Artigos/obras


As apropriações sociais da Web 2.0 lançam novos olhares para a produção e difusão científica e cultural. O exemplo aqui analisado é a plataforma de escrita colaborativa TWiki, utilizada pelo Grupo de Pesquisa Educação, Comunicação e Tecnologias (GEC/Faced/UFBA). Alguns aspectos emergem das práticas de produção e difusão, como a autoria colaborativa, os licenciamentos (Creative Commons), as arquiteturas de participação e a reconfiguração – quando os sujeitos sociais passam de apenas receptores para produtores e difusores de sua própria produção.

Oferecer acesso aos dados gerados no decorrer das atividades científicas é um desejo cada vez mais relevante para a comunidade científica. Assim como existe uma tendência mundial em dar acesso livre aos resultados de pesquisa por meio da criação de repositórios digitais e da publicação de periódicos livres, existe também uma demanda em torno do acesso livre aos dados gerados pela pesquisa científica. A importância desses dados é cada vez mais patente, visto que eles que dão sustentação aos resultados que serão discutidos nas publicações acadêmicas tradicionais e podem servir de base para novos projetos. Por outro lado, o uso intensivo de computadores, de tecnologias de rede, instrumentação avançada e de simulação na pesquisa científica proporciona o surgimento de uma ciência inteiramente baseada nos fluxos de dados e de conjunto de objetos digitais armazenados em repositórios distribuídos globalmente. Essa nova forma de gerar e disseminar conhecimento é chamada de e-Science. Os dados digitais gerados a partir dessa forma de praticar ciência precisam ser tratados e gerenciados de modo que a preservação por longo prazo, o acesso, a autenticidade e o reuso para novas pesquisas desses dados possam ser assegurados. Este trabalho visa apresentar o conceito de Curadoria Digital enquanto uma nova atividade de tratamento e representação da informação que, desenvolvida de forma correta, poderá alterar o ciclo da comunicação científica.

Discute as mudanças nos modelos de comunicação formal e informal provocadas pelas tecnologias de informação e comunicação e, em particular, o conceito em formação de colégios virtuais, apresentados muitas vezes como sucedâneos dos colégios invisíveis. Revê o papel reservado à internet no novo cenário, tanto como canal de comunicação quanto como repositório de informações, e apresenta elementos para uma discussão sobre o novo modelo de comunicação científica via rede tendo em vista as discussões sobre acesso gratuito aos periódicos eletrônicos. Conclui atestando o ressurgimento da comunicação científica, suas novas ferramentas e possibilidades interativas ou de  interação, como campo complexo de investigação, o qual exige novos estudos com o fim de verificar onde e como se dão as novas confluências.