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Vida Terrestre

09 de novembro de 2021

 

‘‘Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda.’’ O mote que movimenta o objetivo que trabalharemos hoje, nos inspira a pensar e agir para a mudança do atual cenário de deterioração do meio ambiente.



Créditos: ONU Brasil

 

Tal qual o 15° Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU, o 14°, Vida na Água, se conecta a importante temática de manutenção e preservação da biosfera. Clique aqui e saiba mais sobre a última ODS publicada aqui no Blog do Espaço!

 

Vida terrestre no contexto brasileiro

Os seres vivos dependem do meio ambiente para realização das mais diversas e básicas tarefas, especialmente quando se considera o caráter de sobrevivência, na busca e obtenção de elementos como água, alimento, ar e abrigo. Os  animais e a vegetação se adaptam ao ambiente no qual vivem, porém, essas adaptações não são imediatas e  extremas, principalmente quando consideramos o alto nível de degradação de suas ambiências

 

Como explicitado pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), o presente momento marca uma triste regressão sem precedentes, com a degradação do solo e perdas de terras cultiváveis de 30 a 35 vezes maior que a média histórica. As perspectivas não são boas, pois a cada ano a seca aumenta, milhões de hectares relacionados à vegetação são perdidos, e assim, das mais de  8.300 espécies de animais conhecidas no Brasil (vertebrados), 8% estão extintas e 22% correm o risco de extinção. Mitigar os desastres relacionados à mudança global do clima é uma das metas da Agenda 2030.

 

Segundo a IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), a onça-pintada está próxima de ser classificada como ameaçada de extinção. Créditos: Pixabay (Nelson Brazys)

 

Os dados são alarmantes, pois de acordo com IBGE, entre os anos de 2000 e 2018, aproximadamente 2,1 mil km² em área do Pantanal foram devastados. Até então, este era o bioma brasileiro mais preservado. No último ano, em 2020, a perda pelo fogo alcançou aproximadamente 23 mil km², superando em 10 vezes a área de vegetação natural perdida ao longo de 18 anos.

 

De onde a mudança parte? 

É certo afirmar que hábitos diários como a economia de água e energia, reciclagem e redução de lixo, descarte responsável e o ajuste da alimentação para consumo de produtos orgânicos e de agricultura familiar podem ajudar na pauta ligada à Vida Terrestre. Entretanto, a mudança global também deve ser pensada a partir dos grandes meios de produção e consumo desenfreado. No Brasil, às leis de regulamentação relativas à proteção florestal buscam resolver a problemática, mas por vezes as mudanças legislativas ambientais apontam para um cenário ainda mais desanimador.

 

Veja, abaixo, a lista com as metas criadas pela ONU para gerenciar e proteger a vida terrestre até o ano de 2030:

 

15.1 Até 2020, assegurar a conservação, recuperação e uso sustentável de ecossistemas terrestres e de água doce interiores e seus serviços, em especial florestas, zonas úmidas, montanhas e terras áridas, em conformidade com as obrigações decorrentes dos acordos internacionais

15.2 Até 2020, promover a implementação da gestão sustentável de todos os tipos de florestas, deter o desmatamento, restaurar florestas degradadas e aumentar substancialmente o florestamento e o reflorestamento globalmente

15.3 Até 2030, combater a desertificação, restaurar a terra e o solo degradado, incluindo terrenos afetados pela desertificação, secas e inundações, e lutar para alcançar um mundo neutro em termos de degradação do solo

15.4 Até 2030, assegurar a conservação dos ecossistemas de montanha, incluindo a sua biodiversidade, para melhorar a sua capacidade de proporcionar benefícios que são essenciais para o desenvolvimento sustentável

15.5 Tomar medidas urgentes e significativas para reduzir a degradação de habitat naturais, deter a perda de biodiversidade e, até 2020, proteger e evitar a extinção de espécies ameaçadas

15.6 Garantir uma repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos e promover o acesso adequado aos recursos genéticos

15.7 Tomar medidas urgentes para acabar com a caça ilegal e o tráfico de espécies da flora e fauna protegidas e abordar tanto a demanda quanto a oferta de produtos ilegais da vida selvagem

15.8 Até 2020, implementar medidas para evitar a introdução e reduzir significativamente o impacto de espécies exóticas invasoras em ecossistemas terrestres e aquáticos, e controlar ou erradicar as espécies prioritárias

15.9 Até 2020, integrar os valores dos ecossistemas e da biodiversidade ao planejamento nacional e local, nos processos de desenvolvimento, nas estratégias de redução da pobreza e nos sistemas de contas

15.a Mobilizar e aumentar significativamente, a partir de todas as fontes, os recursos financeiros para a conservação e o uso sustentável da biodiversidade e dos ecossistemas

15.b Mobilizar recursos significativos de todas as fontes e em todos os níveis para financiar o manejo florestal sustentável e proporcionar incentivos adequados aos países em desenvolvimento para promover o manejo florestal sustentável, inclusive para a conservação e o reflorestamento

15.c Reforçar o apoio global para os esforços de combate à caça ilegal e ao tráfico de espécies protegidas, inclusive por meio do aumento da capacidade das comunidades locais para buscar oportunidades de subsistência sustentável

 

[Texto de autoria de Fernando Silva, assistente do Núcleo de Comunicação e Design]

 

Para saber mais:

 

Plataforma 2030 – Objetivo 15

Objetivo 15 – Vida Terrestre

Unimed – Como preservar o meio ambiente: hábitos para ajudar o planeta

Área queimada no Pantanal em 2020 supera em 10 vezes a área de vegetação natural perdida em 18 anos