As necessidades criadas pela situação de pandemia, como a opção do ensino remoto emergencial, têm motivado transformações importantes, como a intensificação do sentido de solidariedade. Professores e estudantes protagonizam um forte movimento de compartilhamento de conhecimentos, materiais e experiências.

“Todas as ações colaborativas têm sido cruciais, e espero que isso seja realmente um dos bons legados de toda essa tragédia da pandemia”, afirmou ontem (quarta, 17) a professora Shirlei Sales, da Faculdade de Educação (FaE), durante fórum realizado pelo Programa Integração Docente.

O evento, que fica disponível no canal da Coordenadoria de Assuntos Comunitários (CAC) no YouTube, reuniu, além de Shirlei Sales, a pró-reitora de Graduação da UFMG, Benigna de Oliveira, o vice-diretor Escola de Engenharia, Luiz Machado, a professora Fabiane Ribeiro Ferreira (foto), da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO), e a pró-reitora de Graduação da Unicamp, Eliane Amaral. A mediação foi da professora Cristina Alvim, que coordena o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 na UFMG.

Fabiane Ribeiro e Shirlei Sales apresentaram iniciativas desenvolvidas com a participação ativa de suas turmas – algumas são inéditas, outras foram aprimoradas para adequação ao novo contexto de distanciamento.

Elas abordaram projetos como o Aprimoramento em Docência para o Ensino Superior (Ades Fit), e o Ades Jr. (para discentes), ambos da EEFFTO, que ganharam versões virtuais, e o programa de Acolhimento, da FaE, destinado aos alunos de 4º período da graduação em Pedagogia. “Essa pandemia tem sido um catalisador de transformações, e talvez muitas delas estejam acontecendo dentro do contexto da educação”, avaliou Fabiane.

Luiz Machado destacou que tem percebido aumento do protagonismo dos estudantes. Isso teria relação, segundo ele, com a mudança na forma de avaliação – as provas passaram a ter peso menor e mais tarefas passaram a ser propostas para os discentes, o que gerou mais participação.

O vice-diretor da Engenharia contou dos esforços e do entusiasmo dos docentes para a elaboração das aulas e afirmou que houve poucos problemas na relação professor-aluno. Sobre o ensino, disse não ter dúvida de que deve ser presencial: “Nada como olho no olho, escola tem que ter gente.”

“Poucos de nós não passamos por situações de sofrimento e de momentos de desesperança durante a pandemia, mas a gente tem visto aqui, nas nossas universidades, que temos sido fortes, trabalhado com muita seriedade, buscando dentro de nós a energia e a coragem para seguir nesse momento”, disse Benigna Oliveira, que manifestou solidariedade a todos aqueles que perderam pessoas queridas para a covid-19.

No encerramento do encontro, Eliane Amaral, que é professora de obstetrícia da Unicamp, abordou as ações de formação docente na instituição de Campinas e o trabalho de alteração e gestão de currículos realizado pela Pró-reitoria de Graduação. Seu relato incluiu os eventos para acolhimento de docentes e apoio aos estudantes e a organização dos discentes para a adaptação ao novo cenário – foi preciso, por exemplo, preparar as moradias para o cumprimento dos protocolos de segurança. Ao abordar o esforço de acompanhamento do ensino no modo remoto e das opções da Unicamp quanto às avaliações, Eliane Amaral afirmou que “a passagem para o ensino remoto não foi perfeita, mas nem sempre o próprio ensino presencial funciona forma perfeita”.

(Assessorias de comunicação da Prograd e do Caed)

Imagem: Raphaella Dias/UFMG