Modelando a vida

Por Polo Jequitinhonha em

Du Carmo. Artista mostra suas peças. Acervo pessoal.

Maria do Carmo é natural do povoado de Campo Buriti, zona rural do município de Turmalina, Norte de Minas Gerais. Trabalhando com a argila desde menininha, a artesã tem suas peças reconhecidas e valorizadas nacionalmente. Inclusive, algumas delas já foram exportadas para a Europa.

Artesã há vinte e um anos, Maria faz de tudo um pouco, inclusive já confeccionou peças como telhas e objetos para brincar. O artesanato era comum entre os membros de sua família, mas foi através dos ensinamentos da tia que, aos poucos, ela aprendeu cada etapa da produção de cerâmica.

Além disso, Maria do Carmos faz parte de uma associação que possui mais de 26 anos e é composta por 39  mulheres, que trabalham individualmente em suas casas e expõem seus trabalhos num mesmo local. Maria faz de tudo um pouco, desde galinhas, botijas, travessas, bonecas e enfeites. “Comecei por necessidade, por não ter opção, mas hoje vejo que além de ser uma renda extra, faço porque gosto”, diz a artesã.

Segundo ela, o fluxo de turistas em Turmalina provocou nas artesãs locais a ideia de transmitir seus conhecimentos para mais pessoas. Há seis anos, elas ministram oficinas para os visitantes, que aprendem desde a modelagem à queima da cerâmica.“Seria muito egoísmo não repassar aquilo que aprendemos, já que o nosso artesanato é uma tradição que vem de gerações”. Orgulhosa, ela conta que a filha de 21 anos já é artesã e aprendeu com ela  cada passo dessa produção artística.

Maria completa ressaltando a importância das associações, que fortalecem muito o artesanato local. Assim, a atividade artesanal permite às mulheres do alto Jequitinhonha exprimir sua criatividade e contribuir para o sustento de suas famílias. Dessa maneira, as tradições, a cultura e a arte são preservadas, bem como difundidos os saberes e fazeres tradicionais para as futuras gerações.


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