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Nº 1714 - Ano 37
11.10.2010

ALERTA máximo

Medidas adotadas pela UFMG buscam reduzir transtornos gerados pelas chuvas

Fred Lamêgo

Foto: Foca Lisboa
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Cruzamento da avenida Mendes Pimentel com a rua Eduardo Frieiro, uma das áreas mais afetadas pelas cheias no campus Pampulha

Período de chuvas é sinônimo de cheias e inundações, realidade enfrentada pela maioria das grandes cidades, e no campus Pampulha não é diferente. Não raro, devido às chuvas fortes, ruas da universidade são ocupadas pelas águas, impedindo o fluxo de carros e pedestres. Medidas têm sido tomadas para diminuir a frequência de enchentes e amenizar os transtornos gerados por elas. São os casos da construção da bacia de detenção em área próxima ao cruzamento da avenida Carlos Luz (Catalão) com o Anel Rodoviário, por onde o córrego Engenho Nogueira entra no campus, e a criação de sistema de alerta, via portal UFMG, com o intuito de avisar diariamente sobre as probabilidades de ocorrência de cheias.

A bacia de detenção, em fase de conclusão, visa reduzir a recorrência de alagamentos no campus Pampulha, principalmente na região da avenida Mendes Pimentel e rua Professor Eduardo Frieiro, áreas mais afetadas. Segundo o professor Márcio Baptista, pró-reitor de Administração, a bacia funciona como reservatório que armazena temporariamente quantidade significativa de água durante as chuvas e impede que ela corra em direção ao córrego Engenho Nogueira, controlando assim sua vazão. Depois do término da chuva, esse reservatório vai lentamente se esvaziando sem provocar grandes alterações no fluxo normal do rio.

“Quanto maior a bacia, maior a capacidade de amortecimento das cheias, mas a que construímos no campus não é tão grande a ponto de solucionar definitivamente o problema”, alerta o pró-reitor. Por isso, em caso de chuvas intensas e prolongadas, enchentes poderão ocorrer novamente.

O problema, como afirma Baptista, é agudo e não pode ser resolvido simplesmente pela construção de um reservatório. “O projeto de canalização dos rios da bacia Engenho Nogueira é antigo, com trechos implantados ainda na década de 1950. Naquela época não se esperava que, sobre a bacia, surgissem tantas edificações, como o Shopping Del Rey”, diz. Desde a canalização, o número de estabelecimentos e residências aumentou consideravelmente. Em consequência disso, o solo ficou menos permeável, forçando a água da chuva a correr para os rios. “A dificuldade que temos hoje é resultado de um crescimento que ocorreu sem o devido planejamento”, afirma o professor, lembrando que a canalização feita na época, com capacidade de 10 metros cúbicos por segundo, já não comporta mais o volume que corre por ela durante as chuvas. Resultado: a água transborda pelos bueiros.

A bacia de detenção é parte de projeto de intervenção no córrego Engenho Nogueira, orçado em R$ 15,8 milhões, e que integra o Programa de Recuperação Ambiental do Município de Belo Horizonte (Drenurbs), da Prefeitura, com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Prevenção

Outra medida para prevenção de danos é a criação de um sistema de alerta de riscos de cheias no campus Pampulha. O mecanismo, que ficará disponível no Portal da UFMG, fornecerá informações referentes a meteorologia e aos riscos de alagamentos na região. “Pretendemos avisar, pela página da Universidade na internet, sobre o perigo de enchentes. Com isso, tentaremos evitar que as pessoas circulem pelas regiões afetadas, diminuindo os riscos”, explica.