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Nº 1759 - Ano 38
28.11.2011

O termo surgiu em 2004 com Thomas Vander Wal, para designar uma classificação popular que se origina das ações de representação da informação desempenhada pelos usuários de diversos serviços na web. É uma inovação que explora o uso da linguagem cotidiana e o potencial das redes sociais na organização da informação.

MAPA da ARTE

Livro que será lançado esta semana reúne informações
sobre acervo artístico da UFMG, que soma 1.500 obras

Da redação

Cristo (1968), de Petrônio Bax
Cristo (1968), de Petrônio Bax, é uma das obras da Coleção Amigas da Cultura

Cerca de 1.500 obras de arte estão dispersas pelas unidades, departamentos, salas, jardins e espaços da UFMG. Esse acervo, público e heterogêneo, formou-se a partir de coleções privadas, e de formas variadas: aquisições, doações e premiações ao longo dos 84 anos de existência da UFMG. Todo esse patrimônio foi reunido no livro Acervo artístico da UFMG, que será lançado em 2 de dezembro após solenidade que homenageará expoentes da área cultural com a medalha Reitor Mendes Pimentel.

A obra, com textos em inglês e português, é resultado do Projeto Memória, Acervo e Arte, idealizado pelos professores João Antonio de Paula e Heloisa Starling, que tem como objetivos centrais o levantamento das obras e promover a divulgação do patrimônio por meio de exposições, publicações e seminários.

O livro chama a atenção para as coleções e aponta as obras que englobam as diversas expressões artísticas, com foco nas artes plásticas. O acervo é formado por objetos, pinturas e esculturas do século 16 ao 18; pinturas e aquarelas de paisagens do século 19; pinturas-retratos dos professores da Universidade; pinturas murais; estudos para painéis; esculturas; gravuras; fotografias; objetos; e livros de artistas produzidos nos séculos 20 e 21.

Em texto de abertura da obra, o reitor Clélio Campolina comenta que o acervo inventariado, “invisível, até aqui, até certo ponto, para a própria comunidade da UFMG, surpreenderá por sua qualidade e diversidade”. O projeto do livro foi iniciado em 2009, sob coordenação dos professores Marilia Andrés Ribeiro e Fabricio Fernandino, que aturam também como curadores de diversas exposições realizadas nos campi da UFMG com objetivo de divulgar as coleções.

Valor histórico

Parte do acervo artístico da UFMG é dividido em coleções como a Brasiliana, que se caracteriza pelo alto valor histórico e documental de suas peças. Doada pelo jornalista e embaixador Assis Chateaubriand em 1966, forma o conjunto mais valioso de obras de arte e documentos luso-brasileiros de posse da Universidade.

A Coleção Amigas da Cultura, que pertenceu à sociedade homônima, é muito representativa da arte moderna da segunda metade do século 20, abrangendo diversas expressões artísticas. Como a entidade não conseguiu concretizar a construção de local apropriado para abrigar o acervo, ele foi doado à UFMG em 1970, para receber os cuidados necessários a conservação e exibição. Com mais de 100 peças, inclui esculturas de Wilde Lacerda e Domenico Calabrone, tapeçarias de Marlene Trindade e Augusto Degois, pinturas de Inimá de Paula, Marília Gianetti Torres, Nello Nuno e Petrônio Bax.

Outra seção do acervo artístico da UFMG está vinculada à Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade – manuscritos, desenhos, poemas, aquarelas, pinturas e estandartes do século 18 ao 20. As obras estão distribuídas entre o Museu Padre Toledo e o Centro de Estudos Yves Alves, em Tiradentes, e o Conservatório da UFMG, em Belo Horizonte. Há desde obras anônimas do período colonial, como imagens de Santana Mestra e São João Batista, até peças de nomes consagrados como Guignard, Burle Marx e Carlos Scliar.

Outras coleções são as da Biblioteca Universitária (como os acervos Curt Lange e do Centro de Estudos Literários e Culturais), de Cerâmicas do Jequitinhonha (sob a guarda do Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG) e do Oratório da Casa da Glória, em Diamantina. O livro discrimina as obras em uma tabela que fornece sua localização e as classifica segundo o estado de conservação.

A obra reforça a necessidade de conservação das peças e de torná-las visíveis. Segundo texto assinado por Fabrício Fernandino, professor da Escola de Belas-Artes e diretor do Museu de História Natural, o trabalho de mapeamento “abre espaço para que se tenha verdadeira dimensão do inestimável valor artístico e patrimonial que a Universidade possui e reforça a consciência da necessidade de se criarem estruturas para o abrigo permanente”. Segundo ele, está sendo estudada a criação, nos próximos cinco anos, de dois complexos de museus com instalações voltadas para diversas atividades relacionadas a acervos de diferentes naturezas. “Pretendemos criar uma dinâmica para mostras interdisciplinares de média duração, com conceitos inovadores no que tange a curadorias voltadas para exposições em museus universitários”, afirma Fernandino.