Mell Flores, uma das produtoras do ‘Tranquilo’, participa de novo episódio de podcast

Mell Flores, uma das produtoras do ‘Tranquilo’, participa de novo episódio de podcast

O nono episódio do Corredor Cultural 174 Podcast, produzido pelo Centro Cultural UFMG, traz um bate-papo com Mell Flores, uma das produtoras do ‘Tranquilo’, um movimento itinerante e cultural de exaltação à música feita em Minas Gerais, que acontece todas as terças-feiras, em Belo Horizonte, em locais distintos. Com pouco mais de quatro anos de existência, o projeto surgiu da necessidade de ter um espaço para os músicos independentes mostrarem seu trabalho e tem atraído, cada vez mais, ‘ouvidos atentos e corações abertos’.

O movimento ‘Tranquilo’: música, novidade, pessoas

O ‘Tranquilo’ é “um rolê de descoberta”, define Mell, que surgiu “para ser um rolê tranquilo”, um evento onde as pessoas têm a oportunidade de sentar e escutar os músicos bem de pertinho, em um formato extremamente intimista, olho no olho, voz, violão e ouvidos, estabelecendo uma conexão entre público e artista.

O projeto, por essência, vai na contramão dos eventos festivos com música alta, que incluem shows no formato banda, muita conversa, paquera e toda uma agitação.

Idealizado pelo músico Thales Silva, a intenção foi criar uma experiência diferente na cidade, um palco dedicado à música autoral livre, que oferece estrutura para talentos que não têm espaço para divulgar seus trabalhos.

Projeto itinerante, às terças-feiras, com programação e local ‘secreto’

A produtora diz que os eventos acontecem principalmente na região Leste de Belo Horizonte, mas que a curadoria procura expandir para outros bairros e regiões. Hoje em dia, como a cidade conhece bastante o ‘Tranquilo’, muitas pessoas procuram a produção do evento e oferecem seus estabelecimentos para a realização de alguma edição, acreditando representar à atmosfera do movimento. Segundo Mell, eles já ocuparam locais bem diversos, como estacionamento, centro cultural, restaurante e quadra de vôlei.

Os encontros ocorrem sempre às terças-feiras, dia da semana incorporado ao calendário do ‘Tranquilo’, pois entendem ser um dia estratégico e tranquilo, cumprindo o propósito do projeto. Flores diz que as pessoas têm o costume de sair entre quinta e domingo e quando vão a um ‘rolê’ na terça-feira é porque estão dispostas a viver aquela experiência e absorver tudo que ela tem a oferecer.

A programação e o local do evento são divulgados apenas na véspera, aguçando a curiosidade das pessoas e criando um mistério entre os apreciadores. Essa proposta de inverter a lógica atrai quem realmente gosta da ideia e, independente dos artistas que vão se apresentar, o público comparece ao ‘Tranquilo’ para fazer parte daquela vivência. Essa configuração está bastante consolidada e conta com um público fiel e constante.

A escolha dos músicos

Mell esclarece que a curadoria é feita de forma bem ampla e está o tempo todo na busca por artistas. O ‘Tranquilo’ mantém um canal de comunicação aberto para que os interessados também cheguem até eles e neste ano lançou um edital de seleção, dando a oportunidade dos músicos enviarem seus materiais. Há, ainda, os artistas conhecidos na cena de BH, como Pedro Morais e Jennifer Souza, que são convidados todo ano, pois o público faz questão de prestigiar.

Em regra, três artistas se apresentam a cada edição, em um tempo de aproximadamente 30 minutos cada. “A ideia é fazer um show curto mesmo, ao mesmo tempo diverso, justamente para o público ficar com gostinho de quero mais”, declara Flores, instigando-o a pesquisar e acompanhar esses artistas. Esporadicamente acontecem edições especiais, que costumam ter mais músicos e uma duração mais longa.

O ‘olho no olho’

A produtora revela que no final das apresentações acontece o ‘olho no olho’, “momento mágico do evento”, é a hora que eles desligam a caixa de som e colocam duas cadeiras, uma de frente para a outra, para que um artista amador que esteja na plateia, ou até mesmo um artista da casa, ocupe para tocar uma música enquanto uma pessoa do público assenta para ouvir, ‘olho no olho’, em um instante muito íntimo e tocante.

Muitos artistas ficaram conhecidos e foram selecionados para apresentar no ‘Tranquilo’ em razão dessa dinâmica, uma oportunidade de terem uma cadeira e um violão para mostrarem seus trabalhos, mesmo que a intenção não seja rentabilizá-lo.

Portas que se abrem para muitos artistas

A cantora e compositora Marina Sena integrou a programação do ‘Tranquilo’ logo no início, quando uma de suas músicas ainda não tinha viralizado na internet, transformando sua carreira da noite para o dia. “Eu acho que o ‘Tranquilo’ funciona como uma porta para muitos artistas, ele propaga os trabalhos, as artes e as histórias”, expõe Mell. “É natural que os artistas passem pela gente e é essa a nossa intenção, na verdade, que eles estourem por Minas, pelo Brasil e pelo mundo”, complementa.

O projeto, que começou no quintal da casa de seu idealizador, desembarcou recentemente em São Paulo e tem planos de expandir para outros estados.

Ouça o podcast na íntegra e conheça um pouco mais sobre esse rolê de descoberta, um palco apaixonado por música autoral livre:

 

 

Corredor Cultural 174 Podcast é um projeto que disponibiliza mensalmente no Spotify conversas com artistas, músicos, escritores, cineastas, agentes culturais e demais pessoas que pensam, respiram e produzem cultura. “Corredor”, pelo fato do Centro Cultural UFMG estar situado no corredor cultural Praça da Estação e também no sentido de espaço de passagem, onde transitam ideias, movimentos e expressões artísticas em Belo Horizonte. “Cultural”, pois a temática será sempre cultura e “174” é o número de localização da instituição na Avenida Santos Dumont.

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