Atividade, agendada para este sábado, dia 20, incorpora ritmos como rap e funk

Yoga marginal: corpos negros também podem se ressignificar por meio da prática da yoga
Tainá: corpos negros também podem se ressignificar por meio da prática da yogaArquivo pessoal

Neste sábado, 20, Dia da Consciência Negra, o canal do Centro de Convivência Negra (CCN) no Youtube vai receber, a partir das 10h, a yogui Tainá Antônio que, por meio das práticas de hatha yoga (yoga indiano), kemetic yoga (yoga africano) e sarrayoga (yoga caxiense) vai apresentar uma origem preta, comunitária, marginal e brincante da atividade.

Pesquisadora, cientista ambiental, mestra e doutoranda em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social, Tainá se dedica a compartilhar as relações entre a filosofia do yoga e as questões ambientais, sobretudo periféricas. Ela é criadora do projeto Yoga Marginal, que leva a prática às favelas e periferias, unindo a metodologia da prática do yoga ao funk e democratizando o acesso às filosofias física e mental possibilitadas pela prática da atividade.

Segundo Jenifer Fonseca, estudante de graduação da UFMG e membro do Centro de Convivência Negra, a oficina vai ao encontro do tema do Novembro Negro deste ano, que é Vozes e corpos que se afirmam. “A corporeidade das pessoas negras é muito importante, visto que nossos corpos são políticos. Eles são tão importantes quanto as nossas vozes, daí a relevância de uma oficina como esta, capaz de reafirmá-los como protagonistas e colocá-los em movimento”, explica.

Ressignificações
O projeto desenvolvido por Tainá Antônio tenta aproximar a negritude das práticas de yoga, mostrando que a atividade pode ser praticada de diversas maneiras e por corpos diversos. O projeto surgiu de uma percepção de Tainá que, ao frequentar estúdios de yoga, se questionava se deveria estar ali, visto que era a única mulher negra do ambiente. Surgiu, então, a ideia de levar a prática para as periferias, ressignificando os estereótipos do praticante de yoga, que costuma ser branco e rico. Além de levá-la para as periferias, a pesquisadora democratiza a yoga usando trechos de rap e funk em seus mantras, de forma a aproximar a prática da vida das pessoas.

 

Programação do Novembro Negro ainda está recebendo inscrições para atividades
Programação do Novembro Negro inclui lançamento de livros, oficinas, palestras, rodas de conversa, shows, performances e outras apresentações artísticasDivulgação

Vozes e corpos que se afirmam
Até 1º de dezembro, a UFMG promove o Novembro Negro, evento que aprovieita o mês da consciência negra para promover reflexões sobre racismo, inclusão e pertencimento. Neste ano, com o tema Vozes e corpos que se afirmam, a programação busca dar visibilidade à pluralidade presente na comunidade universitária e possibilitar a afirmação das identidades e das experiências, além de debater as condições de permanência dos estudantes no ensino superior, uma vez que esse aspecto é influenciado por questões étnicas, raciais, de gênero, sexualidade e de deficiência.

A programação do evento, que teve sua primeira edição em 2018, está sendo construída de forma coletiva ao longo do mês. Qualquer pessoa da comunidade acadêmica, seja professor, técnico, aluno ou terceirizado, pode cadastrar atividades no hotsite do evento. Atividades presenciais podem ser sugeridas, desde que seguidos os protocolos de segurança sanitária.

Até o momento, a programação inclui lançamento de livros, oficinas, palestras, rodas de conversa, shows, performances e outras apresentações artísticas, em parceria com a Diretoria de Ação Cultural (DAC). A novidade desta quarta edição é uma mostra de vídeos permanente e virtual, com conteúdos relacionados aos saberes tradicionais.

Veja a programação do Novembro Negro, disponível no hotsite do evento.