![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() ![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
|
![]() |
![]() |
|||
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
|||
![]() |
||||
![]() |
![]() |
|||
![]() |
![]() |
Primeira
página![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
Segunda
página ![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
Terceira
página![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
Quarta
página ![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
Quinta
página ![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
Sexta
página ![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
Setima
página ![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
Oitava
página ![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
Edições
Anteriores ![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
|||
![]() |
Mocinha ou vilã?
Livro do professor Rodrigo Duarte discute
indústria
cultural a partir das idéias de Theodor Adorno
Maurício Guilherme silva Jr.
uito
se discute a interferência da mídia no cotidiano dos cidadãos.
Diversas teorias buscam explicar como se dá o processo de interação
entre as pessoas e os meios de comunicação. Há quem
veja no receptor de informações _ o indivíduo comum
_ capacidade e autonomia de escolha e interpretação; de outro
lado, estudiosos que enxergam a mass media como manipuladora incontrolável.
Integrante da famosa Escola de Frankfurt, o filósofo alemão
Theodor W. Adorno, que dedicou amplo esforço à investigação
do tema, foi partidário da visão, por assim dizer, mais "pessimista".
Uma introdução à problemática da indústrial
cultural, a partir do pensamento de Adorno, é a proposta do mais
recente livro do professor Rodrigo Duarte, do departamento de Filosofia
da Fafich, a ser lançado, dia 25 de março, pela Editora UFMG.
Teoria crítica da indústria cultural, obra que integra a coleção
Humanitas, busca revelar a atualidade das idéias de Adorno, mesmo
depois da intensa evolução dos meios de comunicação
nas últimas décadas. "Procuro compreender a evolução
da obra crítica de Adorno ao longo dos anos, e, por fim, como é
possível analisar o que aconteceu na indústria cultural dos
anos 60 para cá", resume o autor.
Mídia e poder
Dos anos 40, quando o filósofo alemão iniciou suas análises
sobre o fenômeno, aos dias de hoje, os recursos tecnológicos
se multiplicaram. Em meados do século 20, havia apenas sistemas de
rádio e a máquina hollywoodiana de cinema. Hoje, além
da televisão, das transmissões via-satélite, de equipamentos
de áudio com alta-fidelidade e até mesmo dos vídeos
caseiros, a informática e os recursos de rede tornaram ainda mais
complexas as relações entre público e mídia.
"É impossível um regime manter-se no poder sem o auxílio
da indústria cultural", diz o professor.
Como
exemplo da importância dos meios sobre a opinião pública,
Rodrigo Duarte cita a recente invasão dos Estados Unidos ao Iraque.
No caso, o presidente George Bush utilizou-se da mídia para convencer
a sociedade norte-americana de que não havia outra alternativa senão
a guerra contra a nação presidida por Saddam Russein, acusada
de produzir e estocar armas de destruição em massa.
A indústria cultural também foi decisiva para manter a coesão social durante a Guerra Fria, período marcado pela divisão geopolítica em dois pólos: o capitalista, liderado pelos Estados Unidos, e o socialista, comandado pela antiga União Soviética. "Na época, a mídia enalteceu o elevado padrão de consumo da sociedade capitalista, principalmente nos Estados Unidos, associando-o à idéia de liberdade", lembra o pesquisador.
A indústria cultural agiria, justamente, na difusão da idéia de consumismo como liberdade de escolha do indivíduo. Apesar dos tempos serem outros, na visão de Rodrigo Duarte, a análise crítica de Adorno em relação a tal realidade permanece intacta. "Sua crítica está mais atual do que nunca, o que torna ainda mais importante o esforço de trazer à discussão o pensamento do filósofo", diz o professor, ressaltando a importância de as teorias enxergarem o caráter sistêmico da indústria cultural.
Não é possível, segundo Rodrigo Duarte, dividir a questão entre os "pessimistas" _ para quem não há saída contra a indústria cultural _ e os "otimistas", que minimizam o poder dos veículos de comunicação de massa. "Sou contra a demonização da indústria cultural. É preciso analisá-la e criticá-la como reflexo de um sistema coercitivo. Não condeno o meio em si, mas a forma como é utilizado", completa.
Livro: Teoria crítica da indústria
cultural
Autor: Rodrigo Duarte
Editora: Editora UFMG
Lançamento: 25 de março, a partir de 19h30,
no Conservatório UFMG (Avenida Afonso Pena, 1.534)