Nesta segunda-feira, 31, às 20h, o palco montado no Bosque da Música recebe o espetáculo Carmina Burana, cantata cênica, cuja encenação foi livremente inspirada na obra do diretor de óperas francês Jean-Pierre Ponnelle. A montagem do espetáculo é do Núcleo de Música Coral da UFMG, sob a direção do professor Ernani Maletta, da Escola de Belas Artes.

À semelhança de uma ópera, Carmina Burana mistura música, teatro e dança: na peça, o coral, a percussão e os pianos são executados ao vivo. “Carmina Burana é uma composição do alemão Carl Orff, que fez uma polifonia magnífica, no sentido mais amplo dessa palavra”, contou Ernani à Rádio UFMG Educativa, em março, por ocasião de outra montagem do espetáculo em Belo Horizonte.

“Ele pega canções medievais que têm uma conotação própria do nosso mundo hoje, que falam do jogo do poder: o tempo inteiro elas estão falando dessa contradição que o homem vive, de uma hora estar por cima e outra estar por baixo, essa grande roda da fortuna que é o destino”, disse o diretor.

Com um forte acento erótico e uma “exuberante alegria”, a obra se organiza no formato de trilogia, em espécie de “parábola da vida humana exposta à constante mudança”, como se explica na sinopse do espetáculo. É nesse sentido que a peça retoma a “roda da fortuna”, símbolo da antiguidade que gira trazendo boa e má sorte, alternadamente.

Ao todo, a peça reproduz 24 poesias latinas medievais, nas quais “não existe o bem sem o mal, o sacro sem o profano, nem fé sem maldições: uma oscilação, na qual se encontra a grandeza da humanidade”, descreve-se na sinopse. Como toda atração do Festival de Inverno da UFMG, a entrada na apresentação é franca. A classificação do espetáculo é livre.

Veja ensaio do grupo em vídeo produzido para o Festival de Inverno.