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Nº 1760 - Ano 38
5.12.2011

O termo surgiu em 2004 com Thomas Vander Wal, para designar uma classificação popular que se origina das ações de representação da informação desempenhada pelos usuários de diversos serviços na web. É uma inovação que explora o uso da linguagem cotidiana e o potencial das redes sociais na organização da informação.

CANTO afrodisíaco

Coral do ICB comemora 20 anos com apresentação
nesta sexta-feira

Marcos Fernandes

Reza a lenda que o cantáridas, espécie afrodisíaca de besouro, era usado por Cléopatra como ingrediente para um chá, consumido enquanto esperava pelo retorno de Marco Antônio. Em 1991, quando o Coral do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) foi criado, precisou de um nome, e o do inseto, sugerido pelo professor Paulo Sérgio Lacerda Beirão, ganhou a preferência de seus fundadores, entre os quais Sofia Perdigão, até hoje à frente das atividades do grupo.

Nesta sexta-feira, dia 9, os atuais 32 componentes do Coral farão uma apresentação especial em comemoração aos 20 anos. Ela ocorrerá em auditório do Centro de Atividades Didáticas (CAD) de Ciências Biológicas (em frente ao ICB) às 20h, com entrada gratuita. No repertório, canções como Azulão (Manuel Bandeira) e Suíte nordestina (folclore). “São músicas conhecidas, mas com arranjos próprios do Cantáridas”, revela Sofia.

O coral do ICB teve início quando a Escola de Música, que estava de mudança para o campus Pampulha, decidiu incentivar o talento musical na Universidade, cedendo, inclusive, instrumentos e alunos da Unidade para reger e controlar a técnica vocal dos interessados em participar do projeto Corais do Campus. Sofia chefiava a Seção de Serviços Gerais do ICB e possuía alguma experiência com canto, e não demorou muito para ser convidada a coordenar o grupo que acabava de se formar.

“Sempre gostei de cantar, desde os três anos de idade. Já aos 17 integrava o coral Júlia Pardini”, conta. A primeira convocação para o Cantáridas, que recebeu cerca de 50 inscrições, foi um sinal do auspicioso caminho que o projeto trilharia. “Colocamos uma faixa do lado de fora da sala da Congregação, que informava: ‘Estamos montando um coral, precisamos de você’. As pessoas liam, observavam o movimento e acabavam se interessando.”

No hospital

Desde então, o Coral nunca interrompeu suas atividades. O Cantáridas já se apresentou em eventos como o Festival Internacional de Corais (FIC), Festival de Corais de Contagem e Festival de São Lourenço, além de formaturas e casamentos. Numa de suas ações regulares, o grupo visita o Hospital Risoleta Neves para um espetáculo especial de Natal. “Subimos e descemos as escadas, cantando pelos corredores”, conta Sofia. Ela lembra que a sobrevivência do coral depende do espírito voluntário dos coralistas. “Arcamos com tudo, do uniforme às viagens. Às vezes, conseguimos um ônibus ou ajuda em dinheiro, mas é muito raro”, detalha.

Nos últimos tempos, o Coral passou a incorporar integrantes de várias faixas etárias – dos 18 aos 70 anos. Exemplo dessa abertura é o aluno de geografia Leandro Ferreira, corista há dois anos. “Comecei no coral da Faculdade de Letras, sem nenhuma experiência anterior. Fiz o teste e me disseram que eu poderia ficar, que eu teria apoio para aprender”, conta.
Para alguns integrantes, o Coral representa oportunidade de interagir com outras dimensões da Universidade que vão além do fazer acadêmico, como testemunha Rosy Mary dos Santos, professora do Departamento de Botânica do ICB e corista há oito anos. “Isso permite entrar em contato com outras pessoas. Eu costumo brincar que aqui vivemos em uma bolha de plástico. O coral é uma oportunidade para estourar esse espaço e ver outras realidades”, reflete.

Rosy conheceu o coral por indicação de colegas de trabalho, mas, na época, tinha um doutorado por terminar e, em seguida, uma gravidez para cuidar. Prioridades resolvidas, ela juntou-se ao Cantáridas e permanece até hoje.