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Nº 1629 - Ano 35
13.10.2008
A Inova-UFMG divulgou, no último dia 6, o resultado do processo seletivo de seu Programa de Incubação, que contou com a participação de 34 projetos. Para pré-incubação foram aprovados cinco empreendimentos, ainda sem nome fantasia. Já as empresas a serem incubadas são a In Vitro Cells – Toxicology Research, pré-incubada na própria Inova, e a Econ – Engenharia de Controle Industrial, apoiada anteriormente pelo Inovatec, Centro de Empreendedorismo e Inovação do Departamento de Ciência da Computação da UFMG, sob a coordenação do professor Cristiano Becker, recentemente falecido.
As atividades dos empreendimentos selecionados terão início ainda este mês. O programa oferece infra-estrutura e serviços básicos para inserir empresas iniciantes no mercado, contribuindo para aumentar sua capacidade competitiva. O apoio consiste em espaço físico, internet, ramal telefônico e cursos de capacitação. O prazo de incubação é de seis meses, podendo ser renovado até o limite de dois anos. Saiba um pouco mais sobre as duas empresas que serão incubadas pela Inova-UFMG.
Foca Lisboa |
Tarik e Rafael: software para monitorar pontos críticos de processos industriais |
Levar tecnologia para processos industriais por meio de produtos e serviços com objetivo de aumentar o retorno financeiro, a produção e a qualidade, minimizando rejeitos e o desperdício. Essa é a proposta da Econ – Engenharia de Controle Industrial, que tem como sócios os ex-alunos Rafael Araújo, Tarik Simão e Pedro Felipe Carrião, do curso de Engenharia de Controle e Automação da UFMG. Ela ganhará materialidade em um software de monitoramento dos processos de produção. A ferrramenta permitirá o diagnóstico de possíveis falhas nos processos térmico, hidráulico e de compressão de materiais.
Por enquanto, a Econ concentrará esforços nas indústrias de processo contínuo, como a petroquímica, a de mineração e a de base. Nesses casos, não existe linha de montagem, mas beneficiamento e transformação, perfil que demanda mais esse tipo de controle. Aqui, o retorno também é mais expressivo. “Uma economia de combustível da ordem de 5%, por exemplo, significa muito em termos financeiros, dado o volume de produção dessas indústrias”, exemplifica Rafael Araújo.
Como exemplo, Tarik Simão cita a siderurgia, um dos principais alvos do software. Para produzir uma chapa de aço, por exemplo, a matéria-prima é inicialmente aquecida no alto-forno e vira ferro-gusa. Depois, na aciaria, ocorre a transformação térmica e química (que envolve, entre outros processos, a oxigenação do ferro e aquecimento), que dá origem ao aço. Na fase seguinte, a laminação, se dá a conformação da chapa. “São várias etapas e em todas elas existem detalhes operacionais que devem ser seguidos, como o ponto de vazão de minério e a temperatura e pressão ideais”, explica Tarik.
O sistema de automação atua exatamente para otimizar esse tipo de processo, realizando medições que possibilitam estabilizar os pontos críticos. Os ganhos são a redução de custos e do consumo de matérias-primas e insumos. Em fornos de aquecimento da laminação, que funcionam a gás ou a óleo, o uso do software permitiria, segundo cálculos dos empreendedores, a diminuição mensal de 182 mil litros de óleo, além da queda dos níveis de emissão de gás carbônico na natureza.