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Nº 1652 - Ano 35
11.5.2009

Em casa, no mundo

Crescem as oportunidades de intercâmbio oferecidas
pela UFMG; só o programa de mobilidade internacional dispõe de 339 vagas

Luiza Lages

Da Argentina aos Estados Unidos, de Portugal a Israel, são 20 países onde estudantes da UFMG podem aprofundar suas experiências acadêmicas. Esta semana – dias 13, 14 e 15 de maio –, as secretarias dos colegiados de Graduação receberão inscrições dos alunos interessados em preencher as 339 vagas do Programa de Mobilidade Discente Internacional 2010. São 33 vagas a mais em relação ao edital anterior. “Estamos diante de um rápido processo de globalização da cultura e da economia. O intercâmbio possibilita ao aluno o domínio de novas tecnologias e o conhecimento das redes científicas e culturais existentes”, afirma a diretora de Relações Internacionais, professora Eliana Regina de Freitas Dutra.

Um dos 285 alunos da graduação da UFMG que fazem intercâmbio este ano, Paulo Tadeu Gonçalves Pinto, aluno do 9º período de Engenharia de Controle e Automação, fica até julho na Universidade Hochschule Karlsruhe – Technik und Wirtschaft. “Dentre os países em cujas línguas eu tenho proficiência, a Alemanha era o que mais me agradava, pela força da indústria e por ser tão desenvolvida e peculiar. A experiência de me estabelecer em um país distante, de hábitos tão diferentes, me faz crescer muito pessoalmente”, conta o estudante.

Além do programa de mobilidade discente internacional, a UFMG trabalha com outras iniciativas de intercâmbio. Grenoble Brasil, Escala Discente e Erasmus Mundus são algumas delas. Hoje o foco principal é na Escala Discente, que oferece vagas nas instituições vinculadas à Associação das Universidades do Grupo Montevidéu, AUGM. Os intercâmbios são feitos entre alunos da América Latina que fazem parte do Mercosul. Segundo a diretora de relações internacionais da UFMG, a proposta extrapola a troca estudantil. “Temos que pensar no fortalecimento de blocos regionais dentro da perspectiva da cooperação Sul-Sul adotada pela política exterior do Brasil”, analisa Eliana Dutra.

Conexão África

Foca Lisboa
Abdelasy no estúdio da UFMG Educativa: nova visão da África

Outro esforço de aproximação é com a África. Abdelasy de Sousa, natural de São Tomé e Príncipe, chegou ao Brasil em 2005, inscrito no curso de Engenharia de Minas. Depois de ter uma reopção autorizada, hoje cursa o segundo período de Comunicação Social. “Em Angola eu trabalhava com petróleo, e me interessava pela área. Mas também já fui jornalista da rádio nacional de São Tomé e Príncipe”, conta o estudante. Desde 2008, ele apresenta o Visão África, programa de uma hora de duração transmitido aos sábados na rádio UFMG Educativa. “A ideia é ser uma vitrine da cultura africana, dos países de língua portuguesa. Ele traz um pouco dos modelos de educação, ciência e cultura africana. Quero contribuir para mudar a impressão de que na África só existe pobreza”, explica o aluno.

A maioria dos acordos da UFMG com outras instituições segue o princípio da reciprocidade: o mesmo número de vagas oferecido nelas é também disponibilizado aqui. Cerca de 440 alunos estrangeiros estão hoje na UFMG em programas de mobilidade estudantil. No entanto, 15 deles, incluindo Abdelasy, estão vinculados ao Programa Estudante-Convênio de Graduação, que não se baseia no princípio da reciprocidade, e aqui cursam toda a graduação. A iniciativa é uma parceria do Ministério das Relações Exteriores do Brasil com embaixadas de outros países e instituições de todo o mundo.

Sem sair do Brasil

As possibilidades de enriquecimento acadêmico não se limitam ao exterior. A UFMG é signatária de dois programas de intercâmbio de âmbito nacional: Mobilidade Acadêmica Andifes e Santander Universidades de Mobilidade Nacional. Ambos permitem ao aluno cursar de um a dois semestres letivos em outras universidades do Brasil.

Segundo a professora Maria José Menezes Brito, coordenadora de Estágios, Convênios e Intercâmbios, a UFMG é uma das universidades mais procuradas no país para esse tipo de intercâmbio. Só no ano passado, foram 19 alunos egressos de outras instituições. A aluna Pâmilla Vilas Boas, do sétimo período do curso de Comunicação Social, estudava na Universidade de Viçosa quando se inscreveu no programa da Andifes. Natural de Bambuí, no Centro-Oeste de Minas, ela esperava ficar mais próxima de casa : “Já vim com a intenção de experimentar o curso e se possível pedir transferência depois”, relata a estudante.

Ao chegar à UFMG, no segundo semestre de 2006, Pâmilla deparou com uma grade curricular diferente e flexibilizada, além de outras particularidades. “Em Viçosa o curso de Comunicação e a área de Humanas como um todo são mais desvalorizados; a Universidade lá tem um perfil agrário. Aqui, a comunicação é incorporada pela Universidade, você vê as coisas acontecendo e as possibilidades de prática são muito maiores”, conta a estudante, que obteve transferência no ano seguinte e hoje é aluna regular da UFMG.