidade de entrar em contato com a pesquisa. Ele destacou que a atividade precisa ser internacionalizada, principalmente na esfera do pós-doutorado.

“O pesquisador que ingressa em uma residência de pós-doc deve trabalhar em rede. Grupos de trabalho e redes de pesquisa são essenciais nesse tipo de programa, que vai além do ato de pesquisar. O pós-doutorando deve fazer contatos e estabelecer relações que ajudem na sua linha de investigação”, disse.

_D9C1292.jpg O pensamento foi corroborado por Márcio de Castro Silva, pró-reitor adjunto de Pós-graduação da Universidade de São Paulo (USP). “No pós-doc, o pesquisador interage com outros pesquisadores, o que permite o desenvolvimento de estudos novos em cooperação”, disse. Para Gustavo Batista de Menezes, professor do Departamento de Morfologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG e ex-residente pós-doutoral da universidade, o pós-doc é o momento em que o pesquisador se especializa e “orienta alunos, consolida parcerias e executa projetos. No mestrado e no doutorado ele não tem tanto tempo para essas ações”.

Problemas e soluções
Os participantes da mesa apontaram as dificuldades enfrentadas pelos residentes de pós-doutorado do país, destacando a necessidade da criação de ambientes multidisciplinares de pesquisa. Segundo Márcio de Castro Silva, parte dos problemas se deve ao fato de que o Brasil ainda é jovem no campo da pesquisa, pois as primeiras universidades do país surgiram tardiamente, e os primeiros programas de pós-graduação foram criados apenas na década de 1960.

“Com o Reuni, houve a expansão da formação de doutores e pós-doutores e a contratação de mais professores, devido à criação de novas instituições de ensino superior. Agora, no entanto, lidamos com a fuga dos doutores para fazer a residência de pós-doutorado no exterior, visto que aqui há poucas bolsas e com valores muito inferiores aos encontrados fora do país. Precisamos criar métodos para reter os nossos talentos”, afirmou.

_D9C1307.jpg Segundo Gustavo Batista de Menezes, a quantidade de doutores do país não é exatamente um problema: “Precisamos lidar com outras questões. A principal delas é o mito de que o doutor de sucesso precisa virar professor universitário”. Ele acrescentou que os programas de pós-graduação precisam ensinar aos seus alunos que o campo de exercício do doutor vai além da academia.

“O doutor pode ir para a indústria e para empresas, pois elas estão começando a ver que essa formação agrega valor ao campo produtivo. A proximidade com a indústria é importante e permite a colaboração científica”, disse.

Para o reitor Jaime Arturo Ramírez, é preciso, ainda, “delimitar a função da universidade quando se fala em pós-doutorado, uma vez que este tipo de programa cresce e ganha cada vez mais relevância no contexto acadêmico.”

O pós-doutorado no Brasil
_D9C1277.jpg Tarcísio Teixeira Alves Júnior, coordenador geral de programas estratégicos da Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), apresentou dados para explicitar o aumento da pós-graduação e da residência de pós-doutorado no país.

O Brasil hoje conta com 4381 programas de pós-graduação. Destes, 4% têm conceito 7 (excelência) na avaliação da Capes, 6% receberam nota 6, e 15%, nota 5. Outros 43% dos cursos são avaliados com nota 4 e igual percentual de cursos com nota 3. Segundo Tarcísio, o fato de o país ainda possuir muitos cursos com conceito 3 (o mais baixo na avaliação da Capes) não indica má qualidade dos programas de pós-graduação.

“Quando é criado, o curso começa a funcionar com a nota 3, portanto o fato de termos muitos cursos com essa nota mostra que temos muitos programas de pós-graduação novos. O crescimento da avaliação do programa ocorre devido à qualidade dos alunos e do corpo docente e esse processo leva tempo. A pós-graduação no Brasil cresceu 239% de 2004 a 2016, e o número de alunos subiu 129%. Temos, atualmente, 6999 bolsas de pós-doutorado, o que mostra que o crescimento da pós-graduação é realidade no país”, afirmou.

_D9C1266.jpg O presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), Evaldo Ferreira Vilela, destacou que o pós-doutorado é importante para que problemas da sociedade atual, como a segurança alimentar, sejam enfrentados.

“Tecnologias como os drones que atuam na agricultura, por exemplo, são produtos que podem ser elaborados em residências de pós-doutorado. Nossos doutores, muitas vezes, nunca entraram em uma empresa. Vejo muita gente fazendo pesquisa sem entender o valor da ciência. O pós-doc é uma oportunidade de o pesquisador ultrapassar os muros da universidade, ligando a pesquisa às necessidades do mercado e da sociedade”, disse.

Residência pós-doutoral na UFMG
Vinculada a programas que oferecem doutorado, a residência é aberta a doutores que queiram se aprofundar em alguma linha de investigação ou estabelecer relações acadêmicas com grupos de pesquisa consolidados em áreas de seu interesse. Na UFMG há, atualmente, cerca de 300 residentes vinculados a 53 programas de pós-graduação.

De acordo com a resolução em vigor na Universidade, a residência pós-doutoral deve ter duração mínima de três meses e máxima de um ano. A critério do colegiado do curso de pós-graduação ao qual o pesquisador está vinculado, ela poderá ser renovada por outros períodos de até 12 meses.

A residência pode ser ou não financiada com bolsas, que, no Brasil, são concedidas, em sua maioria, pela Capes, por meio do Programa Nacional de Pós-doutorado (PNPD). Não é permitido ao pós-doutorando bolsista ter vínculo empregatício durante a vigência da bolsa.

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