O projeto de extensão Carro-Biblioteca, Leitura e Inclusão Digital, desenvolvido pelo Centro de Extensão da Escola de Ciência da Informação da UFMG, acaba de receber um novo veículo para transportar seus livros. A administração da Universidade, através da Diretoria de Cooperação Institucional e da Pró-Reitoria de Administração, adquiriu um ônibus totalmente adaptado para substituir o atual, em uso há mais de 20 anos. Segundo a coordenadora, professora Ana Maria Rezende Cabral, o objetivo do carro-biblioteca é democratizar a informação e a leitura junto às populações carentes de Belo Horizonte, promovendo ações culturais e educativas e estratégias que levem à criação e implementação de bibliotecas comunitárias. "Além disso, o desafio do novo carro-biblioteca é iniciar o processo de inclusão digital das comunidades, o que permitirá trabalhar a dimensão da leitura utilizando recursos literários e fontes eletrônicas da internet", diz a coordenadora. Ela ressalta, ainda, a integração do projeto com as atividades de ensino e pesquisa, bem como o aspecto de formação dos alunos do curso de Biblioteconomia e a importância do trabalho realizado pelos bolsistas do projeto. "Em 2006, estes receberão treinamento para implementar as atividades de inclusão digital e capacitar os usuários do carro-biblioteca para o uso das novas tecnologias, ampliando suas possibilidades de acesso à cultura e à informação", anuncia a professora Ana Maria Cabral. Internet Além das tradicionais estantes recheadas de livros, o novo ônibus vai levar para as comunidades assistidas pelo projeto cinco computadores com conexão à internet via satélite, capazes de funcionar em qualquer lugar, além de televisão com tela de plasma, câmera fotográfica, filmadora, telão para projeções, impressora e aparelho de dvd. O Carro-Biblioteca é o segundo projeto de extensão mais antigo da UFMG, ficando atrás apenas do Cipmoi, da Escola de Engenharia, que atua na capacitação de profissionais. O novo ônibus é o quarto veículo utilizado pelo projeto, que começou com uma Kombi, logo em seguida substituída por outra e depois pelo micro-ônibus atualmente em uso. O projeto atua nas comunidades de Lindéia, Santa Luzia (bairro Frimisa), São Benedito e Conjunto Felicidade (bairro Guanabara), devendo em 2006 atender à comunidade de Vila Pinho. O Carro permanece cerca de três horas em cada um desses locais, uma vez por semana, sempre no mesmo dia e horário. “Em alguns lugares, antes de chegarmos com o carro, já se formaram filas”, conta a vice-diretora da Escola de Ciência da Informação, professora Lígia Dumont, que já coordenou o projeto. O design do ônibus foi elaborado pelo professor Ricardo França, da Escola de Arquitetura. O valor do veículo, já adaptado, adquirido através de leilão eletrônico, foi de R$ 285 mil. Já os equipamentos eletrônicos disponíveis custarão cerca de R$ 100 mil. Os recursos foram obtidos a partir de emendas da bancada mineira na Câmara Federal. A previsão é de que ele comece a ser utilizado em abril de 2006.
“Uma das nossas preocupações no processo de aquisição do ônibus foi a questão da inclusão digital”, conta a professora Cecília Nogueira, Diretora de Cooperação Intitucional da Universidade. O veículo possui, também, elevador para acesso de cadeirantes.