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Nº 1924 - Ano 42
14.12.2015

Resoluções

Testado e aprovado

Equipe de natação do Reino Unido escolhe o CTE para se preparar para as Olimpíadas do Rio de Janeiro

Cerca de 80 a 100 atletas da equipe de natação do Reino Unido vão se preparar na piscina olímpica do Centro de Treinamento Esportivo (CTE) antes e durante as Olimpíadas de 2016, que serão realizadas no Rio de Janeiro. A definição ocorreu na primeira semana de dezembro, após a piscina ser testada por delegação de 17 integrantes, entre os quais seis nadadores.

O diretor de desempenho da equipe britânica, Chris Spice, conta que acompanhou, ao longo de três anos, a evolução da construção da piscina. "Estamos muito felizes, a piscina está pronta, e acredito que foi feito um trabalho fantástico de preparação. É um privilégio treinar na única piscina com essas condições no Brasil", destacou Spice, em evento realizado no dia 3 de dezembro, no qual a equipe britânica se apresentou para cerca de 80 alunos de escolas públicas da região da Pampulha.

Um dos principais nomes da natação inglesa, Calum Jarvis, 23 anos, também se revelou impressionado com as instalações. "São incríveis. A piscina e a academia são perfeitamente adequadas para a nossa preparação. Além disso, a vista ao redor é linda", elogiou o atleta, admirador do brasileiro César Cielo. Em agosto, Jarvis integrou a equipe britânica de revezamento 4x200 metros que conquistou o Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos, em Kazan, na Rússia, superando seus competidores dos Estados Unidos e da Austrália, considerados favoritos.

Renato Carvalho
Calum Jarvis, campeão mundial do revezamento 4x200m: instalações adequadas e vista linda
Calum Jarvis, campeão mundial do revezamento 4x200m: instalações adequadas

Aprovada pelos ingleses, a piscina olímpica do CTE tem dimensões de 65m x 22,5m e pode ser configurada, por meio do sistema de boulk head (borda móvel), para provas de natação em 50 e 25 metros, para disputas de polo aquático em 28 e 33 metros e para competições na modalidade de nado sincronizado. As bordas móveis também possibilitam que a piscina olímpica seja dividida em duas semiolímpicas, favorecendo treinamentos simultâneos de um grupo maior de nadadores. As instalações incluem banheiras térmicas e saunas para a recuperação física dos atletas após as sessões de treinamento.

Renato Carvalho
Detalhe da borda móvel, que flexibiliza o uso da piscina para disputas de outros esportes aquáticos
Detalhe da borda móvel, que flexibiliza o uso da piscina para disputas diferentes

De acordo com Luciano Sales Prado, professor da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional e diretor técnico do CTE, a piscina do Centro é a única da América Latina com essas características. "O equipamento de treinamento, a tecnologia, as raias, os blocos de saída, o sistema de cronometragem, tudo é de ponta. Por esses fatores, os britânicos se interessaram em treinar aqui", enfatiza. Segundo Prado, a série de treinamentos da delegação britânica tinha o objetivo de confirmar se as instalações atendiam a todas as exigências, como a consistência e o tratamento da água, as condições das raias antiturbulências e a estrutura de logística da UFMG.

Legado

Especialistas da natação acreditam que a estrutura do CTE pode impulsionar o esporte aquático de alto rendimento em Minas Gerais. O ex-atleta, medalhista olímpico de natação e gerente de esportes do Minas Tênis Clube, Rogério Romero, espera que a piscina se firme como referência regional na preparação de atletas. "O corpo docente da UFMG é diferenciado, e, certamente, os atletas mineiros vão se beneficiar dessa estrutura."

Para o presidente da Federação Aquática Mineira, Mauro Dinis Sousa, a construção da piscina deixará um legado que vai muito além da preparação para as Olimpíadas. "Teremos uma estrutura inovadora que atende aos padrões nacionais e internacionais e que proporcionará as melhores condições possíveis para atletas de alto rendimento", reforça.

"Um estado como Minas Gerais, detentor de grande potencialidade, já merecia, há anos, ter um centro com essa envergadura", afirma o professor Silvio Soares dos Santos, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), treinador da seleção paralímpica de natação. Em sua visão, a estrutura do CTE é estratégica para o processo de desenvolvimento, aprimoramento e descoberta de atletas.

Além do grupo de nadadores, o CTE receberá, em 2016, equipes olímpicas britânicas de atletismo, pentatlo moderno e tiro com arco e atletas paralímpicos do levantamento de peso, do atletismo e, possivelmente, do triatlo.

*Com equipe da Assessoria de Comunicação da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional