Contar o número de peixes que conseguem superar os obstáculos físicos representados pelas barragens e subir os rios em busca de ambiente propício à reprodução é tarefa difícil. Mas fundamental para descobrir se as espécies estão sendo preservadas como manda a lei.
Uma ferramenta de informática, desenvolvida no Departamento de Ciência da Computação do ICEx, pode substituir com vantagem o monitoramento manual de cardumes nas barragens. O trabalho foi elaborado como dissertação de mestrado de Erikson Freitas de Morais e integra as pesquisas do Centro de Transposição de Peixes da UFMG, que reúne pesquisadores de três departamentos.
Por exigência legal, em Minas Gerais as usinas hidrelétricas construídas em rios onde há peixes que migram à época da reprodução devem instalar mecanismos de transposição, mais conhecidos como escada de peixes. Essas estruturas procuram facilitar o percurso rio acima, de modo a preservar as espécies.
A contagem e a classificação também servem para avaliar a eficácia do mecanismo de transposição. “É preciso otimizar o processo, inclusive para gastar o mínimo possível de água”, comenta Erikson de Morais. Atualmente, equipes de biólogos filmam a subida dos cardumes por determinados períodos e, com base nas imagens, fazem estudos estatísticos.
A partir de imagens em vídeo, gravadas na Usina Hidrelétrica de Igarapava (construída no rio Grande, divisa de Minas com São Paulo), Erikson de Morais desenvolveu programa de rastreamento, com base em ferramenta usada para rastrear pessoas. “A ferramenta precisa ser adaptada, pois ainda não suporta o processamento em tempo real”, explica o pesquisador, que, no entanto, acredita no êxito da experiência. “Sinalizamos para a possibilidade de aplicar esta técnica em tempo real”, diz.
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