Família Pereira

Armando nasceu em Governador Valadares em 08/10/1974, filho de pais migrantes que buscavam nesta cidade uma alternativa de sobrevivência. Sua mãe e seu pai, naturais de Caraí, retornam à cidade natal depois de dois anos do nascimento de Armando. Aos 15 anos Armando vai morar em Belo Horizonte com familiares que o ajudam a estudar e trabalhar. Trabalhou em vários serviços até concluir curso superior de História, retornando após sua graduação a Caraí onde atua como Professor do Estado. Tempos depois muda-se para Padre Paraíso. Traz consigo uma grande bagagem de poemas do universo da metrópole junto com o desejo da arte e da justiça social. Envolve-se em vários projetos artísticos e culturais na cidade. Desde 2005, após seus contato com o barro vem crescendo como artista, e suas obras possuem um conteúdo poético.

A família Pereira é formada por ceramistas muito talentosos que possuem um estilo próprio e facilmente reconhecível para quem tem um pouco de intimidade com a cerâmica produzida no Vale do Jequitinhonha (Minas Gerais). A família tornou-se internacionalmente reconhecida por meio da obra de Ulisses Pereira Chaves (in memoriam). Esposo de Dona Maria José (in memorian), pai de Margarida e José Maria, e avô de Rosana – os principais artesãos da família produzindo atualmente, Ulisses Pereira foi chamado de “um dos mais importantes escultores ativos no Brasil no século XX” por Lélia Coelho Frota.

Dentre os dez filhos que tiveram Ulisses e Dona Maria, Margarida e José Maria são os que seguiram o ofício artístico de forma mais intensa.

Margarida e Rosana, sua filha, trabalham juntas. Elas explicam que o trabalho é todo planejado, tem o dia para amassar o barro, o dia para a modelagem, o dia para a queima. É um processo lento e longo, dividido entre os membros da família.

A pintura, atividade sutil, delicada, paciente, é mais benfeita pelas mulheres. Dona Maria conta que Ulisses dizia que a pintura dele não ficava tão boa quanto a “das meninas”. Zé Maria também não pinta, mas nos conta sobre a extração do barro, a época certa de tirá-lo do seio da terra, e da dificuldade em transportá-lo.

O trabalho de Margarida e de seu irmão José Maria é reconhecido como sucessor dos trabalhos de Ulisses Pereira, com a recriação do repertório de figuras zooantropomorfas, fantásticas, mitológicas, encantadas, que tanto marcaram a recepção da obra do mestre.

Por Saberes Plurais