Obras de Luisa Godoy investigam a cor a partir do corpo e da experiência sensível

Obras de Luisa Godoy investigam a cor a partir do corpo e da experiência sensível

O Centro Cultural UFMG convida para a abertura da exposição individual ‘Corina’, da artista e pesquisadora Luisa Godoy, com curadoria da professora Rachel Cecília de Oliveira. A mostra reúne obras que desafiam os limites tradicionais da pintura e propõem uma escuta visual da cor através do corpo, da luz e da sombra. O evento acontece no dia 9 de maio de 2025, sexta-feira, às 19 horas. As obras poderão ser vistas até 8 de junho de 2025. A entrada é gratuita e tem classificação livre.

Corina

A exposição nasce de uma relação estreita entre artista e curadora, construída dentro e fora do espaço acadêmico. Rachel Cecília, professora e pesquisadora da Escola de Belas Artes da UFMG, acompanha de perto o percurso de Luisa, com quem compartilha discussões, sensibilidade e processos poéticos que deslocam fronteiras disciplinares. Essa afinidade intelectual e afetiva dá à curadoria um tom de cumplicidade e escuta, acolhendo a singularidade de uma pesquisa que nasce no corpo e se expande na matéria da cor.

O corpo é o fio condutor de toda a produção apresentada. Não apenas como tema, mas como ferramenta de construção da imagem. Nas palavras da artista, sua escala de trabalho é aquela “que o corpo dá conta”. É o corpo que observa, que se afeta e que traduz a experiência visual em traço, em gesto, em captação. As obras não são resultado de uma técnica fixa, mas de um processo contínuo de atenção às variações sutis da luz, às refrações que surgem no tempo da presença.

A mostra reúne três séries de trabalhos desenvolvidos ao longo dos últimos anos: ‘Cores na penumbra’, ‘Aparição da cor em corpos’ e ‘Desaparição da cor de corpos’. Em ‘Cores na penumbra’, Luisa desenha sombras coloridas a partir de projeções luminosas. O exercício se transforma em uma espécie de alquimia sensível: quanto mais tempo se observa, mais camadas cromáticas se revelam. Já nas séries ‘Aparição da cor em corpos’ e ‘Desaparição da cor de corpos’, a artista investiga o modo como a cor se mistura, desaparece ou altera superfícies corporais, num processo em que matéria e imagem se contaminam.

O nome da exposição — Corina — carrega também uma história pessoal. Era o nome que a artista teria recebido ao nascer, se seu pai não a tivesse registrado como Luisa, cujo significado seria “aparição da cor”. A coincidência funciona como uma síntese poética de tudo o que a exposição propõe: a cor como surgimento, como presença que se insinua e se transforma no encontro entre corpo, tempo e imagem.

Sobre a artista

Luisa Godoy é artista e pesquisadora. Doutoranda pelo PPGArtes-EBA/UFMG, com bolsa CAPES, é graduada em Artes Plásticas pela Escola Guignard/UEMG (com habilitações em pintura, desenho, cerâmica e gravura em metal) e especialista em Arte Contemporânea pela mesma instituição. Participou do Curso de Aperfeiçoamento em Performance com Alison Crocetta (CEIA/MIP4, 2021), da residência artística EmTranse (Teatro do Amanhã, 2022) e da imersão M.A.R. com Dandara Manoela (Espaço Cultural Armazém-Coletivo Elza/Sesc, 2022). Atualmente, é artista residente no Centro Cultural UFMG (2024-2025).

Sobre a curadora

Rachel Cecília de Oliveira é professora da Escola de Belas Artes e do Programa de Pós-graduação em Artes da UFMG. Atuou na diretoria da Associação Brasileira de Estética (ABRE) por dois mandatos, foi professora visitante na Université Paris I – Panthéon-Sorbonne e é atualmente editora-chefe da Revista Pós do PPGArtes UFMG. Líder do grupo de pesquisa Experiências Descoloniais, sua atuação transita entre filosofia, teoria, história e crítica das artes, com atenção à das práticas contemporâneas.

Exposição individual ‘Corina’ – Luisa Godoy
Abertura: 9 de maio de 2025| às 19h
Visitação: até o dia 08/06/2025
Terças a sextas: 9h às 20h
Sábados, domingos e feriados: 9h às 17h
Sala Celso Renato de Lima
Classificação indicativa: livre
Entrada gratuita

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