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Nº 1489 - Ano 31 - 23.6.2005

Uma rede em favor da saúde

Formação profissional e terapias não-hegemônicas estão na pauta da sexta edição do Congresso da Rede Unida

Danny Marchesi

stá quase tudo pronto para o VI Congresso Nacional da Rede Unida, encontro que comemora os 20 anos da entidade e que deverá reunir, de 2 a 5 de julho, cerca de dois mil participantes no campus Pampulha, em Belo Horizonte.

“Desde a quinta edição do Congresso, em 2003, a entidade avançou na proposição de políticas públicas, na relação com os ministérios da Educação e Saúde e, principalmente, na parceria com entidades de outras profissões, além da medicina, enfermagem e odontologia, até então as mais presentes”, avalia Márcio Almeida, presidente da Rede Unida.

A formação do profissional de saúde, grande preocupação da entidade, será abordada nas conferências, painéis e, principalmente, nas oficinas do VI Congresso. Cada um dos 14 cursos de saúde terá uma oficina dedicada ao exame dos avanços e obstáculos na implantação de novas diretrizes curriculares. “Elas representam esforços para viabilizar, desde o primeiro ano, o contato dos alunos com os pacientes”, assinala Márcio Almeida.

Na opinião do professor Cid Velloso, presidente do Congresso, as oficinas serão as atividades mais importantes do evento, “uma espécie de celeiro de propostas”. Segundo Velloso, “esse trabalho coletivo agrega contribuições dos participantes de todo o país na formulação de conceitos”.

O Congresso também contará com outras 40 oficinas sobre temas relativos à saúde e à educação para a saúde. Cada uma oferece 30 vagas, e as inscrições são feitas na página do Congresso. Ao final das atividades, será produzido um documento contendo proposta de cada grupo sobre o tema discutido.

Terapias não-hegemônicas

O Espaço Guimarães Rosa – seção de atividades do Congresso que homenageia o escritor e médico mineiro – promoverá discussões sobre práticas terapêuticas tradicionais não-hegemônicas, como acupuntura, terapia junguiana, psicologia corporal, arteterapia, musicoterapia, anti-ginástica, yoga, biodança, terapia bioenergética e outras.

De acordo com o grupo organizador do espaço, a discussão dessas práticas terá como orientação fundamental sua aplicação inclusiva, em contraponto à prática de terapias alternativas elitizadas. Além de discutir a viabilidade de introduzir tais práticas no Sistema Único de Saúde (SUS), o espaço tem também a preocupação de aproximá-las do universo acadêmico. “São práticas tradicionais e, não raro, menos invasivas, que respeitam a integralidade do paciente. Por isso, alcançam, muitas vezes, resultados mais significativos. Nosso objetivo é aliar o uso delas ao das práticas hegemônicas”, destaca a médica Maria de Fátima Pimenta, especialista em medicina psicossomática e uma das organizadoras do Espaço Guimarães Rosa, que também discutirá temas como o atual modelo de sociedade, violência, uso da água, da terra, meio ambiente, trabalho, cultura e educação popular. Suas atividades acontecem durante todo o evento, na tenda a ser montada entre a Praça de Serviços e o Instituto de Ciências Biológicas. A participação dispensa inscrição.

Os trabalhos

Quem enviou trabalhos ao VI Congresso Nacional da Rede Unida deve verificar, com antecedência, na página eletrônica do evento, o dia, horário e local de sua apresentação. Serão expostos 1.136 trabalhos em duas modalidades: pôster exposto e pôster comentado. Práticas de atenção à saúde foi o tema que recebeu o maior número de inscritos entre os 19 propostos, seguido por Saúde da família, Mudanças na formação dos profissionais, Educação para saúde e Estágios curriculares em serviços de saúde.

Paralelos ao Congresso serão realizados a I Mostra de Produção de Saúde da Família de Minas Gerais, o II Fórum Nacio-nal de Redes em Saúde, a Reunião de Pólos de Educação Permanente em Saúde e a Mostra dos 20 Anos da Rede.

Após a abertura do Congresso, marcada para o dia 3 de julho, às 20 horas, no Palácio das Artes, haverá lançamento de livros. “As obras retratam diferentes aspectos da saúde pública: formação de recursos humanos, pesquisa qualitativa e quantitativa em saúde e ações de cuidar”, ressalta a professora Isabela Pordeus, responsável pela seleção das obras. Entre elas, O que é enfermagem, de Maria José Lima, e Saúde e serviço social, escrito por Maria Inês Bravo, Ana Maria de Vasconcelos, Andréa Gama e Giselle Monnerat.

Informações e inscrições na página www.ufmg.br/redeunida.