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Nº 1779 - Ano 38
11.6.2012
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Vitória Barros*
Em uma atividade do Programa Escola Integrada que envolvia operações matemáticas, um aluno, ao ver que o monitor se distraíra, deixou o ábaco – instrumento que processa cálculos – de lado e resolveu fazer no papel a conta de adição com reserva. A história revela que, naquele momento, o aluno conseguiu estabelecer uma associação entre a matemática ensinada em aula e a atividade realizada em uma das oficinas do Programa, o que deixou gratificado André Deodato, que já atuou como monitor do Escola Integrada. “Dos projetos pelos quais passei, acho que esse foi um dos que me deram a dimensão da vida real de uma escola”, afirma Deodato, que hoje é coordenador da área de Matemática e professor substituto do Centro Pedagógico.
Histórias como a de André se multiplicam desde 2007, quando, de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Educação, a UFMG e outras instituições de ensino superior da capital, foi criado o Programa Escola Integrada. Integrar escola e comunidade, ampliando o espaço de aprendizado para além das fronteiras da sala de aula, é a proposta do Programa, que oferece oficinas fora do horário regular da escola. Muito além de complementar as aulas tradicionais, busca uma formação diferenciada em áreas que vão da Matemática às Artes, do Teatro às Ciências.
As oficinas são ministradas por alunos de graduação da UFMG, que têm suas atividades orientadas por docentes e estudantes de pós-graduação. Os bolsistas contam, ainda, com apoio de professores comunitários e agentes culturais das comunidades. A proposta é criar, com esse apoio, subsídios para que o estudante possa experimentar vivências diversas e plurais nas salas de aula, além de conhecer, na prática, o ambiente de uma escola sob o ponto de vista do professor, com os desafios e as realizações que fazem parte da atividade.
As práticas realizadas nas oficinas também dialogam com acontecimentos de cada comunidade. Otávio Arcanjo, ex-bolsista de artes visuais da oficina de intervenção urbana da Escola Municipal Cora Coralina, após acidente sofrido por uma das alunas, desenvolveu projeto com intuito de chamar a atenção dos motoristas para o trânsito de pedestres na comunidade em determinadas horas do dia. “A tematização dos acontecimentos tem, como resposta, o envolvimento de toda a comunidade. Os moradores sentem-se motivados a melhorar o lugar em que vivem”, revela.
Alunos de graduação interessados em vivenciar a prática de uma sala de aula podem inscrever-se para o processo de seleção do Programa até está quarta-feira, 14 de junho, pelo site http://escolaintegradaufmg.blogspot.com. O Programa abrange as áreas de Artes Visuais, Ciências, Educação Física e Dança, Linguagem, Matemática, Música, Pedagogia e Teatro. É necessário que os estudantes estejam matriculados em cursos de graduação afins à área de interesse e que tenham disponibilidade de 20 horas semanais, sendo 16 para a realização das atividades nas oficinas e quatro para orientação na UFMG. A remuneração é de R$420, com direito a vale-transporte.
* Bolsista da Assessoria de Comunicação do Programa Escola Integrada da UFMG