Coletivo de circo contemporâneo de BH é destaque de podcast sobre a residência artística

Coletivo de circo contemporâneo de BH é destaque de podcast sobre a residência artística

No quinto episódio do Podcast Residência Artística tivemos um bate-papo com Gustavo Elias e Luana Coelho, integrantes do Coletivo Somos 7, que atuou no cenário artístico de palco e rua de Belo Horizonte entre 2015 e 2018 propondo uma nova concepção de circo.

Os integrantes compartilham suas trajetórias e vivências pelo mundo da arte e a paixão pelo universo circense.

Vivências
Gustavo diz que o circo mudou sua forma de enxergar o mundo e é um elemento transformador em sua vida.

Para Luana, o circo é uma escola viva, um território simbólico de transformação, a possibilidade de encontro com outros artistas e profissionais e o lugar de desenvolvimento de linguagens transdisciplinares.

Foi nesse universo que os dois se conheceram, uniram suas habilidades e se tornaram parceiros circenses.

O Coletivo Somos 7 deu lugar a esse encontro: ele na direção musical, ela na direção cênica. Outras pessoas também transitaram por determinados trabalhos e foram compondo o coletivo ao longo dos anos, mas somente os dois estiveram permanentes até o fim.

Paisagem sonora
Os integrantes abordam a importância da música e da “paisagem sonora” na articulação dos movimentos e na abstração da corporeidade.

Segundo Luana, Gustavo tem uma sensibilidade ímpar e é incrível como ele consegue traduzir e ao mesmo tempo provocar a performance. A interlocução entre os dois flui com facilidade ao trazer elementos abstratos para compor coreograficamente e musicalmente.

Em sua formação enquanto artista e educadora, Luana busca atuar em perspectivas e historicidades circenses antirracistas e em pedagogias decoloniais.

Desenvolve o circo em espaços que buscam metodologias próprias, a partir de uma abordagem relacionada ao circo social, que atua habitualmente nas periferias e traz os saberes desse lugar.

A narrativa oficialmente construída a partir da história do circo contada no Brasil – geralmente historicidades eurocentradas, de famílias tradicionais – sempre foi motivo de reflexão.

Para ela o circo pode partir de outras historicidades, principalmente das visões negras, das diásporas e dos povos originários.

Experiências
No podcast, os artistas dividem suas experiências pela residência artística e relembram do espetáculo “Arena 7/Acrobacias” e da oficina “Vivência Circense”, que realizaram no Centro Cultural UFMG no período em que ocupavam o espaço.

Eles falam da relação do coletivo com a instituição, as trocas que tiveram com residentes de outros grupos, sem contar a localização no baixo centro de Belo Horizonte, que borbulha cultura e arte contemporânea.

Para finalizar, eles nos contam as expectativas e perspectivas para os próximos meses e ano de 2022, como a Nomas Trupe, a continuidade aos projetos que eles vêm trabalhando paralelamente, seus trabalhos individuais e da dupla, além de nos dar um spoiler do novo espetáculo que estão desenvolvendo para o próximo ano, que traz um diálogo entre o malabarismo e a música.

Acesse a seguir o podcast na íntegra:

Conheça neste link como foi o laboratório circense do Coletivo Somos 7.

Podcast Residência Artística
O Podcast Residência Artística é um projeto que disponibiliza mensalmente no Spotify conteúdos em áudio relacionados ao desenvolvimento da pesquisa e experimentação das artes visuais, dança, performance, teatro, música e literatura.

A proposta surgiu para ampliar a programação online do espaço, oferecer ao público da internet uma discussão sobre o estudo das artes, além de dar visibilidade aos residentes da casa, que foram lançados em novas rotinas de pesquisa.

Os convidados contam com espaço para dialogarem sobre essa imersão, seus processos criativos, suas experiências, trajetórias, produções artísticas e resultados.

Onde acessar
Uma vez por mês no Spotify do Centro Cultural UFMG