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Os resultados do primeiro turno desta eleição na UFMG mostraram, para quem quiser ver, como a comunidade universitária está hoje dramaticamente dividida. A chapa 1, apesar de ficar em terceiro lugar, foi largamente majoritária entre os estudantes e principalmente entre os servidores técnico-administrativos. É um resultado que deve ser acolhido com sensibilidade para a delicadeza do momento e com vontade para reorganizar nossas forças na proposição de uma agenda que, acolhendo e respeitando as diferenças, mobilize as imensas energias criativas de nossa comunidade, rumo a um novo futuro.
Estas divisões não vêm de hoje, refletem problemas profundos e não podem ser atribuídas unilateralmente a uma ou outra corrente universitária ou mesmo a uma gestão. Somos todos responsáveis por ela: cabe reconhecer a legitimidade precária de alguns arranjos decisórios hoje vigentes na UFMG, como em outras universidades brasileiras, e a falta de consenso quanto às soluções a serem adotadas.
As carências da democracia na UFMG, o princípio único que permite processar os conflitos e transformar as diferenças plurais em energias e projetos renovados, estão na base desta situação. Não podemos mais admitir práticas de concentração de decisões, de ausência de diálogo e de intolerância nas negociações, como ocorreram em relação aos estudantes e principalmente em relação aos servidores técnico-administrativos.