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Nº 1381 - Ano 29 - 23.01.2003


Rede de Museus incentiva popularização da ciência

Iniciativa pretende criar política museológica na UFMG

useus não são meros locais de visitação, mas espaços
interativos de construção da cultura e do conhecimento. Este conceito direciona as atividades da Rede de Museus e Espaços de Ciências da UFMG, criada em 2001, por iniciativa da Pró-Reitoria de Extensão. Composta por dez ambientes ou grupos (veja quadro), que abrigam preciosos acervos científicos, históricos e tecnológicos, a Rede recebe todos os anos milhares de pessoas, sobretudo alunos do ensino fundamental e médio, além de proporcionar o desenvolvimento de centenas de pesquisas.


"Trabalhamos com um conceito mais amplo de museu, incluindo qualquer espaço que atue com exposição e com público, divulgando o conhecimento científico", define a coordenadora da Rede, Betânia Figueiredo, professora do departamento de História da Fafich. Reunidos, estes espaços pretendem desenvolver ações conjuntas e contribuir para criar uma política museológica na UFMG.

A presença de estudantes de graduação e de pós-graduação como bolsistas dos diversos projetos é outra característica da Rede. "Não concebo um projeto de extensão que não envolva alunos, e sua participação tem que ser um processo de formação, ou seja, o tempo que eles passam no estágio deve enriquecer sua capacitação técnica e sua formação cidadã", comenta o pró-reitor de Extensão, Edison José Correa.

A Rede envolve praticamente todas as áreas do conhecimento, como Medicina, Ciências Biológicas, Ciências Exatas, Geociências, Belas-Artes, Educação e Ciência da Informação. Ela nasceu da constatação de que a Universidade tem grande potencial de difusão de Ciência e Tecnologia, mas suas experiências, embora ricas, eram muito isoladas. Esta articulação é parte de uma política da Pró-Reitoria de Extensão, que busca agrupar projetos e iniciativas que trabalham com temas afins. "Temos atuado no sentido de vencer a fragmentação, mantendo a qualidade no trabalho e estabelecendo uma base interdisciplinar, interprofissional e interinstitucional", comenta o pró-reitor.

Formação

A formação de funcionários da área técnica, tanto do quadro da UFMG quanto de outras instituições, é outra meta da Rede, que já oferece um curso semipresencial, coordenado pela professora Betânia Figueiredo. Segundo ela, a formação de pessoal para atuar em museus e espaços de ciência ainda é precária no Brasil. "É possível ser um excelente biólogo ou um ótimo astrônomo, mas esses profissionais encontram dificuldades para lidar com as especificidades do trabalho em museus e espaços de ciências", comenta a professora, citando o domínio da linguagem e de recursos para envolver o público ou para montar uma exposição.

As primeiras turmas do curso foram compostas por funcionários da UFMG que trabalham nos centros que formam a Rede. A partir de 2003, o curso será de extensão, aberto a outros setores da sociedade. Metade da carga horária é oferecida pela Internet, e a outra metade através de atividades que incluem visitas aos espaços integrantes da Rede, encerradas com uma viagem de três dias a Diamantina.

A rede

• Observatório Astronômico da Serra da Piedade (ICEx) • Casa da Glória - Centro de Referência em Cartografia Histórica (IGC)
• Centro de Memória da Medicina (Faculdade de Medicina)
• Centro de Memória da Engenharia (Escola de Engenharia)
• Estação Ecológica da UFMG (Instituto de Geociências)
• Museu de História Natural e Jardim Botânico
• Projeto Museu/Escola (Faculdade de Educação)
• Projeto de Qualificação em Museus
• UFMG Jovem
• Grupo Scientia & Technica (Fafich)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Projeto quer envolver pesquisador na divulgação científica


atrocinada pela Fundação Vitae, a Rede de Museus e Espaços de Ciência da UFMG marcará presença, a partir deste ano, em um projeto de educação em ciências, que já funciona em quatro outras universidades do país: UFRJ, UFRGS, Universidade Federal de Santa Maria e Fiocruz/Bahia. Coordenado na UFMG pelo professor Paulo Sérgio Lacerda Beirão, do ICB, o projeto busca mecanismos alternativos para disseminar a ciência. A idéia é envolver o cientista que trabalha na ponta para promover educação científica, sobretudo aqueles vinculados aos cursos de pós-graduação bem avaliados pela Fundação Capes. "É possível, por exemplo, produzir material artístico, livros, vídeos, CDs e peças teatrais, que contenham informações sobre o método científico", explica Beirão.

A formação de profissionais que atuam em museus - ligados a escolas, prefeituras ou outras instituições - fortalece o movimento de aproximação da Rede com outros setores da sociedade. "Já temos uma proximidade com o Museu Histórico Abílio Barreto, em Belo Horizonte, e pretendemos manter uma ligação com outros espaços fora da UFMG", informa o pró-reitor Edison Correa.