Pesquisa realizada pelos professores Joel Alves Lamounier, da Faculdade de Medicina da UFMG, e Francisco Silveira, da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, mostra que a figura paterna é decisiva no período de aleitamento dos bebês. O estudo, que coletou dados de 450 crianças, baseou-se em trabalho de campo realizado no ano de 2000 em Carbonita, São Gonçalo do Rio Preto e Datas, localizados no Alto do Jequitinhonha. Os pesquisadores concluíram que o fenômeno é mais evidente entre os homens mais pobres, cuja influência sobre as mulheres em fase de amamentação é maior do que a dos médicos. O levantamento também constatou que o risco de interrupção do aleitamento em crianças que não moram com o pai é 1,62 vezes superior ao registrado entre aquelas que vivem com ele. Outra variável que influencia no desmame é a escolaridade do pai. O risco de abandono do leite materno é 1,47 vezes maior entre famílias chefiadas por homens mais instruídos. Ainda que não tenham respostas definitivas para explicar as estatísticas, os professores creditam os resultados à condição financeira das famílias, geralmente sustentadas pelo homem. “As famílias de melhor condição buscam outros alimentos, influenciadas pela propaganda”, diz Lamounier. Apesar de relevante, a influência paterna não é tão decisiva quanto uma velha companheira das crianças: a chupeta. Ela é apontada como principal fator de desmame precoce. O risco de interrupção entre as crianças que a utilizam é 3,16 vezes maior do que o registrado entre aquelas que não a usam. “Ainda não se sabe se é a chupeta que provoca o desmame ou se é a mãe com problemas na amamentação que induz o uso dela como paliativo”, diz o professor. Leia mais na edição 1.530 do Boletim UFMG.