propostas

 

Conheça as propostas dos candidatos da Chapa 3 NAGIB-BEIRÃO para uma UFMG de Excelência

PRINCÍPIOS PARA UMA UFMG DE EXCELÊNCIA

Uma universidade de excelência é uma universidade republicana, formadora de cidadãos criativos e capazes de enfrentar com competência e independência os problemas que afligem nossa sociedade. É uma universidade geradora de conhecimentos de fronteira, mas também comprometida com as necessidades do povo brasileiro e com o interesse público; irradiadora de cultura e detentora do patrimônio científico, tecnológico e cultural da humanidade; capaz de dar suporte a um modelo de desenvolvimento econômico e social baseado no conhecimento e na solidariedade, e reconhecida nacional e internacionalmente pela qualidade do seu trabalho e impacto na sociedade. É finalmente, uma universidade que defende com altivez sua autonomia, com um etos coeso, que define sua política acadêmica sem interferências político-partidárias, de maneira independente dos níveis de governo políticos.

Rumo ao Centenário com Inovação e Transformação

A UFMG, uma das mais antigas universidades brasileiras, completará, em 2017, no transcurso do próximo reitorado, apenas 90 anos, enquanto em outros países, existem instituições que já se aproximam do seu próximo milênio. Os desafios que se colocam para a UFMG, ao voltar o olhar, desde já, para o seu centenário, é o de se consolidar como instituição que associa o compromisso com o seu tempo e lugar, de se orientar pelos desafios do conhecimento e de suas fronteiras sem esquecer de sua importância para o desenvolvimento sustentado nos planos econômico e social do país que a mantém. Para cumprir tais desafios serão necessárias ações inovadoras, transformadoras e bem planejadas como as apresentadas neste plano de trabalho.

Defesa da Educação Pública Gratuita e Autonomia da Universidade

Comprometemo-nos com a premissa de que a educação gratuita e de qualidade, em todos os níveis, é um bem público, portanto direito de todos e obrigação do Estado. A UFMG faz parte de um sistema de universidades federais, dentro do qual exerce uma liderança e dela se espera que desempenhe um papel estratégico para a nação. Isso significa mantermos o protagonismo que caracteriza a UFMG na luta histórica pela autonomia das universidades federais: uma luta cujos objetivos ainda não foram, de todo, alcançados.

O Papel da UFMG na Expansão do Ensino Superior

É imprescindível uma discussão na comunidade para a definição do papel da UFMG no necessário esforço de expansão do sistema federal de ensino segundo os objetivos inscritos no PNE 2011 – 2020. A contribuição da universidade pode ocorrer de várias maneiras, como por exemplo, cumprir a meta do PNE que propõe elevar a qualidade da educação superior pela qualificação do corpo docente do sistema como um todo, concentrando-se na formação de novos mestres e doutores, um papel que a UFMG poderá cumprir e para o qual está devidamente qualificada.

A Inclusão, Permanência e o Respeito à Diversidade

A expansão da UFMG com a ampliação de vagas na graduação e a criação de novos mecanismos de inclusão trouxe mudanças no perfil social do nosso alunado, ainda não consolidadas de todo. Serão necessárias novas políticas de permanência, equalização e assistência para o adequado acolhimento de estudantes. O aumento da diversidade entre nossos alunos exige ainda, a construção coletiva de uma política de enfrentamento a todas as formas de discriminações numa cultura democrática de respeito às diferenças e aos direitos humanos.

Tempo de Rupturas e de Novas Formas de Participação Democrática

Vivemos um tempo de mudanças vertiginosas e de rupturas: de paradigmas, de procedimentos, de conceitos. Um tempo de novos desafios que podem ser enfrentados com trabalho cooperativo e interdisciplinar em que a colaboração entre departamentos e unidades agregará mais qualidade aos esforços de cada um. Descortinar o futuro requer estar aberto para cogitar, debater e experimentar novas formas de convivência e de abordagens atuais, onde todos possam emitir seu ponto de vista para que decisões tenham legitimidade e transparência.

A Excelência e o Valor das Pessoas

A UFMG é reconhecida como uma universidade de excelência e qualidade em suas atividades de ensino, pesquisa e extensão. O bem maior da UFMG é sua comunidade: alunos, servidores técnico-administrativos em educação e servidores docentes. Para consolidarmos uma universidade de excelência devemos contar com uma comunidade excelente. Para tal, a UFMG deve implantar uma política de recursos humanos integrada e coesa para todos os servidores com a construção de um ambiente de lealdade institucional.

RECURSOS HUMANOS VALORIZADOS E CAPACITADOS

O bem mais valioso das universidades é a sua comunidade: alunos, servidores técnico-administrativos em educação e servidores docentes. Uma política de recursos humanos adequada é vital para que a instituição atinja patamares de excelência. Com uma política já definida para o corpo docente, a UFMG requer também a consolidação de uma política que contemple todos os aspectos da gestão de RH para os demais servidores em inúmeros aspectos: definição e implantação da estrutura organizacional da universidade; dimensionamento da força de trabalho com definição de cargos e de servidores em cada setor; definição de uma política de qualificação e capacitação em todos os setores, entre outros.

ENSINO DE QUALIDADE EM TODOS OS NÍVEIS

A Educação Básica (Centro Pedagógico)

Propomos uma política institucional para que o Centro Pedagógico amplie seu papel como referência para a educação básica tanto na formação de seus alunos, quanto na produção de novas metodologias e também como campo de formação para alunos de licenciaturas de outros cursos da universidade.

O Ensino Técnico (Coltec) – Educação Profissional e Tecnológica

Propomos a implementação de uma política de desenvolvimento institucional para tornar o Coltec uma referência nacional em educação profissional e tecnológica em todos os níveis de ensino. Isso significa discutir a criação de uma unidade especial focada em Educação Profissional e Tecnológica, com professores qualificados para essas atividades.

A Graduação em Novos Formatos de Ensino Superior

O ensino de graduação na UFMG, mesmo com bons indicadores de qualidade, é muito focado na tradição brasileira de cursos pouco flexíveis, centrado em carreiras profissionais exigindo que o aluno faça opções precoces, com poucas oportunidades para mudar sua trajetória ou buscar uma formação diferenciada. Existe uma diversidade crescente das especialidades profissionais que implicam em uma profunda reflexão sobre o nosso modelo de educação superior. Pretendemos intensificar a discussão desse modelo e refletir sobre possibilidades de implantar alternativas mais flexíveis em nossos currículos. Outra questão é que o nosso ensino ainda é muito centrado no professor e na sala de aula, cabendo, agora, deslocar o foco do ensino para o estudante. Em qualquer profissão hoje, o profissional necessitará de atualização constante, independente do ensino formal. O ensino precisa ser mudado, dando ao estudante mais protagonismo no seu aprendizado. Devem ser ampliadas as iniciativas do projeto GIZ, que trabalha com novas abordagens de ensino para a educação superior e avaliado o impacto de nossa adesão ao SISU e as mudanças no perfil do nosso corpo discente.

A Formação de Professores e a Melhoria da Qualidade do Ensino Básico

Mesmo com alguma evolução acontecida nas duas últimas décadas, é ainda crítica a situação do ensino básico no Brasil, de qualidade inferior para um país que quer melhorar sua inserção internacional. Um dos grandes problemas do ensino básico é o desprestígio dos professores com carreiras aviltadas do ponto de vista salarial. Propomos uma ação enérgica da UFMG na luta pela melhoria da qualidade do ensino básico, pela dignidade da carreira de professor, pela adoção do tempo integral nas escolas públicas de ensino básico e na defesa da alocação de 10% do PIB para solução dos problemas que a educação brasileira vive.

A Pós-Graduação e a Internacionalização de Cursos

A pós-graduação na UFMG passa por um crescimento quantitativo e qualitativo, com cursos de mestrado e doutorado, programas considerados de nível internacional, alta proporção de cursos de excelência que podem ser ainda aprimorados. O desafio para muitos cursos é a sua internacionalização. Temos vários cursos com inserção internacional em trabalhos de cooperação, visitas de pesquisadores estrangeiros e envio de estudantes para laboratórios no exterior. Mas temos atraído poucos alunos de países considerados desenvolvidos. O desafio é sermos mais atrativos dando mais visibilidade à Ciência e Tecnologia que produzimos, atraindo alunos de países desenvolvidos mantendo a nossa solidariedade com países africanos e latino-americanos. A oferta de moradias aos estudantes de outros países é condição para atrair mais alunos estrangeiros.

O Ensino a Distância e o Uso de Novas Tecnologias de Informação e Comunicação

A educação a distância pode ampliar as matrículas na educação superior, possibilitando não só aumentar o número de estudantes, mas também a abrangência geográfica dos cursos com investimentos menores do que os exigidos para o ensino presencial. A UFMG que já participa do ensino a distância com cursos ligados à UAB deve discutir uma eventual expansão da oferta desses cursos. Um desenvolvimento na área de EAD, os MOOCs (Massive Open Online Courses), deverá ser examinada como uma alternativa para que a UFMG participe na oferta de conteúdos e novas metodologias para atingir um grande número de alunos.

A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO – PESQUISA E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

A UFMG conta com 804 grupos de pesquisa nas diversas áreas do conhecimento, envolvendo mestres, doutores, estudantes e técnicos de diferentes níveis, muitos com colaborações nacionais e internacionais. Os dados mostram que temos participação em importantes agências e institutos de ciência e tecnologia, apontando também que alcançamos um alto nível de excelência. Nossa produção científica e tecnológica pode ser melhorada com apoio da administração central a novos pesquisadores e grupos de pesquisa, com o estímulo à colaboração multi e interdisciplinar e participação na criação de laboratórios multiusuários em nível nacional. A UFMG pode ter, ainda em breve,
um novo salto nas atividades de inovação e transferência de tecnologia com a construção do novo prédio da CTIT e da Incubadora Inova, além da construção da segunda etapa do BH-TEC com instalações de novas empresas de alta tecnologia, que deverão oferecer inúmeras oportunidades de interação e colaboração com professores, alunos e técnicos da universidade.

A Infraestrutura para o Ensino e a Pesquisa

Nos últimos anos, não só foram construídos, como também estão em construção, vários prédios novos, a maioria deles voltados para a infraestrutura de ensino. No entanto, a UFMG tem vários prédios construídos há várias décadas, inadequados para os tempos atuais, que necessitam de uma modernização radical. Vários apresentam passivos em acessibilidade e proteção contra incêndio e pânico. Após a ampliação do Campus Pampulha, com a finalização da construção dos prédios da Faculdade de Direito e Escola de Arquitetura, é imprescindível voltar a atenção para a modernização de prédios antigos, inclusive construindo novos prédios nos casos onde não for possível reformar.

ATIVIDADES ACADÊMICAS DE EXTENSÃO E CULTURA

Na UFMG a extensão está indissociada do ensino e da pesquisa, com suas atividades de extensão reconhecidas como referência nacional. Além de executar um expressivo número de projetos e ter cerca de mil alunos de graduação anualmente com bolsas de extensão, observamos um forte crescimento da dimensão acadêmica da extensão, realimentando atividades realizadas na pesquisa e no ensino. Deve ser estimulado o seu crescimento contínuo com ampliação do seu espaço e valorização de atividades que envolvam ações de extensão.

Os Museus e a Divulgação Científica e Cultural

Os museus universitários não são apenas museus no interior de uma universidade. Devem ser organismos que, mantendo cada um a sua especificidade, preencham também as responsabilidades gerais de pesquisa, docência e extensão de serviços à comunidade. A UFMG conta com diversos museus, espaços de divulgação científica, espaços culturais e centros de memória. É preciso implementar uma nova política em relação aos museus – uma Política de Memória da UFMG – de preservação da memória institucional, que inclua todos os aspectos e atores relevantes da comunidade acadêmica. A implementação dessa política deve envolver as competências da Escola de Belas Artes, da Escola da Ciência da Informação e de diversas outras unidades. É possível ainda, uma maior integração entre as atividades promovidas pela Diretoria de Divulgação Científica, pela Diretoria de Ação Cultural da Proex e a Rede de Museus.

O PLANEJAMENTO E A ADMINISTRAÇÃO – UMA NOVA GESTÃO

Para atingir e manter uma posição de excelência em suas atividades fim, qualquer universidade precisa de uma gestão das atividades meio que também seja de excelência. Neste aspecto temos muito que aperfeiçoar na UFMG. Mesmo com uma legislação restritiva, é possível implantar novos instrumentos de gestão e introduzir novos procedimentos com o auxílio das tecnologias de informação, para desburocratizar e simplificar o trabalho em todos os níveis. Como a maioria das atividades meio da universidade é realizada por servidores técnico-administrativos, a prioridade é o desenvolvimento de uma política de recursos humanos que valorize os servidores. Só assim será possível contar com toda a capacidade e competência humanas para que novos processos e novas tecnologias possam ser implantadas.

Compras e Gestão de Contratos

Um setor estratégico dentre as atividades administrativas da universidade é o setor de compras. A maioria das nossas atividades depende de comprar algum material para atividades administrativas, para laboratórios de pesquisa e ensino, equipamentos, material permamente e serviços de terceiros, com contratos de fornecimento. Boa parte da infraestrutura de serviços é implementada através de empresas terceirizadas, que devem ser comprados, total ou parcialmente. Centenas de servidores da universidade, de todas as unidades acadêmicas trabalham na gestão desses contratos com enorme responsabilidade. Somente com a participação de servidores valorizados e bem capacitados, será possível a implementação de novos sistemas de gestão e novas tecnologias que otimizem nossos processos de compras e gestão de contratos.

A Infraestrutura Física

A UFMG é reconhecida como uma das universidades brasileiras que apresenta uma boa infraestrutura, no que se refere a instalações prediais e laboratoriais e também em relação à urbanização e conservação dos seus campi. No entanto, é preciso reconhecer a existência de grandes diferenças entre as nossas instalações e a presença de vários passivos na infraestrutura existente. Além de obras novas e de expansão de atividades de pesquisa, existem algumas prioridades em infraestrutura que incluem a conclusão de obras já em execução: conclusão dos novos prédios da Faculdade de Direito e Escola de Arquitetura; recuperação dos passivos de prédios antigos com prioridade para as áreas de pesquisa; projeto de recuperação progressiva de todo o passivo relativo a acessibilidade na universidade para prédios e áreas externas; conclusão do plano diretor do Campus Saúde e posterior expansão; conclusão do plano diretor do Campus Montes Claros e posterior expansão; projeto para sistema de ciclovias e bicicletários; implantação de novos espaços de convivência nos campi; projeto de revitalização do CEU; conclusão do processo de licenciamento ambiental do Campus Pampulha dentre outras.

O Trânsito e a Mobilidade

Esta é uma questão que tem sido motivo de muitas reclamações e aborrecimentos por parte da comunidade. É um problema complexo, que só pode ser amenizado e não resolvido de todo. Temos a convicção de que a grande causa dos problemas é externa à universidade e diz respeito à mobilidade urbana e falta de transporte público adequado na nossa cidade, o que reforça uma excessiva utilização de automóveis. A saída é a criação de soluções de mobilidade por parte da cidade, envolvendo a Prefeitura de Belo Horizonte e os governos estadual e federal, o que pode demorar mais de uma década. Na falta de uma solução imediata, teremos que tomar medidas internas que apontam para o estabelecimento de restrições e controle, que podem ser de vários níveis. Tais decisões sempre são polêmicas e requerem uma ampla discussão na comunidade sobre as alternativas possíveis.

As Fundações

Temos convicção de que a Fundep e as outras fundações de Apoio da UFMG são fundamentais para o desenvolvimento da pesquisa e da extensão. No entanto, recente legislação restritiva à atuação das fundações, retirou sua flexibilidade e agilidade no apoio a nossos projetos. Cabem à UFMG, duas linhas de atuação: agir internamente, dando condições às fundações para obter o melhor desempenho possível em seus convênios e externamente, liderar uma luta conjunta com outras universidades para esclarecer as instâncias governamentais e outros órgãos de controle sobre a importância das fundações para aperfeiçoar o marco legislativo.

O Orçamento e a Estrutura Administrativa

Além da divulgação de todos os detalhes da execução orçamentária da universidade, feito há anos pela Proplan, é necessário que todos os gestores da universidade tenham clareza em relação aos mecanismos de elaboração do orçamento das universidades federais no âmbito do MEC, e de seus impactos para a UFMG, em particular no acompanhamento e aperfeiçoamento dos Planos de Desenvolvimento da universidade (PDI e PDTI).
Outra questão que merece discussão na universidade é sua estrutura administrativa. Com o crescimento das nossas atividades nas duas últimas décadas, a universidade teve que experimentar diversas alternativas de organização da Administração Central sem um exame do Conselho Universitário que define a estrutura universitária. O resultado é a existência atual de várias diretorias e departamentos em caráter informal. Essa informalidade exige ações a serem implementadas para regulamentar as diversas instâncias administrativas.

A COMUNICAÇÃO SOCIAL E AS MÍDIAS DA UFMG

Uma área estratégica de qualquer organização é a de comunicação social. Na UFMG este setor avançou na última década, com a criação da Rádio e da TV, além do surgimento da WEB, possibilitando uma atuação efetiva da universidade em relação ao seu público interno, em relação à cidade e ao restante do mundo. No entanto muito ainda precisa ser feito: dimensionar a força de trabalho do Cedecom e realizar concursos para a contratação de servidores permanentes; aproveitar a potência das novas antenas da Rádio UFMG Educativa para transmitir informações para toda a região metropolitana de Belo Horizonte; redefinir e ampliar a atuação da TV UFMG; ter a participação do Cedecom na implantação de novos mecanismos e ferramentas para ampliar a participação da comunidade nas decisões colegiadas da universidade, elevando o nível de democracia e transparência da instituição.

A ÁREA DA SAÚDE – HOSPITAIS E CLÍNICAS

Os hospitais e clínicas da UFMG cumprem um papel fundamental para a prática da área de saúde, sendo uma das mais relevantes atividades de extensão da Universidade com forte impacto social. O desafio da gestão dessas unidades de saúde é compatibilizar a tríplice missão da Universidade – ensino, pesquisa e extensão – com qualidade assistencial e sustentabilidade financeira. Propomos direcionar esforços para garantir que os hospitais universitários e as diversas clínicas especializadas da UFMG mantenham seu papel de liderança na produção do conhecimento, na formação de recursos humanos, na pesquisa e na avaliação de novas tecnologias de saúde. É necessário guiar-se pelas políticas dos Ministérios da Educação, da Saúde e da Ciência e Tecnologia, e manter-se integrado à rede pública de saúde, garantindo a autonomia acadêmica no processo de ensino, aprendizado e pesquisa. Propomos ainda o aprimoramento de trabalhos assistenciais e administrativos dentro dos hospitais, privilegiando a segurança do paciente, do trabalhador e da instituição, a obtenção do equilíbrio econômico-financeiro e a garantia da qualidade assistencial.

A INTERNACIONALIZAÇÃO DA UFMG

Atualmente, são várias as oportunidades que promovem a internacionalização de nossa pesquisa e de nosso ensino, tanto no nível de pós-graduação como no de graduação. Oportunidades que devemos aproveitar com planejamento e determinação. A UFMG que já é a universidade federal que mais se beneficia do Programa Ciência sem Fronteiras, poderá ampliar o intercâmbio de estudantes de graduação estabelecendo suas próprias prioridades e enfatizando o intercâmbio, oferecendo como contrapartida o recebimento de estudantes estrangeiros. A experiência profissional e científica dos nossos estudantes aliada à vivência universitária beneficiará suas qualificações e servirá de estímulo para o aperfeiçoamento da nossa estrutura e para maior inserção da UFMG no cenário universitário global. A internacionalização no âmbito da pesquisa e pós-graduação deverá ser ampliada e se tornar prática usual. Uma forte ação deve ser feita para qualificar nossos alunos em línguas estrangeiras, principalmente em inglês, bem como para proporcionar o ensino do português para alunos estrangeiros, eliminando a barreira da língua para ampliar a internacionalização da nossa universidade.

UMA PROPOSTA DE TRABALHO ABERTA

Essa é uma versão inicial e reduzida das linhas gerais do nosso plano de trabalho e ainda omite o detalhamento de nossas propostas para várias atividades exercidas na Universidade, nos mais variados setores, algumas delas de cunho estratégico.

Durante o desenrolar da campanha, ouvindo toda a comunidade acadêmica, continuaremos a receber contribuições e ideias para detalhar este plano, inclusive em relação aos tópicos sobre os quais já apresentamos nossas propostas.

Leia a íntegra do Programa de Trabalho abaixo.

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Conheça o Programa de Trabalho dos candidatos NAGIB-BEIRÃO entregue à Comissão Eleitoral em 30 de agosto de 2013. O programa da CHAPA 3 traz propostas embasadas em uma visão atual e futura da universidade e em princípios fundamentais para uma UFMG de excelência no cenário nacional e internacional. São ações a serem decididas e implementadas com amplas discussões na comunidade, em uma nova e futura gestão da UFMG.

REITORIA 2014-2018

UFMG EM AÇÃO – PROGRAMA DE TRABALHO

Candidato a Reitor: Professor José Nagib Cotrim Árabe
Candidato a Vice-Reitor: Professor Paulo Sérgio Lacerda Beirão

1 Introdução

Uma universidade de excelência é uma universidade republicana, formadora de cidadãos criativos e capazes de enfrentar com competência e independência os problemas que afligem nossa sociedade. É uma universidade geradora de conhecimentos de fronteira, mas também comprometida com as necessidades do povo brasileiro e com o interesse público; irradiadora de cultura e detentora do patrimônio científico, tecnológico e cultural da humanidade; capaz de dar suporte a um modelo de desenvolvimento econômico e social baseado no conhecimento e na solidariedade, e reconhecida nacional e internacionalmente pela qualidade do seu trabalho e impacto na sociedade. É finalmente, uma universidade que defende com altivez sua autonomia, com um etos coeso, que define sua política acadêmica sem interferências político-partidárias, de maneira independente dos níveis de governo políticos.

No Brasil, universidades são instituições muito jovens, quando confrontadas com o cenário mundial. A UFMG, uma das mais antigas universidades brasileiras, completará, em 2017, portanto no transcurso do próximo reitorado, apenas 90 anos, enquanto que, em outros países, existem instituições que se aproximam de seu primeiro milênio. Nas últimas décadas, o Brasil tem progredido bastante, inclusive no campo da educação superior, e foi capaz de construir um sistema de universidades públicas de qualidade ímpar na América Latina. A UFMG tem se destacado como uma das mais importantes instituições deste sistema, com prestígio consolidado no cenário nacional, e com crescente importância no plano internacional. O desafio que se coloca para a UFMG, ao voltar o olhar para a perspectiva de seu centenário, é o de se consolidar como instituição que associa adequadamente o compromisso com o seu tempo e o seu lugar. Ou seja, uma universidade que se orienta pelos desafios do conhecimento e de suas fronteiras, mas que não se esquece de sua importância para o desenvolvimento sustentado, tanto no plano econômico como no social do país que a mantém. Para cumprir tais desafios serão necessárias ações inovadoras, transformadoras e bem planejadas as quais delineamos, brevemente, neste documento.

Partindo da premissa de que a educação gratuita e de qualidade, em todos seus níveis, é um bem público, portanto direito de todos e obrigação do Estado, premissa com a qual concordamos e nos comprometemos, uma visão de futuro para a UFMG não pode desconhecer seu papel no cenário nacional, como uma universidade pública participante de um complexo e heterogêneo sistema, que conta atualmente com 63 universidades federais. Neste sistema, a UFMG tem uma liderança inquestionável e dela se espera que desempenhe um papel estratégico para a nação. Essa liderança, baseada na qualidade e relevância do nosso ensino, pesquisa e extensão, foi construída ao longo de sua história, como resultado da dedicação de gerações de professores, servidores técnico- administrativos e estudantes. O empenho e esforço de sucessivas gestões da universidade acarreta responsabilidades às quais não se deve renunciar. Isto significa mantermos a liderança e o protagonismo que sempre caracterizou a UFMG, na luta histórica pela efetiva autonomia das universidades federais: uma luta cujos objetivos ainda não foram, de todo, alcançados Lidamos, atualmente, com um marco regulatório ineficiente, complexo e excessivamente restritivo, que resulta em uma burocracia incompatível com a construção de um sistema de produção de conhecimento e cultura, de ciência, tecnologia e inovação, que nos conduza ao desenvolvimento sustentável nas dimensões social, econômica e ambiental, e que seja digno de uma nação livre e justa.

É importante discutir a contribuição que a UFMG deverá oferecer na consecução de alguns objetivos inscritos no PNE 2011-2020, em particular o que prevê um aumento dos atuais 17% para 33% na taxa líquida de matrícula na educação superior e expansão para, pelo menos, 40% das novas matrículas no segmento público. Estas metas vão exigir um significativo aumento de vagas no ensino superior público, e não há dúvida de que a maior parte dessa expansão deve ocorrer no sistema federal. Qual seria o papel da UFMG neste cenário? Certamente, atingimos nossa capacidade de ampliação na cidade de Belo Horizonte – nossos dois campi (Pampulha e Saúde) não comportam mais crescimento, devido ao adensamento e consequente perda da qualidade de vida e ambiental que nova expansão iria trazer. É, portanto, imprescindível uma discussão na comunidade para definição do papel da UFMG no necessário esforço de expansão do sistema. A contribuição pode ocorrer de várias maneiras. Por exemplo, para cumprir outra meta do PNE, a que propõe elevar a qualidade da educação superior através da qualificação do corpo docente do sistema como um todo, será necessário um esforço concentrado na formação de novos mestres e doutores dentre os docentes que já estão no sistema, em particular em outras universidades federais e no recém implantado sistema de IFs. Este é um papel que a UFMG poderá cumprir e para o qual está devidamente qualificada.

A expansão das atividades da UFMG nos últimos anos, em particular a significativa ampliação de vagas na graduação, aliada à introdução de mecanismos de inclusão, trouxeram expressivas mudanças no perfil social do alunado que recebemos, mudanças essas que ainda estão em fase de consolidação. Devemos acompanhar e discutir permanentemente nossos mecanismos de seleção inicial de estudantes, tanto na graduação quanto na pós-graduação. Serão necessárias novas políticas de permanência, equalização e assistência para o adequado acolhimento dos estudantes. Novos investimentos deverão ser feitos, na ampliação das moradias estudantis, na modernização dos restaurantes universitários e na estruturação de nosso sistema de bolsas, de modo a evitar que a permanência seja comprometida pela ausência de meios para frequentar a universidade. O aumento da diversidade do corpo discente exige a construção coletiva de uma política permanente e continuada de enfrentamento a todas as formas de discriminações na UFMG, com vistas a manter entre nós uma cultura democrática de respeito às diferenças e aos direitos humanos.

Vivemos uma época de mudanças vertiginosas e crescimento científico e tecnológico exponencial. Durante mais de 150 mil anos, a vida do ser humano foi essencialmente limitada às fronteiras do ambiente restrito em que vivia. Há pouco mais de um século, no entanto, tal situação começou a se alterar e as mudanças se aceleraram. Hoje, vivemos em um mundo globalizado, em que a vida nos mais diversos rincões pode ser profundamente afetada pelo que ocorre a milhares de quilômetros de distância. Trata-se de um tempo de rupturas: de paradigmas, de procedimentos, de conceitos. A vida neste ambiente impõe novos e complexos desafios que só podem ser superados pela associação do conhecimento com a criatividade. Uma forma de enfrentarmos esses desafios é o estímulo ao trabalho cooperativo, interdisciplinar, em que a colaboração entre departamentos e unidades agregará ainda mais qualidade aos esforços individuais. A criação pioneira do IEAT revela que a UFMG acolhe, já há alguns anos, essa problemática em sua agenda. Descortinar o futuro requer estar aberto para cogitar, debater e experimentar novas formas de convivência e buscar decisões acertadas para os desafios impostos. Exige encontrar mecanismos adequados para a participação, seja da comunidade universitária, seja da sociedade, no debate das grandes questões que envolvem a universidade e o país. Enfim, é necessário compreender que o exercício da democracia deve encontrar formas de abordagem consentâneas ao atribulado mundo atual, possibilitando a todos um espaço para emitir seu ponto de vista e convergindo para decisões que tenham legitimidade institucional e transparência, sem açodamentos ou protelações inconvenientes.

O reconhecimento da UFMG como uma universidade de excelência no cenário nacional é fruto dos resultados que alcançamos em diversos indicadores que aferem a qualidade das nossas atividades de ensino, pesquisa e extensão. De fato, somos líderes em diversos desses indicadores, em todas áreas do conhecimento. No entanto, o que deve ser destacado é que o maior bem da UFMG é sua comunidade: alunos, servidores técnico-administrativos em educação e servidores docentes. Ou seja, para consolidarmos uma universidade de excelência devemos contar com uma comunidade excelente. É claro que uma boa infraestrutura é também necessária, mas não é suficiente. A seleção dos melhores alunos, aliada à oferta de condições adequadas de ensino para todos, independente de origem, é imprescindível. A formulação e execução de uma política de recursos humanos integrada e coesa para os servidores também é imprescindível. Aqui, devemos reconhecer uma fraqueza da instituição: ainda não conseguimos construir uma adequada política de RH para nossos servidores técnico-administrativos. No cenário de acentuada renovação dos quadros de pessoal, que vem ocorrendo nos últimos cinco anos – e que deve se acentuar nos próximos anos –, a implantação de uma verdadeira política de RH, para todos os servidores, é uma das tarefas mais urgentes da administração universitária. Trata-se de um requisito essencial para a efetiva construção de um ambiente de trabalho coeso, em que prevaleça verdadeira lealdade institucional.

Os parágrafos acima resumem os princípios e as condições de contorno sobre os quais apresentamos, a seguir, as linhas gerais do nosso programa de trabalho, que contaram com contribuições de vários membros da comunidade acadêmica (docentes, técnico-administrativos e alunos), colhidas em várias reuniões ao longo dos últimos meses. Trata-se de um documento em construção, que deverá ser expandido ao longo da campanha.

2 Recursos Humanos

O bem mais valioso das universidades é a sua comunidade: alunos, servidores técnico-administrativos em educação (TAEs) e servidores docentes. Portanto, uma política adequada de recursos humanos é vital para que a instituição atinja patamares de excelência. Apesar de não termos autonomia ampla na gestão de RH, já que existem leis externas, nacionais, que regem as carreiras dos dois segmentos de servidores, devemos construir políticas que permitam a integração dos servidores aos objetivos da universidade. Nas últimas décadas, a UFMG construiu uma política de RH robusta para o segmento docente, que vem sendo aperfeiçoada ao longo do tempo pela ação da CPPD, da ProRH e dos Conselhos Superiores. O mesmo não pode ser dito em relação à política de pessoal para os servidores TAE. Mesmo após a criação da ProRH, ainda não atingimos o objetivo de ter uma política consistente para este segmento da comunidade, cuja valorização e resultado do trabalho é essencial para que a universidade atinja a excelência em suas atividades fim – ensino, pesquisa e extensão. Trata-se, portanto, de uma prioridade inadiável para a administração central e para os Conselhos Superiores da universidade. Tomando como base a Lei 11.091/2005, que instituiu a nova carreira (PCCTAE), devemos consolidar uma política que contemple todos os aspectos da gestão de RH, dentre os quais gostaríamos de destacar os seguintes:

 definição e implantação formal da estrutura organizacional real da universidade;
 dimensionamento da força de trabalho, com definição precisa dos perfis dos cargos e da quantidade ideal de servidores em cada setor da universidade;
 definição de perfis adequados para a realização de concursos e de lotação de TAEs em setores e atividades compatíveis com o perfil profissional, de modo a potencializar o seu aproveitamento e evitar ou eliminar ocorrências de desvios de função nas nomeações;
 dimensionamento adequado da estrutura e distribuição de cargos de direção (CDs) e de funções gratificadas (FGs), a fim de eliminar distorções e construir uma solução de equilíbrio para toda a universidade;
 definição de uma política de qualificação e capacitação, a ser implantada em todos os setores da universidade, incluindo a criação de mestrado profissional em Gestão Pública e adesão ao Programa de Mestrado Profissional em Administração Pública (Profiap), coordenado pela Andifes;
 continuidade do curso de especialização em Gestão de Instituições Federais de Educação Superior (GIFES);
 utilização de servidores capacitados e experientes e, eventualmente, de servidores aposentados de comprovada experiência, na formulação e execução de cursos e treinamentos para outros servidores;
 implantação de política de acompanhamento da vida funcional do servidor, com ações efetivas desde o seu ingresso, com o devido acolhimento, até a preparação para a sua aposentadoria;
 execução anual de um eficiente processo de avaliação de desempenho, como instrumento de conhecimento e monitoramento da ação individual e institucional do servidor;
 ampliação das oportunidades de participação do corpo de TAEs em atividades de ensino, pesquisa e extensão, prevendo sua participação em projetos institucionais;
 incentivo à participação de servidores em eventos externos para divulgação de trabalhos realizados na UFMG;
 intensificação da política de formação de gestores para que assumam cargos de direção na instituição, inclusive com estabelecimento de política de formação de sucessores;
 implantação dos aspectos relacionados à política de saúde do trabalhador (DAST, SIASS);
 implantação de sistema de informação integrado para gestão de RH, incluindo bancos de dados com informações sobre capacitação, qualificação, habilidades, e relatórios gerenciais;
 consolidação da Unidade Seccional de Correção;
 intensificação dos programas voltados para qualidade de vida do trabalhador, incluindo esportes, atividades culturais, e de lazer.

Especificamente em relação à política de recursos humanos para os docentes, é urgente discutir e decidir regras institucionais gerais sobre a realização de concursos e mudanças de regime para docentes já efetivos, para o regime de 40 horas semanais sem dedicação exclusiva. Algumas unidades acadêmicas que formam alunos em cursos profissionais tradicionais precisam da participação de professores com forte inserção e experiência profissional, que não são atraídos para a universidade pela exigência de dedicação exclusiva.

3 Ensino

Educação Básica (Centro Pedagógico)

Propomos uma política institucional para que o Centro Pedagógico (CP) amplie seu papel como referência para a educação básica tanto na formação dos seus alunos, quanto na produção de novas metodologias para este nível de ensino e como campo de formação para alunos das licenciaturas e de outros cursos da universidade. É importante que o tempo integral para os alunos, em processo de implantação, seja consolidado. Adicionalmente, a renovação e qualificação do corpo docente do CP indica que é possível a intensificação das atividades de pesquisa na escola, com ampliação da sua atuação na formação de professores da educação básica no nível de pós-graduação, em parceria com outras unidades acadêmicas da universidade. O estabelecimento dessas ações exigirá atuação incisiva da Reitoria junto ao MEC em relação a dois aspectos: busca de recursos para adequação e ampliação dos espaços físicos, e negociações para o correto dimensionamento (expansão) do quadro docente da carreira de EBTT para o CP.

Ensino Técnico (Coltec)

Propomos a implementação de uma política específica de desenvolvimento institucional de modo a tornar o Coltec uma referência nacional no que se refere à educação profissional e tecnológica, em todos os níveis de ensino. Isto significa discutir a possibilidade da criação de uma unidade especial focada em Educação Profissional e Tecnológica, apoiando sua atuação no Pronatec e na pós-graduação em Ensino Profissional e Tecnológico. Outra questão a ser tratada é a existência de professores da carreira de ensino superior no colégio, o que tem trazido dificuldades no dimensionamento correto do corpo docente. Essas dificuldades exigem atuação da Reitoria junto ao MEC, para que possam ser sanadas. A Reitoria também deverá acompanhar as ações da SETEC e da SESu, no MEC, em relação às políticas para educação profissional e tecnológica, em particular buscando recursos para adequação e ampliação do espaço físico do colégio, que funciona num prédio construído na década de 60, e que apresenta necessidade de uma revisão estrutural.

Graduação

O ensino de graduação na UFMG, embora alcance bons indicadores, ainda é muito baseado na tradição brasileira de cursos pouco flexíveis, muito centrados em carreiras profissionais, exigindo que o aluno faça opções precoces e dando poucas oportunidades para mudanças de trajetória ou para formações diferenciadas. Hoje, um aluno concluindo o ensino médio, tipicamente com 17-18 anos, que queira estudar na UFMG, terá que escolher entre mais de 70 cursos, comprometendo-se com uma carreira antes mesmo de ter tido alguma vivência universitária. Além disso, formações em áreas novas do conhecimento, que já encontram tanto demandas da sociedade como interesse por parte de estudantes, como, por exemplo, a bioinformática, não são possíveis de serem cursadas sem a criação de um novo curso. Esse não é um problema de fácil solução, por envolver instâncias externas à universidade, como os conselhos profissionais e o CNE, e culturas arraigadas. No entanto, com a diversidade crescente das especialidades profissionais, é inconcebível que o atendimento das necessidades nacionais dependa de um aumento do número de opções de curso já na entrada da universidade. Isso implica na necessidade de uma profunda reflexão sobre o nosso modelo de educação superior, para nos prepararmos para o futuro. Pretendemos intensificar a discussão desse modelo, e refletir sobre as possibilidades de implantar alternativas mais flexíveis nos nossos currículos, usando inclusive experiências bem sucedidas já existentes na UFMG e em outras universidades.

Outro aspecto relevante é que nosso ensino ainda é muito centrado no professor e em atividades de sala de aula. Sem negar a importância dessas atividades e do professor, o foco do ensino deve ser deslocado para o estudante. É importante termos consciência de que, com o crescente avanço do conhecimento, em qualquer profissão de nível superior, o profissional necessitará atualizar-se constantemente. Portanto, mais do que profissionais que ao se formar detêm todo o conhecimento relevante de sua área, precisamos formar profissionais aptos a se manterem atualizados independentemente de ensino formal. Para isso, o foco do ensino precisa ser mudado, dando ao estudante mais protagonismo no seu aprendizado. Essa também não é uma tarefa trivial, dada a nossa cultura tradicional do ensino, mas precisamos enfrentar esse desafio. Nesse sentido, a concessão de créditos para atividades academicamente relevantes, como iniciação científica, iniciação a extensão e iniciação a docência, entre outras, deve ser estimulada. É interessante notar que essa diferença vem sendo sistematicamente apontada pelos nossos estudantes que têm estagiado em instituições de ponta do exterior. Paralelamente, entendemos que devem ser ampliadas as iniciativas do projeto GIZ, que tem trabalhado em novas abordagens de ensino aprendizagem para a educação superior, incluindo a utilização de novas tecnologias, para a melhoria da qualidade do ensino.

Precisamos também avaliar o impacto da nossa recente adesão ao SiSU e as mudanças no perfil do nosso corpo discente em função da lei de cotas. Cabe ressaltar que a adesão ao SiSU nos oferece a oportunidade de atrair os melhores talentos brasileiros, se oferecermos cursos de alta qualidade e condições para o aluno se estabelecer com facilidade em nossa cidade. A ampliação da moradia universitária e a oferta de bolsas de manutenção para alunos carentes são instrumentos importantes para aumentar a atratividade.

Formação de Professores

Apesar da evolução apresentada nas duas últimas décadas, podemos considerar ainda crítica a situação do Ensino Básico no Brasil. Com exceções pontuais de algumas escolas públicas, oferecemos um ensino de qualidade muito inferior ao que se deseja para um país que pretende melhorar sua inserção internacional. Existem problemas de toda ordem, mas um se sobressai: carreiras de professores aviltadas, principalmente do ponto de vista salarial. A consequência é um total desprestígio social de uma profissão que deveria ser uma das prioridades de qualquer nação. Atualmente, poucos jovens cogitam a possibilidade de se tornarem professores. O resultado imediato já é sentido em todas as universidades: uma procura muito reduzida pelos cursos de licenciatura. Ou seja, num país aonde existe um enorme déficit de professores, estamos formando pouquíssimos. Todas as quinze licenciaturas oferecidas pela UFMG estão sofrendo este problema. E, em futuro breve, se nada for feito, começarão a faltar alunos também para outros cursos. Atualmente, o número de jovens que completa o ensino médio no Brasil já é inferior ao número de vagas existentes em todo o sistema de ensino superior. Apesar de não poder agir diretamente, porque não somos os gestores dos sistemas de ensino básico, a universidade não pode ficar afastada deste problema. Propomos uma ação enérgica da UFMG na luta pela melhoria da qualidade do ensino básico, com presença política constante nos três níveis de governo, nos poderes Executivo e Legislativo, com o objetivo de resgatar imediatamente a dignidade da carreira de professor, além da implementação de outras medidas necessárias e também urgentes, como a universalização do tempo integral nas escolas públicas de ensino básico. Temos convicção de que a alocação de recursos correspondentes a 10% do PIB faz parte da solução dos problemas que a educação brasileira vive.

Pós-Graduação

A pós-graduação na UFMG vem experimentando um crescimento quantitativo e qualitativo, alcançando 72 cursos de mestrado e 62 de doutorado, com mais de 8 mil alunos matriculados. Vinte e cinco desses programas são considerados de nível internacional (conceitos 6 ou 7 da CAPES). Isso nos confere uma alta proporção de cursos considerados de excelência, superior à maioria das universidades brasileiras. Entendemos que a identificação dos gargalos, acompanhada de projetos de superação destes, abre uma grande perspectiva para a melhoria da qualidade dos cursos. Para isso, iniciativas da avaliação interna e externa serão apoiadas, com a perspectiva de identificação de fragilidades e oportunidades para o aperfeiçoamento do trabalho existente.

Um desafio que se coloca para muitos cursos existentes é sua internacionalização. Vários de nossos cursos já têm inserção internacional através de trabalhos em cooperação, visitas de renomados pesquisadores estrangeiros, participação em congressos internacionais e envio de nossos estudantes para estágios em bons laboratórios do exterior. No entanto, ainda temos atraído poucos alunos de países denominados desenvolvidos. O desafio que se coloca agora é o de sermos mais atrativos, dando maior visibilidade à Ciência e Tecnologia que produzimos, ao mesmo tempo em que colocamos nosso nível de qualidade em um patamar superior. O uso de língua estrangeira, principalmente do inglês, deverá ser prática comum na nossa pós-graduação, contagiando positivamente a nossa graduação.

O objetivo de sermos atraentes para bons alunos de países desenvolvidos não deve vir em detrimento da nossa vocação de sermos solidários com países africanos e latino-americanos, onde já temos contribuído para a formação de lideranças, e inclusive temos nos beneficiado do trabalho qualificado desses profissionais. Uma condição necessária para essa atratividade será a ampliação da nossa capacidade de oferecer moradia aos estudantes de fora de Belo Horizonte.

Como mencionado na introdução deste documento, a desejada expansão das matrículas de ensino superior expressa no PNE, e que traduz uma necessidade evidente do país, requer a qualificação dos quadros docentes do sistema de ensino superior. Os dados do INEP (2011) mostram que, nas IES em geral, apenas 30% e 38% dos docentes têm título de doutor ou mestre, respectivamente (nas IPES a proporção de doutores é de 51%). Isso significa que universidades onde a pós-graduação está consolidada, como a UFMG, poderão contribuir com essa qualificação para o esforço nacional de expansão do ensino superior.

Ensino a Distância

A educação a distância pode ser utilizada como estratégia de ampliar a matricula na educação superior. Através da EAD é possível ampliar não só numericamente mas também expandir a abrangência geográfica com um investimento no campus sede proporcionalmente menor do que o ensino presencial tradicional. Atualmente, em torno de 15% dos alunos matriculados no ensino superior brasileiro são alunos de EAD e grande parte deles (80%) estão matriculados em cursos de formação de professores. A UFMG participa deste esforço, com seus cursos ligados à UAB. Como o MEC pretende ampliar a participação do sistema federal na modalidade de educação a distância, a comunidade acadêmica deverá discutir uma eventual expansão da oferta desses cursos por parte da UFMG.

A ampliação da incorporação do uso das tecnologias de informação e comunicação no ensino na UFMG pode ser um instrumento para melhorar a qualidade das atividades de ensino (inclusive presencial), pesquisa e extensão, a disseminação dos conhecimentos desenvolvidos, além de propiciar ferramentas para interação, cooperação, transparência e eficiência. Um desenvolvimento mais recente na área de EAD – os chamados MOOCs (Massive Open Online Courses) – deverão ser examinados como uma alternativa importante para que a UFMG participe na oferta de conteúdos e novas metodologias com o potencial de atingir um grande número de alunos.

4 Pesquisa e Inovação

A UFMG conta, atualmente, com 804 grupos de pesquisa nas diversas áreas do conhecimento, envolvendo doutores, mestres, estudantes e técnicos de diferentes níveis, muitos desses grupos com colaborações nacionais e internacionais. Um indicador da nossa capacidade de gerar conhecimento é o número de publicações, que alcançou mais de 13 mil em 2012, sendo destas 2.909 publicações indexadas em âmbito internacional. Desta forma, temos produzido cerca de 5,4% do total das publicações brasileiras, o que é um diferencial muito importante. Desses grupos, vários possuem financiamento de agências nacionais ou internacionais, sendo que 9 dos 125 Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT) são coordenados por professores da UFMG. Igualmente significativa é a participação de pesquisadores da UFMG em INCTs coordenados por pesquisadores de fora da UFMG. Esse dado nos informa que temos alcançado alto nível de excelência, resultado do esforço de várias gerações de pesquisadores e de criteriosa seleção de novos docentes. Também é muito significativa a nossa capacidade de gerar tecnologias, o que se expressa pelo número de patentes, consequências naturais da excelência da pesquisa nas áreas tecnológicas. Atualmente, a UFMG é a universidade federal brasileira com o maior número de patentes e de patentes licenciadas.

Embora expressiva, a nossa produção científica e tecnológica pode se tornar ainda melhor em quantidade e qualidade, com o apoio da administração central. São esses alguns pontos sensíveis de atuação:
 Apoio a novos pesquisadores/grupos de pesquisa – O jovem pesquisador tem dificuldades para iniciar-se de forma independente. Apesar de iniciativas louváveis como a reserva de uma faixa da Chamada Universal do CNPq a jovens pesquisadores, a competição por recursos federais e estaduais é muito grande, e apenas uma fração dos projetos aprovados alcança financiamento. Cabe à universidade dar apoio aos jovens docentes, de forma que eles possam se tornar futuramente competitivos por recursos externos. Programas como o de acolhida a novos doutores, criado na UFMG em 2000, podem ser ampliados para dar apoio mais robusto aos jovens pesquisadores.
 Estímulo à colaboração multi e interdisciplinar – Atualmente, várias chamadas são feitas com foco em problemas de interesse nacional, geralmente de natureza multidisciplinar. Frequentemente, o pesquisador individual tem pouca condição de identificar possíveis colaboradores com formações complementares. Com os instrumentos de gestão já disponíveis, a administração central deverá ter um papel proativo para estimular essas colaborações. Um exemplo imediato se refere à nova chamada para criação de novos INCTs, que deverá ocorrer em breve. Com o apoio da Reitoria, poderemos organizar novas propostas que possam ser competitivas nacionalmente. Adicionalmente, pretendemos discutir e implementar mecanismos que permitam a criação de novas estruturas institucionais, possivelmente ligadas à Pró-Reitoria de Pesquisa, que congreguem pesquisadores em torno de áreas e temas multi e interdisciplinares.
 Organização de laboratórios multiusuários – Com o avanço tecnológico associado à pesquisa de ponta, para realizá-la torna-se necessária a disponibilidade de equipamentos de alto custo e complexidade. Exatamente por terem essa natureza, dificilmente um grupo isolado de pesquisa terá condição de adquiri-lo e mantê-lo. A forma mais racional de lidar com esse problema é o estímulo a colaborações, internas e externas à UFMG, para viabilizar a compra, instalação e manutenção desses equipamentos, com já foi feito nos casos das instalações do Centro de Microscopia e do Biotério Central da UFMG. O apoio com infraestrutura e com alocação de recursos humanos técnicos é vital para o sucesso da criação dessas instalações. Outro aspecto importante a se ter em mente é que há um projeto de criação, com recursos federais, de laboratórios nacionais, nos moldes do LNLS e LNCC, possibilitando a compra, instalação e manutenção de equipamentos de grande porte. Com projetos bem elaborados, a UFMG poderá se candidatar a abrigar um ou mais desses equipamentos que nos sejam de maior interesse.

Com a construção do novo prédio, que irá abrigar a CTIT e a incubadora Inova, as condições de infraestrutura para as atividades de inovação da UFMG permitirão um grande avanço na área. Além disso, espera-se que, em breve, sejam iniciadas as obras da construção da segunda etapa do BH-TEC, que ampliará significativamente a área para a instalação de novas empresas de alta tecnologia, que deverão oferecer inúmeras oportunidades de interação e colaboração com professores, alunos e técnicos da universidade. Portanto, em breve, teremos um cenário no qual as atividades de inovação e transferência de tecnologia na UFMG deverão dar um salto quantitativo e qualitativo, consolidando nossa liderança no cenário nacional. Existe um consenso nacional sobre a inadequação do marco regulatório brasileiro para o desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação no país. Portanto, a UFMG, através da Reitoria, deve ser protagonista na luta para que este marco legal seja alterado. Devemos atuar junto ao MEC, MCTI e Congresso Nacional, para que o novo marco legal em tramitação no Congresso (Projeto de Lei 2177/2011) seja aprovado o mais rápido possível. E, após sua aprovação, devemos acompanhar e colaborar na regulação infralegal, e no relacionamento com os órgãos de assessoria jurídica, auditoria e controle, para a adequada implantação do novo cenário que o projeto de lei propõe.

Infraestrutura para Ensino e Pesquisa

Nos últimos anos, em função dos recursos recebidos pela universidade para a implantação do projeto Reuni, foram construídos, ou estão em construção, vários prédios novos, a maioria deles voltados para a infraestrutura de ensino. No entanto, é importante lembrar que a UFMG tem vários prédios construídos há várias décadas, que necessitam de uma modernização radical. Alguns deles não atendem mais aos requisitos necessários para o desenvolvimento de pesquisa de alto nível. Vários apresentam passivos relativos a acessibilidade e proteção contra incêndio e pânico, estando fora dos padrões legais vigentes atualmente. Passada esta fase de notável ampliação da área construída do Campus da Pampulha (que ainda deve se completar com a construção dos novos prédios da Faculdade de Direito e da Escola de Arquitetura), é imprescindível voltar a atenção para o passivo existente, de modo a modernizar os prédios antigos para os padrões atuais, inclusive, se necessário, construindo novos prédios, nos casos que indiquem ser melhor construir do que reformar ou adaptar.

5 Extensão e Cultura

Também as atividades de extensão da UFMG são reconhecidas como referência nacional, o que pode ser facilmente constatado por sua liderança quantitativa e qualitativa em editais nacionais e regionais competitivos de apoio a essas atividades. Além de executar um expressivo número de projetos, boa parte deles de natureza interdisciplinar, e contemplar em torno de 1.000 alunos de graduação anualmente com bolsas de extensão, observamos nos últimos anos um forte crescimento na dimensão acadêmica da extensão, realimentando atividades realizadas na pesquisa e no ensino. Portanto, não é exagero afirmar que, na UFMG, a extensão realmente está indissociada do ensino e da pesquisa. Devemos estimular o contínuo crescimento dessas atividades, principalmente porque é possível constatar, ao se examinar os projetos pedagógicos de nossos cursos de graduação, que ainda existe muito espaço, na grande maioria deles, para a inserção e valorização, em créditos, de atividades acadêmicas que envolvam ações de extensão.

Museus e Divulgação Científica e Cultural

Os museus universitários não são apenas museus no interior de uma universidade. Eles devem ser organismos que, mantendo cada um sua especificidade, preencham, com as atividades da curadoria, as responsabilidades gerais de pesquisa, docência e extensão de serviços à comunidade. A UFMG conta, atualmente, com diversos museus, espaços de divulgação científica, espaços culturais e centros de memória, distribuídos em várias unidades acadêmicas ou funcionando como órgãos independentes. A criação da Rede de Museus e Espaços de Ciência e Cultura da UFMG, há cerca de 10 anos, representou uma inovação no gerenciamento e promoção da cooperação museológica, mas atingiu um estágio que exige apoio da administração central para um novo salto qualitativo, na sua política em relação aos museus.
Trata-se, na realidade, da construção de uma política integrada de preservação da memória institucional, que inclua todos os aspectos e atores relevantes já existentes na comunidade acadêmica. Hoje, ainda não contamos com uma política de preservação definida para a totalidade de nosso acervo. Há diferentes iniciativas desenvolvidas pelas várias unidades que se ressentem, porém, de coesão em suas propostas de gestão, documentação, política de acesso e aquisição, organização física e preservação de seus acervos. Não temos acompanhado, internamente, o que mundialmente já é consenso em relação a estratégias de preservação de coleções científicas. O envolvimento de nossas competências instaladas na Escola de Belas Artes (CECOR), na Escola de Ciência da Informação (Arquivologia, Museologia) e em diversas outras unidades tem que ser coordenado por iniciativa da administração central, para a implementação de uma Política de Memória da UFMG, que resulte na correta alocação de recursos humanos e financeiros para sua implementação. Entendemos também ser possível uma maior integração entre as atividades promovidas pela Diretoria de Divulgação Científica e pela Diretoria de Ação Cultura da Proex e a rede de museus.

6 Planejamento e Administração

Para atingir e manter uma posição de excelência em suas atividades fim, qualquer universidade precisa de uma gestão das atividades meio que também seja de excelência. Neste aspecto, temos muito que aperfeiçoar na UFMG. É verdade que temos uma legislação restritiva, que impõe processos complexos e longos. No entanto, é possível implantar novos instrumentos de gestão e introduzir novos procedimentos, principalmente com o auxílio das tecnologias de informação, que desburocratize e simplifique o trabalho em todos os níveis.

Como a maioria das atividades meio da universidade é realizada por servidores técnico-administrativos, a ação prioritária a ser conduzida é o desenvolvimento de uma política de recursos humanos que valorize estes servidores, em todos os aspectos mencionados na seção que trata de Recursos Humanos deste plano de trabalho. Só assim será possível contar com toda a capacidade e competência humana que temos instalada para que novos processos e novas tecnologias facilitadoras possam ser implantadas.

Compras e Gestão de Contratos

Um setor estratégico dentre as atividades administrativas desenvolvidas pela universidade é o setor de compras, incluindo importações. A grande maioria das nossas atividades depende de comprar algo: material de consumo para atividades administrativas e laboratórios de pesquisa e ensino, equipamentos e material permanente e serviços de terceiros. Deve-se observar que boa parte da infraestrutura básica de serviços é implementada através de empresas terceirizadas, que devem ser comprados, total ou parcialmente: energia, água e esgoto, telefonia e telecomunicações, limpeza, portaria, vigilância, manutenção predial e de áreas externas, manutenção de áreas verdes, serviços de alimentação, correspondência, combustíveis, manutenção de máquinas, veículos e equipamentos, reformas prediais e obras prediais e de infraestrutura, e tantos outros. Toda aquisição gera um contrato de fornecimento que deve ser acompanhado cuidadosamente, tanto do ponto de vista processual-administrativo, quanto do ponto de vista de atendimento correto e eficaz do objeto do contrato. Centenas de servidores da universidade, distribuídos em todas as unidades acadêmicas e administrativas, trabalham na gestão destes contratos, com enorme responsabilidade sobre a aplicação de vultosos recursos financeiros. Como se vê, somente com a participação de servidores valorizados e bem capacitados, será possível a implementação de novos sistemas de gestão e novas tecnologias que otimizem nossos processos de compras e gestão de contratos.

Infraestrutura física

A UFMG é reconhecida como uma das universidades brasileiras que apresenta uma boa infraestrutura, no que se refere a instalações prediais e laboratoriais e também em relação à urbanização e conservação dos seus campi. No entanto, temos que reconhecer a existência de grandes diferenças entre nossas instalações, e a presença de vários passivos na infraestrutura existente. Portanto, além das obras novas e de expansão de atividades de pesquisa que já existem, a seguir apontamos algumas prioridades em relação a aspectos específicos de infraestrutura, além da conclusão das obras que já estão em execução:
 construção do novo prédio da Faculdade de Direito;
 construção do novo prédio da Escola de Arquitetura;
 recuperação do passivo dos prédios antigos, com prioridade para as áreas que são utilizadas para pesquisa (laboratórios);
 projeto e implantação de um sistema de ciclovias e bicicletários;
 implantação de estações de disponibilização de bicicletas;
 implantação de novos espaços de convivência nos campi;
 projeto e implantação progressiva para recuperação de todo passivo existente de acessibilidade na universidade, para os prédios e para as áreas externas;
 projeto e implementação progressiva para recuperação de todo passivo existente na universidade em relação à proteção contra incêndio e pânico;
 projeto e implantação de um plano de revitalização do CEU – Centro Esportivo Universitário, com prioridade para a piscina olímpica ;
 conclusão do processo de licenciamento ambiental do Campus Pampulha;
 conclusão do plano diretor do Campus Saúde, e posterior elaboração de anteprojetos para eventual possibilidade de reordenamento e expansão;
 conclusão do plano diretor do Campus de Montes Claros, e posterior elaboração de anteprojetos para expansão.

Trânsito e Mobilidade

Esta é uma questão que tem sido motivo de inúmeras reclamações e aborrecimentos por parte da comunidade. Trata-se de um problema complexo, que, internamente, só pode ser amenizado. Temos convicção de que a grande causa dos problemas é externa à universidade e se subordina à questão de mobilidade urbana. Mais especificamente, trata-se da falta de transporte público adequado na nossa cidade, o que força uma excessiva utilização de automóveis particulares, a grande maioria deles transportando apenas uma pessoa. Para chegarmos a uma solução definitiva, ou pelo menos satisfatória, só existe uma saída: a criação de soluções de mobilidade, por parte da cidade (Prefeitura de Belo Horizonte, com auxílio dos níveis estadual e federal de governo), que tornem o transporte público mais atrativo do que a utilização de carros. Dadas as tecnologias hoje existentes, entendemos que somente a implantação de linhas de metrô, a começar por uma linha ligando o centro da cidade ao campus Pampulha, com pelo menos uma estação no campus, poderá mitigar os problemas de trânsito e estacionamento que temos hoje. Mesmo que esta seja uma solução que vá demorar mais de uma década para ser implantada, a administração central da UFMG terá que pautar o assunto como uma prioridade nas suas relações com a gestão municipal. Enquanto a solução externa não vier, teremos que tomar medidas internas, que indicam para o estabelecimento de restrições e controle, que podem ser de vários níveis. A criação de restrições e controles sempre envolve grande polêmica, e para isso, precisaremos começar com uma ampla discussão na comunidade sobre as alternativas possíveis.

Fundações

Temos convicção que a Fundep e as outras Fundações de Apoio da UFMG têm sido fundamentais para o desenvolvimento da pesquisa e da extensão na universidade. Sem elas, um enorme número de projetos de desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação não poderiam ser realizados. No entanto, recente legislação restritiva à atuação das fundações tem dificultado muito a gestão dessas instituições, que estão perdendo a flexibilidade e agilidade que tinham no apoio dado a nossos projetos. Neste cenário, cabem à UFMG duas linhas de atuação: internamente, dar condições às fundações para que obtenham o melhor desempenho possível em função da nova legislação, mantendo total transparência na execução dos seus contratos e convênios; externamente, liderar uma luta conjunta com as outras universidades, com o objetivo de esclarecer às instâncias governamentais, órgãos de controle e sociedade em geral sobre a importância da função das fundações, de modo a aperfeiçoar o marco legislativo.

Orçamento

Além da divulgação de todos os detalhes da execução orçamentária da universidade, o que já vem sendo feito há anos pela Proplan, é necessário que todos os gestores da universidade tenham clareza em relação aos mecanismos de elaboração do orçamento das universidades federais no âmbito do MEC, e os impactos que estes mecanismos trazem para o funcionamento das atividades da UFMG. Portanto, pretendemos envolver os conselhos superiores centrais e das unidades de ensino nas atividades de planejamento e orçamento da UFMG, em particular no acompanhamento e aperfeiçoamento dos Planos de Desenvolvimento da universidade (PDI e PDTI).

Outra questão que merece discussão na universidade é a sua estrutura. O crescimento das nossas atividades nas duas últimas décadas deu a oportunidade de que a universidade experimentasse diversas alternativas de organização na Administração Central que se deram sem um exame apurado por parte do Conselho Universitário, que é o órgão que estatutariamente é responsável pela definição da estrutura universitária. O resultado, hoje, é a existência de várias diretorias e departamentos que existem apenas informalmente, e que não foram aprovados pelo Conselho, sendo que alguns nem tem registro nos sistemas oficiais do governo federal, o que causa transtornos administrativos para os setores da UFMG encarregados de tramitar e gerenciar processos administrativos e de pessoal. Esta informalidade também acontece em algumas unidades acadêmicas. Ações visando a regulamentar as diversas instâncias administrativas devem ser implementadas.

7 Comunicação Social

Outra área estratégica para qualquer organização é a de comunicação social. Na UFMG, este setor avançou muito na última década, com a introdução de várias mídias que não utilizávamos há menos de duas décadas. A criação da Rádio e da TV, além do aparecimento da Web, possibilitam uma atuação efetiva da universidade tanto em relação ao seu público interno, quanto em relação à cidade e ao restante do mundo. No entanto, apesar dos avanços, muito ainda precisa ser feito, como indicado a seguir:

 é necessário o dimensionamento adequado da força de trabalho do Cedecom, para que sejam feitos concursos para a contratação de servidores permanentes para as atividades lá exercidas;
 é necessária uma revisão urgente da página da UFMG na Web;
 com a instalação das novas antenas da Rádio UFMG Educativa, teremos potência para transmitir informações com clareza para toda região metropolitana. A programação da rádio, que já é boa, poderá ter também como objetivo captar audiência para formação cultural, científica e política da população da região metropolitana de Belo Horizonte;
 redefinir e ampliar a atuação da TV UFMG;
 participação do Cedecom, associado a outros setores, na implantação de novos mecanismos e ferramentas para ampliar a participação da comunidade nas decisões colegiadas da universidade, elevando o nível de democracia e transparência da instituição.

8 Hospitais e Clínicas

Os hospitais e clínicas da UFMG cumprem um papel fundamental como cenário de prática dos cursos da área da saúde, constituindo-se como uma das mais relevantes atividades de extensão da Universidade, com forte impacto social. O desafio da gestão dessas unidades de saúde é compatibilizar a tríplice missão da Universidade – ensino, pesquisa e extensão – com qualidade assistencial e sustentabilidade financeira.

Propomos direcionar esforços para garantir que o Hospital das Clínicas da UFMG, o Hospital Risoleta Tolentino Neves, o Hospital Veterinário e as diversas clínicas especializadas da UFMG mantenham seu papel de liderança na produção do conhecimento, na formação de recursos humanos, na pesquisa e na avaliação de novas tecnologias em saúde. Para tanto, é necessário guiar-se pelas políticas norteadoras dos Ministérios da Educação, da Saúde, e da Ciência, Tecnologia e Inovação, e manter-se integrado à rede pública de saúde, garantindo a autonomia acadêmica necessária ao processo de ensino-aprendizado e da pesquisa. A relação da universidade com os gestores SUS deve ser permanentemente discutida, com a efetiva participação da administração central, para que nossos hospitais e clínicas cumpram seu papel primordial de dar suporte às atividades de pesquisa e de ensino nos cursos da área de saúde. Propomos ainda o aprimoramento dos processos de trabalho assistenciais e administrativos dentro dos hospitais, privilegiando a segurança do paciente, do trabalhador e da instituição, assim como a obtenção do equilíbrio econômico-financeiro e da excelência da qualidade assistencial.

9 Internacionalização

Atualmente, são várias as oportunidades que promovem a internacionalização de nossa pesquisa e de nosso ensino, tanto no nível de pós-graduação como no de graduação. Essa é uma oportunidade valiosa que devemos aproveitar com planejamento e determinação. O Brasil vem se beneficiando da experiência de ter parte dos seus quadros de pesquisadores formados nas melhores instituições do mundo. Surge, agora, a possibilidade de estendermos a internacionalização aos estudantes de graduação. A UFMG, que já é a universidade federal que mais se beneficia do programa Ciência sem Fronteiras, poderá ampliar o intercâmbio de estudantes de graduação, estabelecendo, inclusive, suas próprias prioridades e enfatizando o intercâmbio em que oferecemos como contrapartida o recebimento de estudantes estrangeiros. A importância desse intercâmbio é múltipla. A experiência profissional e científica dos nossos estudantes certamente beneficiará suas qualificações. Igualmente importante é a vivência universitária que nossos estudantes trarão e que servirá de estímulo para o aperfeiçoamento da nossa estrutura. Adicionalmente, esses componentes serão importantes para a maior inserção da UFMG no cenário universitário global.

Como já mencionado anteriormente, a internacionalização também deverá aumentar através da oferta de vagas de intercâmbio com países menos desenvolvidos, onde o Brasil poderá exercer um papel de promotor de desenvolvimento e justiça social.

A internacionalização no âmbito da pesquisa e da pós-graduação, áreas já mencionadas, deverá ser ampliada, tornando-se prática usual da UFMG. Apesar de todo o esforço já despendido na direção da internacionalização, a proporção de alunos estrangeiros na UFMG é ainda é inferior a 2%, número bem abaixo do que se observa nas universidades de prestígio internacional. Uma das razões dessa baixa proporção é a barreira da língua. Uma forte ação no sentido de qualificar nossos alunos em línguas estrangeiras, principalmente no inglês, e também em português para estudantes estrangeiros, é uma medida necessária para ampliar a internacionalização da nossa universidade. Apoio ao Centro de Ensino de Línguas para o Ciência sem Fronteiras é uma das medidas que pode ser adotada a curto prazo.

10 Conclusão

Essa primeira versão das linhas gerais do nosso plano de trabalho ainda omite o detalhamento de nossas propostas para várias atividades exercidas na Universidade, nos mais variados setores, algumas delas de cunho estratégico.

Durante o desenrolar da campanha, ouvindo toda a comunidade acadêmica, continuaremos a receber contribuições e ideias para detalhar este plano, inclusive em relação aos tópicos sobre os quais já apresentamos nossas propostas.

Belo Horizonte, 30 de agosto de 2013

Professor José Nagib Cotrim Árabe

Professor Paulo Sérgio Lacerda Beirão