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Nº 1690 - Ano 36
12.4.2010

Anastasia visita reitor Clélio Campolina

Impossibilitado de comparecer à cerimônia de transmissão de cargo na UFMG no último dia 22, o governador Antonio Anastasia fez uma visita de cortesia, no último dia 7, ao reitor Clélio Campolina Diniz. O novo governador foi recebido na Sala de Sessões do Conselho Universitário pela equipe de pró-reitores e auxiliares, diretores de unidades e presidentes das fundações de apoio da UFMG.

“Fiquei com o coração em chagas por não ter vindo à cerimônia”, disse o governador. Segundo ele, que é professor da Faculdade de Direito, a presença no campus Pampulha teve, ao mesmo tempo, natureza sentimental e institucional. “Primeiro estou aqui como professor. Tenho respeito por essa Universidade, à qual devo minha formação. Mas vim também como governador, para reafirmar a necessidade de manter as parcerias entre o governo do Estado e a Universidade, para que nossos projetos comuns continuem e se fortaleçam”, disse Anastasia, que tomou posse no governo de Minas no dia 31 de março.

O governador afirmou que a UFMG é parceira do Estado em praticamente todas as suas políticas públicas em áreas como cultura, saúde, educação, assistência, tecnologia e esporte. No entanto, o principal projeto em comum entre o Governo e a Universidade, de acordo com Anastasia, é a criação do BH-Tec, o parque tecnológico de Belo Horizonte, que conta também com apoio da Prefeitura da capital. “Será uma grande âncora para o desenvolvimento de Belo Horizonte e Minas Gerais”, disse, ao prever sua inauguração para o final deste ano.

Anastasia reafirmou seu compromisso de dar continuidade à aplicação de recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) para as diversas áreas de pesquisa da Universidade.

Durante o evento, o reitor Clélio Campolina contou que, ao longo de sua vida pública, já teve a oportunidade de conviver com Anastasia em várias ocasições. O reitor lembrou-se, por exemplo, da época em que foi presidente do Conselho Curador da Fundep e o atual governador era advogado da Fundação. “Ao longo do tempo, ele vem se dedicando à vida pública e à Universidade, e já contribuiu de várias maneiras com a UFMG.”

UFMG recebe calouros indígenas

Foca Lisboa
Estudantes indígenas esperam aplicar conhecimentos em suas comunidades de origem

Guldierri Rui Benedito, de 19 anos, estava diante de uma dúvida crucial: alistar-se na Marinha e cursar arquitetura ou ciências biológicas. Quando soube que a UFMG abrira vagas em seis cursos para indígenas, acabou ficando com a segunda opção. “As ciências biológicas têm muito a ver com a natureza, que é uma coisa de que gosto muito”, explicou o jovem, de origem tupiniquim, e um dos 12 estudantes aprovados no primeiro Vestibular indígena da Universidade. Ele e seus colegas participaram na semana passada da Semana do Calouro Indígena, tendo sido recepcionados pelo reitor Clélio Campolina Diniz e pela equipe da Pró-Reitoria de Graduação.

De origem tupiniquim, Guldierri veio de uma aldeia do Espírito Santo e espera levar para lá os conhecimentos que absorverá na UFMG. “Necessitamos muito de pessoas formadas, para ajudar, por exemplo, em reflorestamento e a cuidar dos animais”, afirma. No ato de inscrição no Vestibular, os estudantes indígenas assumem o compromisso de atuar em suas comunidades após o término dos cursos.

Para a caloura de enfermagem Kaypunã Braz da Conceição, de 23 anos, o maior desafio será conciliar duas culturas. “Tenho que transmitir esse conhecimento para a aldeia sem criar uma contradição: a de falar uma coisa e uma pessoa da comunidade falar outra”, diz ela, que tem formação técnica em enfermagem e atua como professora em sua comunidade.

Já Vanessa Gonçalves de Oliveira, de 19 anos, diz que nem pensava em fazer um curso de graduação até ficar sabendo do vestibular para indígenas na UFMG. “Mas quando surgiu a oportunidade, vi de cara que eu queria fazer agronomia”, conta. Nascida em São João das Missões, a aluna de origem xakriabá diz que nunca saiu de casa e, por isso, não sabe muito bem o que a espera em Montes Claros, onde fica o Instituto de Ciências Agrárias da Universidade. “É tudo completamente novo”, afirma.

Sinare Ressureição, de 23 anos, também se preocupa com a mudança, que, para ele, significa o começo de uma nova vida. De etnia pataxó, ele conta que sempre pensou em fazer agronomia. “É um curso que tem a ver com nossa cultura. Espero ajudar minha aldeia a lidar melhor com a terra”. pondera.

A primeira edição do Vestibular para indígenas ofereceu 12 vagas para os cursos de medicina, enfermagem, odontologia, ciências biológicas e ciências sociais (em Belo Horizonte) e agronomia (em Montes Claros). Todos os calouros vão passar o primeiro semestre de 2010 em Belo Horizonte, onde participarão de curso de preparação e nivelamento ministrado pelo Colégio Técnico (Coltec).