Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 2 - nº. 5 - Junho de 2004 - Edição Vestibular

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O eclético

Engenharia Química

Indústrias de processo químico são, preferencialmente, o campo de trabalho do engenheiro químico, mas há outros caminhos inimagináveis

Eclético, o engenheiro químico domina os projetos e processos industriais de transformação e com técnica apurada avança como especialista e analista na áreas comercial, de marketing e financeira, opinando na aquisição e montagem de equipamentos, na concessão de crédito para implantação de plantas industriais.

Eber Faioli

O curso tem exigência muito grande de conhecimentos de Química, Matemática e Física. É preciso que os alunos tenham afinidade com essas disciplinas que percorrem os ensinamentos tanto no Ciclo Básico quanto no Profissional, avisa a coordenadora do Colegiado de Graduação, professora Tânia Lúcia Miranda. Com participação intensa de alunos em projetos de Iniciação Científica, a Engenharia Química oferece uma formação muito ampla, baseada na experiência, o que expandirá a atuação do profissional para muito além do que ele imagina.

Quem é o profissional da Engenharia Química?

São profissionais que vão trabalhar em diferentes indústrias onde se faça a transformação química, ou não, atuando no desenvolvimento e na expansão de projetos, responsabilizando-se pela parte jurídica, passando pelos estudos técnicos de Engenharia e, até, pela análise de mercado e de marketing. Eles estarão em várias indústrias, que não apenas a química, mas também nas indústrias petroquímica, de óleos essenciais, têxtil, de celulose e papel, alimentícia, de cimento, farmacêutica e de biotecnologia. Tem sido, também, extremamente comum profissionais que se dirigem para os setores ambientais das empresas e de órgãos públicos e, não raro, profissionais que estão nos bancos de investimentos, avaliando os projetos e colaborando para a concessão de crédito na área.

Ele é um profissional generalista?

Sim. E é bom que seja assim, porque os campos de trabalho se abrem. Ele tem uma base muito forte nos fundamentos da Engenharia, o que o torna capaz de ter uma visão crítica, criativa, em diferentes áreas e não apenas naquelas que estão voltadas para a Química em si. Ele pode, por exemplo, trabalhar na produção de um remédio e não interessar a ele que tipo de remédio, porque esse profissional estará preocupado com o processo em si, como este se iniciará, onde a indústria vai adquirir a matéria-prima, se esta é, ou não, de qualidade. Ele ficará atento ao processo produtivo, à definição das melhores condições de temperatura e de pressão, aos equipamentos mais adequado. Daí, ele ser um generalista, porque está pronto para interferir em qualquer processo, desde que conheça o que o produto está requerendo.

Como é a formação do profissional? O que ele estuda de forma mais concentrada?

Ele verá muita Química, Matemática, Física, Estatística, Computação, especialmente no Ciclo Básico do curso. Numa segunda fase, no Ciclo Profissionalizante, de duração de três anos, ele estará voltado para as Ciências da Engenharia que envolvem fenômenos de Transporte, de Movimento, de Calor e Massa, Termodinâmica, Cinética, etc., ou seja, para a formulação de projetos e acompanhamento de processos.

O mercado de trabalho é bom?

De uma maneira geral, sim. Normalmente, não há problemas para se arrumar emprego, apesar da recessão econômica e dos casos particulares. A indústria química é a que mais cresce no mundo; no Brasil, ela representa 6% do Produto Interno Bruto. O que observamos é que a oferta de empregos é ampla, mesmo porque as áreas de trabalho são muitas.

Por ser a indústria que mais cresce no mundo, é uma área que precisa de renovação tecnológica permanente?

Exatamente. E a cultura entre a indústria e os profissionais tem-se modificado um pouco. Antes, as grandes empresas compravam tecnologia e não se preocupavam muito com a formação dos seus profissionais. Hoje, estão interessadas em prepará-los, estimulando-os a fazer mestrado e doutorado. Elas buscam, também, tecnologia na Universidade, contratando professores para consultoria. Na Engenharia Química da UFMG, já temos o mestrado, e o doutorado começa a funcionar no ano que vem.

Divulgação
TÂNIA aposta na formação generalista

Polímeros na mira

O capixaba Júlio César Balarini, de 22 anos, pode se considerar um homem de sorte, tão ecléticas são suas preferências. Ao fazer Vestibular, ele tentou Medicina e Engenharia Química e não queria uma opção mais do que a outra, pois se sentia atraído igualmente pelas duas. Frustrada a tentativa para Medicina, ele saiu de Colatina (ES) e veio estudar na UFMG, onde está no nono período do curso e sem o menor arrependimento. “Estou amando a Engenharia Química.”

“Quando cheguei à UFMG, fiquei perplexo com o tamanho e com a qualidade do ensino e fiquei louco para começar de vez a Engenharia Química”, lembra ele. Segundo Balarini, o maior problema é que, “nos dois primeiros anos, você fica estudando no Instituto de Ciências Exatas (ICEx) e mais parece uma continuação do que você viu no colégio”, contrariando a avaliação de grande parte dos alunos que considera o ICEx uma das fases mais difíceis dos cursos da área de Exatas. Ele, entretanto, admite que o percurso, apesar de longo, é muito necessário à formação do futuro profissional e, por isso, defende a aproximação entre os ciclos.

Balarini é bastante entusiasmado com a profissão e faz planos para fazer mestrado logo que terminar a graduação. Bolsista de Iniciação Científica desde o terceiro período, no Departamento de Química, ele faz testes com polímeros que são usados como uma espécie de filtro. O estudante utiliza uma barreira de silicone durante a injeção de diferentes gases e analisa qual foi a capacidade de retenção de gases poluentes nessa barreira. A intenção de Balarini é, também, enfrentar um estágio na indústria. “Acho que será muito bom. A Engenharia Química possibilita tantas atuações, que ainda preciso experimentar muito mais”, analisa, embora acredite já ter encontrado a área em que pretende se especializar. “Quero trabalhar com Cinética de Lixiviação”, diz, explicando que esse é o processo que permite extrair do minério os metais.