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Nº 1596 - Ano 34
11.02.2008
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| Custo com a compra da embarcação e de equipamentos chega a R$ 26 milhões |
Chega nesta sexta-feira, dia 15, à Base Naval do Rio de Janeiro, na Ilha de Mocanguê, o Navio Hidroceanográfico Cruzeiro do Sul, adquirido pela Marinha do Brasil com recursos de R$ 26 milhões geridos pela Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep) por meio do Núcleo de Atendimento Externo (NAE). O navio abrigará o Laboratório Nacional Embarcado (LNE), destinado a uma série de pesquisas da comunidade científica brasileira. No dia 28 de fevereiro, acontecerá a solenidade de incorporação da embarcação à Armada brasileira.
A Fundep detectou a oportunidade do projeto, adquiriu o navio e é responsável pelos processos de importação da embarcação e dos equipamentos. Os recursos são da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), agência de fomento do Ministério da Ciência e Tecnologia, e da Marinha do Brasil.
O convênio que rege a iniciativa foi assinado em dezembro de 2006 pela Finep, Fundep e Marinha, que designou como coordenador do projeto o capitão-de-mar-e-guerra Reinaldo Antônio Ferreira de Lima. O navio foi identificado pela Marinha em Cingapura, e o contrato de compra e venda, assinado em 6 de junho de 2007. A negociação é inédita na história da Fundação, que precisou abrir conta conjunta na Holanda para depósito dos recursos. O navio teve custo aproximado de R$ 9 milhões, e os equipamentos do laboratório são estimados em R$ 3 milhões. Os outros R$ 14 milhões serão direcionados à compra de equipamentos médicos e de informática, materiais de consumo, manutenção e docagem.
Segundo o professor Marcio Ziviani, diretor da Fundep e vinculado à Escola de Engenharia da UFMG, a embarcação receberá pesquisadores das universidades brasileiras para investigações em diversas áreas. A Fundação divulgará as linhas de pesquisa para auxiliar os grupos da UFMG a identificarem oportunidades de atuação.
O objetivo do projeto Laboratório Nacional Embarcado é dotar o Brasil de plataforma de coleta de dados que permita embarcar pesquisadores, professores e alunos, de forma sistemática, para desenvolver atividades de pesquisa no ambiente marinho. A iniciativa é contemplada pelo Plano Setorial para Recursos do Mar (PSRM), da Comissão Interministerial para Recursos do Mar (CIRM).
O Cruzeiro do Sul será operado e mantido pela Marinha do Brasil, por intermédio do Grupamento de Navios Hidroceanográficos (GNHo), subordinado à Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN). O plano é reservar o navio para a comunidade científica durante 80 dias por ano, no mínimo. As diversas viagens durante o período servirão para a realização de estudos específicos.
A Marinha também pretende utilizar o navio para realizar tarefas como levan-tamentos hidrográficos e oceanográficos e sinalização náutica. Essas saídas poderão resultar na abertura de novas vagas para a comunidade científica e acadêmica.
Depois da incorporação do Cruzeiro do Sul, a Marinha receberá e fará a instalação dos equipamentos – 90% deles são importados –, tarefa que exigirá que o navio esteja atracado em doca seca. O processo inclui testes dos equipamentos e treinamento da tripulação.
“O mais provável é que a primeira viagem aconteça em 2009”, afirma o comandante da embarcação, Reinaldo de Lima. Ele explica que o navio se deslocará do Rio de Janeiro até portos-sedes em viagens denominadas comissões, com duração de dois a três meses. Em cada uma delas, a embarcação faz diversas saídas ao mar.
* Colaborou Bruno Vieira dos Santos