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Nº 1603 - Ano 34
31.03.2008

Vozes da alma

De regente novo, Coral da Fale renova repertório e investe na participação em festivais

Luiz Dumont Jr.

Arquivo pessoal
coral
Coral da Fale: releituras de expressões musicais

O Coral da Faculdade de Letras (Fale) está de batuta nova. No início deste ano, a regência do coral foi assumida pelo estudante de música Renato Pedroso. A novidade abriu uma série de modificações na equipe, que contará com novos preparador vocal, pianista e coristas. Ligado ao Projeto Corais no Campus, o Coral da Fale busca oferecer experiência didática e profissional aos alunos bolsistas e estagiários da Escola de Música da UFMG. Aluno do Curso de Regência, Pedroso substitui Cláudio Fernandes, que se graduou no final de 2007.

Segundo Pedroso, essa mudança foi gradual e já era esperada. “Entrei no coral como regente assistente no ano passado. Desde então, fui aprendendo o seu funcionamento, já que os integrantes da equipe que se formam precisam sair, como ocorreu com o Cláudio”, explica o músico. Para completar a equipe, novos pianista e preparador vocal também chegarão. Já a seleção dos novos coristas está concluída. “A escolha do preparador vocal e do pianista é feita pelos professores da Escola de Música”, diz o regente. Já os coristas – cerca de 30, entre estudantes da UFMG e membros da comunidade externa – são escolhidos pela equipe de regência.

Releituras

Agora como regente, Renato Pedroso planeja realizar novos projetos, começando pela renovação do repertório. “Minha intenção para este semestre é fazer uma releitura de diversas expressões musicais. Usar peças do barroco, do classicismo, do romantismo. Trabalhar com alguns arranjos e peças populares”, anuncia. Segundo ele, a mudança no repertório visa alargar o conhecimento musical dos coristas, demonstrando, por exemplo, a diferença entre as interpretações de uma música barroca e outra classicista. “Nesse sentido, será uma releitura de diferenciação de interpretações. Mesclar as peças de maior valor na história do repertório do coral e alguns arranjos interessantes”, completa.
Alguns projetos deverão ter continuidade, como os concertos didáticos, realizados em escolas de Belo Horizonte, e a participação em festivais.

Vamos focar principalmente os festivais. Neste ano, temos um projeto, ainda em fase de organização, que prevê a participação em festival no Uruguai”, informa o regente. O coral também deve se apresentar em um encontro de corais no interior de São Paulo e retornar a Juiz de Fora, onde esteve em outras oportunidades.

Para Pedroso, estar à frente do coral durante a graduação é uma oportunidade única. “A prática musical é muito intensa. Aprendemos também a lidar com os problemas internos de um coro e o que fazer para resolvê-los”, analisa.

Cláudio Fernandes, que antecedeu Renato Pedroso na regência, considera as mudanças como uma evolução natural. “Elas deixam o coral com o estilo do regente, o que é importante”, analisa o músico.

Apuros na estrada

Matheus Giardini Teixeira, estudante de Ciências Sociais, acredita que o ambiente do coral, que ele freqüenta há três anos, facilitou sua adaptação a Belo Horizonte, para onde acabara de se mudar. “Foi muito bom, já que eu estava sozinho, e queria conhecer mais pessoas. Participava do coral na minha cidade e gostava muito de música”, lembra.

Natural de Cássia, ele vê a atividade como uma terapia, um espaço de convivência. O estudante lembra com carinho as histórias que viveu com o grupo, incluindo os apuros. Um deles ocorreu em 2005, quando saiu de Belo Horizonte para participar de um evento em São Lourenço, no Sul de Minas. O ônibus estragou na estrada e foi aquele corre-corre. “Tivemos que procurar outro transporte. Chegamos em cima da hora da apresentação. Foi uma experiência inusitada”, recorda-se.