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“Buscamos a qualidade acadêmica com base em padrões mundiais”


postado em
24 de Fevereiro de 2016
escrito por
Cida Moura
categoria
Notícias
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Ana Rita Araújo

Número de publicações e de citações crescente em base de dados internacionais; aumento na geração de propriedade intelectual e de contratos de transferência de tecnologia; melhoria da posição nos rankings internacionais de avaliação. Esses são indicadores que comprovam a consistência da produção científica da UFMG, no entendimento do pró-reitor de Pesquisa, Renato de Lima Santos. “A capacidade científica sedimentada é o substrato que potencializa os resultados das políticas institucionais”, comenta ele, na entrevista a seguir.

Como avalia o atual patamar da UFMG na área de pesquisa?

A UFMG tem apresentado crescimento consistente, ano após ano. Trata-se de uma tendência clara, não de flutuação, como se pode constatar pelas publicações em base de dados internacionais. Mais marcante ainda é a taxa de crescimento no número de citações, que supera em muitas vezes a de elevação do número de trabalhos publicados, ou seja, o crescimento qualitativo é ainda maior que o quantitativo. E isso é extremamente relevante, porque em uma universidade de excelência obviamente temos que buscar não apenas quantidade, mas, sobretudo, qualidade da produção científica.

A produção científica da Universidade também se reflete na geração de propriedade intelectual de produtos e processos inovadores e nos contratos de transferência de tecnologia. No primeiro semestre de 2013, tivemos número de contratos de transferência equivalente ao alcançado em todo o ano de 2012.
A que fatores o senhor atribui esse crescimento?

As ações institucionais em curso têm impactado a produção científica. Mas elas só funcionam porque a Universidade tem uma base intelectual e acadêmica extremamente sólida. Qualquer ato de gestão na área de pesquisa seria absolutamente inócuo se não tivéssemos competência consolidada. A capacidade científica, sedimentada ao longo de décadas pela qualificação do corpo docente, gerou substrato que potencializa os resultados das políticas institucionais. Nesse contexto, a Pró-reitoria de Pesquisa e as demais pró-reitorias acadêmicas têm desencadeado ações com impacto direto na capacidade de produção científica, como aquisição de novos equipamentos, expansão do parque de pesquisa, melhoria da qualidade de comunicação científica, entre outras.

Esse crescimento se reflete no posicionamento da UFMG nos rankings internacionais?

Na recente publicação do QS América Latina, a UFMG figura entre as dez melhores. É uma colocação extremamente importante, considerando que apenas quatro universidades brasileiras estão nesse grupo. A UFMG subiu três posições em relação ao ranking anterior. Já no ranking global do QS, considerando todas as universidades do mundo, a UFMG também teve avanço significativo, chegando à faixa 451-500 – a partir da posição 300 a classificação é feita em blocos de 50. A UFMG subiu um bloco, o que mostra seu movimento de ascensão nesses rankings internacionais. Isso acontece porque a qualidade das informações disponibilizadas melhora ano a ano. Para que se tenha uma ideia da importância das informações na posição que as instituições ocupam, no ranking atual da América Latina a maior parte das universidades que ficaram entre as dez primeiras tem uma reputação junto aos empregadores com nota 100. A UFMG ficou com 35. Será que temos uma reputação tão ruim entre os empregadores, ou seja, entre instituições e empresas que empregam os nossos egressos? Não tenho dúvida de que esse dado não reflete a realidade.

O que fazer para mudar esse quadro?

O que temos feito de forma proativa é fornecer à agência de ranqueamento, no Reino Unido, informações a respeito de empregadores, para que possam fazer a pesquisa de opinião com melhor qualidade. O número de respondentes que disponibilizam informação sobre a UFMG ainda é pequeno. Não me cabe apontar falhas metodológicas no ranking, mas o potencial de crescimento da UFMG ainda é grande, à medida que esses dados sejam disponibilizados de forma mais clara.

Outro aspecto: os rankings internacionais tendem a privilegiar universidades de países centrais, que são mais consolidadas. Isso faz com que a avaliação de instituições de países em desenvolvimento fique um pouco aquém daquilo que talvez reflita sua realidade. É nesse sentido que vejo a necessidade de um trabalho proativo, para ampliar a visibilidade ao que se faz no Brasil e favorecer maior aderência a critérios internacionais. Não basta alcançar excelência acadêmica segundo parâmetros brasileiros; os parâmetros que visamos são mundiais.

Do ponto de vista de gestão interna, o que de mais relevante o senhor aponta?

Até pouco tempo atrás, todos os procedimentos da PRPq tinham como suporte documentos de papel. Ao lançar um edital de bolsas de iniciação científica, por exemplo, tínhamos dois ou três mil processos circulando pela Universidade, sendo distribuídos e reagrupados. Isso acabou com a implantação do Sistema de Fomento, plataforma por meio da qual a Pró-reitoria recebe projetos de pesquisa, os distribui para seus comitês assessores, recebe as avaliações de volta e gera uma ata. Tudo isso de forma automática. Os editais tramitam nessa plataforma, incluindo os de fluxo contínuo, o que nos dá enorme flexibilidade. Hoje, o professor não precisa mais informar sua produção, pois esse campo é povoado automaticamente. A partir do ano que vem, ele sequer terá que incluir cópia do próprio currículo, porque isso tudo será buscado automaticamente no Somos UFMG, que retira essa informação do currículo Lattes. A plataforma Somos reúne um sistema de mapeamento de competências, toda a rede de laboratórios e equipamentos multiusuários e o banco de patentes da UFMG, além de fornecer dados sobre a produção científica das diversas unidades acadêmicas e departamentos em tempo real.

Fonte: https://www.ufmg.br/boletim/bol1825/6.shtml

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