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Nº 1541 - Ano 32
28.07.2006

Universidade abre debate interno
para planejar seu futuro

Miguel Arcanjo Prado

ara desenvolver, é preciso planejar. Esse é o pensamento-chave para a criação do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), que coloca no papel o futuro almejado pela Universidade. A UFMG prepara o documento desde 2003 e prevê o envio do texto final para o Ministério da Educação (MEC) em outubro deste ano, após ser aprovado pelos conselhos Universitáro e de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe). A versão definitiva vai conter propostas da comunidade acadêmica para os rumos da Instituição.

Para tanto, a Reitoria sugeriu às unidades e aos departamentos a realização de debates sobre o tema até o fim do mês de agosto. Texto preliminar, que fornece subsídios para as discussões, já está disponível na página eletrônica da UFMG (www.ufmg.br/conheca/pdi). O acesso exige senha, que pode ser obtida no próprio endereço, para quem ainda não está cadastrado no sistema Grude. Assim, estudantes, professores e funcionários podem ter acesso às informações, para, a partir daí, elaborar sugestões ou críticas.

A diretora de Avaliação Institucional da UFMG, Maria do Carmo de Lacerda Peixoto, conta que, até o começo dos anos 2000, a elaboração de PDI ocorria usualmente em instituições particulares de ensino. Contudo, nos últimos anos, o MEC passou a cobrar o documento das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes), em uma série de procedimentos legais. “Para o credenciamento no ensino à distância, por exemplo, o Ministério exige o PDI”, diz a diretora. O Plano também é documento obrigatório no recredenciamento das instituições de ensino superior, prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Maria do Carmo, que é responsável pela elaboração do relatório da UFMG, conta que o PDI vai apresentar as propostas fundamentais para a gestão da instituição nos próximos cinco anos.

Alessandra de Almeida Bastos, aluna de graduação em Geografia, considera importante a elaboração de um plano de desenvolvimento. “A universidade precisa mesmo definir o que deseja”. Ela afirma que pretende participar dos debates em sua unidade, o Instituto de Geociências (IGC): “Essa é uma chance de o estudante se aproximar da universidade e ajudá-la. Por nossa vivência, podemos indicar onde estão os problemas e carências que devem ser analisados”, acredita. Sobre quais seriam suas primeiras sugestões, Alessandra responde com sensatez: “Preciso antes pensar muito”.

Maria do Carmo afirma que a opinião de Alessandra será muito bem-vinda. “Qualquer contribuição que seja compatível com o documento e esteja fundamentada tem chances de entrar no texto final. Por isso é importante que todos participem dos debates nas congregações, conselhos diretores, unidades especiais, órgãos suplementares e da administração central”, estimula. A diretora acredita que a participação de professores, alunos e funcionários permitirá traçar um diagnóstico preciso da UFMG, capaz de consolidar projetos que reforcem o papel e a excelência da Instituição, na educação e no plano social.

O presidente da Associação dos Profissionais Docentes da UFMG (Apubh), Robson Matos, também considera fundamental a elaboração do PDI. “A ação é importantíssima para que as universidades mostrem à sociedade como o dinheiro público é aplicado. Além disso, o PDI vai ajudar em um processo avaliativo sério”, acrescenta.

Princípios
Para o coordenador de Análise de PDI do MEC, André Luís Gontijo Resende, o tempo de cinco anos é ideal para o planejamento. “A lei não estabelece um período, mas recomendamos que seja de cinco anos, já que é um período sobre o qual se pode planejar, por não ser tão longo”. André Resende conta que, até dezembro de 2004, a análise do PDI era necessária apenas para determinados procedimentos junto ao Ministério, como a abertura de cursos em faculdades particulares. A partir de janeiro de 2005, uma portaria definiu que o PDI fosse apresentado em outros processos.

Uma das partes mais importantes do PDI é o Plano Pedagógico Institucional (PPI), que também está sendo discutido, até o fim de agosto, nas unidades acadêmicas. “O PPI vai estabelecer os principios filosóficos, teórico-metodológicos e gerais, que direcionam a política institucional, além de explicitar sua responsabilidade social”, explica André Luís Resende.